Copa do Brasil

O São Paulo usou força máxima, mas esqueceu de jogar futebol em noite de classificação

Tricolor joga para o gasto, empata com o Goiás e garante vaga nas quartas da Copa do Brasil

O São Paulo podia se dar ao luxo de perder por um gol de diferença nesta quinta-feira (8), na Serrinha… E mesmo assim Luis Zubeldía optou por usar força máxima no duelo da volta das oitavas de final da Copa do Brasil.

A equipe fez uma de suas piores partidas no ano, mas deu certo.

Após vencer a partida de ida por 2 a 0 no MorumBIS, Tricolor empatou em 0 a 0 com o Goiás e garantiu a vaga nas quartas de final.

Escalação comprova qual é a prioridade do São Paulo

A escalação lançada por Zubeldía é prova concreta de que as copas são (de novo) a prioridade do São Paulo em 2024.

A vantagem confortável construída no jogo de ida diante de um rival da Série B permitia a opção por preservar alguns jogadores. Mas o treinador não quis dar chance ao azar.

Escolheu usar todos os titulares na única chance que teria de preservar nas copas para focar no Campeonato Brasileiro.

Uma prova de que o Brasileirão fica em segundo plano, mesmo que a equipe esteja no G6.

A partir de agora, o calendário dificilmente dará ao técnico uma chance como esta de poupar forças em duelos eliminatórios.

Na próxima semana, o São Paulo começa a decidir as oitavas de final da Libertadores contra o Nacional do Uruguai.

Antes, terá pela frente o Atlético-GO, no domingo (11), às 16h (horário de Brasília), no MorumBIS. E a equipe deve ter time reserva ou misto em campo.

Isso, porque a partida ocorre menos de 72 horas depois do duelo com o Goiás, e o cronograma é apertado. A delegação retorna de Goiânia durante a madrugada e terá apenas dois dias de treino.

Força máxima, futebol mínimo

Os 90 minutos de (não) futebol na Serrinha mostram que Zubeldía poderia muito bem ter usado reservas na partida.

Pois a verdade é que os titulares do São Paulo jogaram para o gasto. Fizeram o suficiente apenas para segurar o empate por 0 a 0 diante do Goiás.

Lucas Moura, em ação contra o Goiás
Lucas pouco fez na partida contra o Goiás (IconSport)

Prova disso é que a equipe fez o seu primeiro tempo com o menor número de finalizações (1) e de ações dentro da área (3) em toda a temporada.

Pragmático e sem correr riscos, o São Paulo só foi dar trabalho, de fato, a Tadeu, aos 40 do segundo tempo, em uma finalização de Michel Araújo.

A sensação é de que os titulares poderiam muito bem ter descansado na partida. E que os reservas poderiam — ou ao menos deveriam — segurar o empate nos 90 minutos.

Pouco futebol e cenas lamentáveis

Não bastassem as péssimas atuações das duas equipes, o jogo ainda encerrou com cenas lamentáveis.

Já nos acréscimos do segundo tempo, Alan Franco chutou a bola em direção à torcida do Goiás, após ela ter saído pela linha de fundo. Thiago Galhardo apareceu para tirar satisfação e deu início a uma confusão à beira do campo.

Os dois jogadores foram expulsos, e a briga saiu do gramado para a arquibancada, no setor da torcida organizada do Goiás. Foi quando o árbitro decidiu encerrar a partida.

Quem será o adversário do São Paulo?

O adversário do São Paulo nas quartas de final será definido em sorteio, cuja data ainda não foi divulgada pela CBF. O evento também decidirá o chaveamento da competição até a final.

> Os oito classificados às quartas:

Quanto o São Paulo já recebeu na Copa do Brasil?

Com a classificação diante do Goiás, o Tricolor receberá mais R$ 4,515 milhões em premiações da CBF pela vaga nas quartas de final. O clube chegar a R$ 10,185 milhões de verbas pelo desempenho na competição.

As premiações da Copa do Brasil*:

  • Terceira fase: R$ 2,205 milhões;
  • Oitavas de final: R$ 3,465 milhões;
  • Quartas de final: R$ 4,515 milhões;
  • Semifinais: R$ 9,45 milhões;
  • Vice-campeão: R$ 31,5 milhões;
  • Campeão: R$ 73,5 milhões.
    * O São Paulo entrou direto na terceira fase
Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
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