Mauricio Noriega: o que esperar do Majestoso na Copa do Brasil?
Corinthians de Vanderlei Luxemburgo exala pragmatismo, enquanto o São Paulo de Dorival Júnior baseia sua força no jogo coletivo. Primeiro jogo é nesta terça

O clássico Majestoso não tem esse nome por acaso. O apelido foi criado pelo histórico jornalista esportivo Thomaz Mazzoni para resumir a grandeza doas duelos entre Corinthians e São Paulo.
Nesta terça-feira, na Neo Química Arena, os rivais disputam o jogo de ida da semifinal do segundo torneio em importância técnica do futebol nacional, mas o primeiro em premiação financeira.
Ambos chegaram a esse estágio de forma surpreendente. Não figuravam entre os favoritos e nem praticavam futebol empolgante. Mas deixaram favoritos pelo caminho e chegam encorpados para o duelo. Favoritismo é um conceito que vem sendo desacreditado a cada semana no futebol brasileiro atual. O que permite a corintianos e são-paulinos sonhar com a conquista, mesmo sem o prestígio dos outros semifinalistas, Flamengo e Grêmio.
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Como chega o Corinthians
Comecemos pelo Corinthians, mandante da primeira partida. Vanderlei Luxemburgo exala pragmatismo em seu retorno ao futebol. Joga pelo resultado, arma retrancas e aposta na oxigenação do elenco alvinegro, sem abrir mão de jogadores consagrados com capacidade de decisão.
O eventual sucesso do Corinthians passa necessariamente por seus três principais atletas: Cássio, Renato Augusto e Róger Guedes. Cássio é goleiro de grandes jogos, avalista de resultado. Renato tira o time da mesmice e, mesmo sem estar no auge fisicamente, compensa com técnica e inteligência raros. Guedes é a ponta da lança, o atacante que resolve. Gabriel Moscardo deu nova cara ao meio-campo com dinâmica e intensidade. Seu desfalque por causa de uma cirurgia de apendicite é importante.
Os pontos vulneráveis do Timão estão nas laterais e na proteção à defesa. Fagner e Fábio Santos não entregam mais a intensidade de outrora e o time oferece avenidas pelos lados. Com Moscardo sobrecarregado nas coberturas, existe um latifúndio à frente da área defendida por Cássio que os adversários sabem explorar.
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Como chega o São Paulo
O São Paulo de Dorival Júnior se apresentou como postulante ao título ao eliminar o favorito Palmeiras com autoridade. Vinha de crescimento em resultados, mas sem empolgar e com alguns tropeços que deixavam dúvidas. Mas a forma como se impôs diante de um adversário fortíssimo conferiu autoridade ao elenco. A derrota para o Cuiabá, com alguns desfalques propositais, não acende um alerta para a Copa do Brasil.
A força do Tricolor está baseada no crescimento do jogo coletivo através de uma intensidade física aplicada pelos lados do campo. Com Caio Paulista, com Alisson, com a constante e inteligente movimentação de Rodrigo Nestor. Os jogadores de potencial para desequilibrar ofensivamente seguem sendo Calleri e Luciano. Exatamente os que sabem aproveitar os espaços que o Corinthians deixa. Com Rafael no gol o time tem novamente um goleiro que inspira confiança depois de muito tempo.
A vulnerabilidade do São Paulo se apresenta em momentos nos quais se deixa dominar por adversários que conseguem jogar com posse de bola no campo defensivo de Dorival. Rafinha é um lateral experiente e técnico, mas que sofre com jogadores velozes em seu setor. A defesa tem problemas em bolas paradas, embora esteja evoluindo.
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Finalizado
2
-1

Corinthians - Sao Paulo
Copa do Brasil - Neo Quimica Arena
2° Turno
Há ainda os fatores psicológicos de um clássico em que o mando de campo tem grande peso. O São Paulo tenta se livrar do trauma de jamais ter vencido em Itaquera. O Corinthians venceu apenas dois jogos como visitante no Brasileirão – aqui não cabe a Sul-americana como parâmetro. O desempenho territorial tem tudo para ser determinante.