Copa do Brasil

Mesmo com impressões, Tite evita falar sobre um Flamengo protocolar contra o Amazonas

Comandante do Flamengo concedeu coletiva interessante após a vitória e a classificação sobre o Amazonas, na Copa do Brasil

Aliviado, Tite soube responder boa parte das perguntas dos jornalistas durante a coletiva na Arena da Amazônia, depois da vitória sobre o time da casa, pelo placar mínimo. Entre Gabigol, Pedro, De La Cruz e algumas nuances da partida, contudo, o treinador acabou pecando um pouco na hora de explicar o retorno do marasmo do time, em especial no primeiro tempo. Ainda que tenha mexido bem, foi essa a impressão deixada pelo desempenho.

O que Tite disse durante a coletiva?

  • Externou uma conversa de Gabigol com todo o elenco, após a polêmica da camisa do Corinthians;
  • Mostrou preocupação com o problema que tirou De La Cruz da partida;
  • Rasgou elogios a Pedro, autor do gol do Flamengo;
  • Detonou o estado do gramado da Arena da Amazônia.

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O Flamengo foi protocolar, professor?

— Eu não acredito em jogar com regulamento no braço, o que teve foi nossa dificuldade no primeiro tempo e a gente ficou exposto no contra-ataque. Teve um ajuste, Varela mais para trás, Nico mais a frente e liberdade para o Gerson.

O comandante do Flamengo ainda falou um pouco mais sobre a partida em si e fez duas críticas ao gramado da Arena da Amazônia. Segundo Tite, o espetáculo acabou prejudicado pelo padrão baixo da cancha em Manaus, algo que, inclusive, já era esperado pelo Rubro-Negro.

— Dois tempos que foram distintos. No primeiro que deu organização nossa ofensiva, mas dava o contra-ataque para a equipe adversária, que é a característica dos dois externos. E principalmente do lado esquerdo. No segundo tempo a gente ajustou trazendo o Varela para dentro e deixando liberdade do Gerson, do poder de criação maior. Segundo tempo cresceu, criou bastantes oportunidades. Dois tempos distintos, mas num gramado onde é muito difícil colocar velocidade de articulação, troca de passes. Isso prejudicou o espetáculo, o jogo das duas equipes — analisou.

Tite falou sobre as oscilações do Flamengo na partida (Foto: Antonio Pereira/AGIF (Photo by Antonio Pereira/AGIF/Sipa USA)

De La Cruz preocupa

A estadia do Flamengo em Manaus foi um sucesso, mas como nem tudo são flores, a equipe acabou ganhando uma preocupação a mais. De La Cruz, principal jogador do time nos últimos jogos, sofreu um trauma no joelho e será reavaliado no Ninho do Urubu durante a reapresentação, marcada para a manhã de sexta-feira (25). Tite falou um pouco mais sobre o problema do uruguaio.

— O problema do De La Cruz não é físico, é médico, é clínico. Foi um trauma que já no intervalo ele estava sentindo e que no segundo tempo ele pediu para sair porque não conseguia mais ter o desenvolvimento — explicou.

Pedro brinca com gol de joelho

Autor do gol salvador, Pedro celebrou a vitória complicada do Flamengo em Manaus. Segundo ele, o campo pesado colaborou para um jogo truncado, que favorecia o Amazonas. O atacante ainda teve tempo de celebrar o tento e brincar com o joelho, entre a fé e a bola na rede, ainda elogiando a mentalidade de Igor Jesus, que finalizou bem antes do desvio.

— A gente sabia que ia ser um jogo difícil, campo difícil, pesado, contra uma equipe que veio bem fechada para jogar no contra-ataque. A gente sabia que seria um jogo truncado. Foi o meu primeiro gol de joelho, acredito. Eu dobro o joelho no chão para orar, e hoje eu fiz um gol de joelho. Eu fiz o movimento, eu vi que a bola veio na minha direção, eu abaixei com o joelho. Feliz pelo gol, pela jogada do Igor, que finalizou — finalizou.

O próximo desafio do Flamengo será pela Libertadores, na próxima terça-feira (28), quando Tite e companhia receberão o Millonarios, pela última rodada da fase de grupos. Como o Campeonato Brasileiro está paralisado por conta da tragédia no Rio Grande do Sul, o Rubro-Negro terá mais tempo para pensar nessa partida.

Veja outros pontos abordados na coletiva

Fabrício Bruno de saída?

— Fabrício é um grande jogador, está conosco e a gente quer permanecer com ele no nosso trabalho, no nosso dia a dia.

Gabigol e a camisa 99

— Teve comigo, teve com o grupo todo (conversa). Ele externou o sentimento, ele passou para vocês aquilo que é, o que foi. E só tem um caminho, a recuperação é no trabalho, no dia a dia, nas oportunidades que surgem. É todo esse processo que a gente busca. Todos são importantes, o Gabi é importante.

Confiança em todo o elenco

— A gente acredita em todos os atletas, a gente sabe que no futebol você passa dias ruins e dias bons. A gente não pode hipervalorizar quando faz uma grande partida como no início do ano, e não podemos achar que está tudo ruim quando não faz uma grande partida. (Matheus Bachi)

— Eu sei que o meu estilo por vezes ele é identificado com alguns, porque eu falo do lado humano, mas para outros não atende aquilo que busca. A gente não solta, não descarta o atleta que foi mal num jogo. Não sou técnico de “tá ruim, tá fora”. (Tite)

Elogios a Pedro

— Tem feito uma temporada muito boa. E mesmo num momento que a equipe teve dificuldade ele se manteve num nível bom. Isso é reflexo do trabalho, do dia a dia dele, do elenco. A gente só vai gerar os frutos para colher no campo se trabalhar sério, para evoluir, querendo ser melhor e ele está colhendo isso. É tudo fruto do trabalho dele e do elenco. (Matheus Bachi)

— Ele trabalha muito, ele trabalha muito. O aspecto finalização, pivô, o aspecto físico que melhorou. Ele crescendo, tendo essa atenção nos diversos níveis de treinamento. (Tite)

Sequência para Matheus Cunha

— Matheus Cunha é um grande goleiro, temos dois grandes goleiros. É uma possibilidade de dar sequência, mas uma oportunidade de os dois estarem disputando. Daqui a pouco pode ser titular o Cunha em Campeonato Brasileiro, se o Rossi cair? Pode. Eu fomento a qualidade dos dois.

Mais sobre o jogo

— Na fase ofensiva, os cinco da frente tem liberdade total. Eu só dou caminho, só dou rotas, faço a bola chegar lá. Depois? É qualidade individual, é o talento, finta, drible. Depois? Eu não vou falar para o Pedro o que ele vai fazer, não vou falar para o Arrascaeta o que ele vai fazer, para o Lorran, para o Cebola. Eu vou dar a bola para proporcionar o último terço e que o talento aflore.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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