Bronca com VAR e presença de governador: o pós-jogo caótico do Flamengo no Allianz Parque
Marcos Braz e Bruno Spindel ficaram na bronca, e vice de futebol do Rubro-Negro ainda brigou por conta do Governador do Rio
As cenas póstumas à classificação do Flamengo sobre o Palmeiras, no Allianz Parque, trouxeram muita polêmica para o ar da rivalidade inter-estadual. Pelo lado rubro-negro, muitas reclamações contra a arbitragem em jogo decidido por decisões dela.
Marcos Braz, vice de futebol do Flamengo, ainda se envolveu em confusão com seguranças do Palmeiras, que impediram seu convidado, o Governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, de entrar no vestiário da equipe. Fora do Allianz, a torcida rubro-negra sofreu tentativa de emboscada. Tite sequer falou com a imprensa.
Flamengo na bronca
Se o Palmeiras reclamou do impedimento duvidoso marcado pelo VAR em lance de Flaco López, que daria o empate no agregado ao clube paulista, o Flamengo também subiu o tom nas críticas. Duas jogadas foram analisadas, que terminaram da mesma maneira: pênalti não marcado sem revisão da arbitragem.
Bruno Spindel foi o primeiro a ser mais incisivo. De acordo com o diretor-executivo de futebol, além des penalidades não marcadas, a arbitragem comandada por Anderson Daronco pecou no critério de faltas marcadas. A maioria se tornou oportunidades para que o Palmeiras tentasse o gol em bolas aéreas.
— Decepção com os critérios da arbitragem, questão dos pênaltis. Uma mão dentro da área com braço aberto. Todos os zagueiros colocam o braço para trás do corpo para não aumentar o espaço corporal. A gente entende que o VAR deveria chamar e marcar o penal. Para o fim do jogo, uma disparidade muito grande de critérios nas faltas, nas cargas por trás. Lances parecidos e que tiveram critérios muito diferentes. A gente segue sem entender instruções que foram passadas no início do ano — disse.
Bruno Spindel, diretor de futebol do Flamengo, se manifestou contra a arbitragem do jogo, especialmente o VAR. Ele destacou a falta de critério e reclamou de 2 pênaltis pic.twitter.com/vSMgTGQJir
— Raisa Simplicio (@simpraisa) August 8, 2024
Depois de Spindel, foi a vez de Braz detonar a atuação do VAR na partida desta quarta-feira. Assim como seu parceiro de pasta, o vice de futebol reclamou muito da não marcação de penalidades máximas.
— Em relação a hoje, é assustador o pênalti com a facilidade que se manda continuar o jogo. Um lance muito tranquilo de ser ver em relação às imagens. De repente o juiz de campo poderia ter dificuldade pelo posicionamento, mas pelas câmeras de TV e do VAR seria a coisa mais fácil do mundo. Não sei onde vai parar a arbitragem. Me assusta é o VAR, não é nem o juiz. O juiz pode estar encoberto e não ver. Depois, nas imagens, seria a coisa mais fácil do mundo — explicou.
A bronca do Flamengo nessa eliminatória contra o Palmeiras não é de hoje. Braz fez questão de relembrar o lance de possível expulsão de Raphael Veiga, em entrada duríssima no tornozelo de Erick Pulgar. Ainda deu tempo do dirigente cutucar a CBF, com quem está em guerra fria há algum tempo.
— Em relação à CBF, hoje recebemos a resposta em relação ao lance do Pulgar. E a CBF disse no relatório que a falta com foi pouca intensidade, mais ou menos isso que estou falando. E que a intensidade utilizada na falta não justificaria o vermelho. As fotos apareceram. Não sei se faltou intensidade, faltou pouco para quebrar — frisou.
Braz e Cláudio Castro
Fora as reclamações, o vice de futebol do Flamengo se envolveu em confusão inusitada no Allianz Parque. Vereador do Rio de Janeiro, Marcos Braz convidou Cláudio Castro, Governador do Estado, para acompanhar a delegação rubro-negra em São Paulo. Ele não contava, contudo, com problemas da segurança do Palmeiras.
Segundo apurou a Trivela, Braz tentou levar Castro no vestiário do Flamengo, acompanhado de seguranças e membros da família do Governador, mas não tinha as credenciais necessárias. Por isso, a equipe de segurança do Palmeiras barrou os convidados e gerou revolta no vice de futebol do Rubro-Negro. Mais tarde, eles seriam liberados por Anderson Barros, nome forte do departamento de futebol do Palmeiras.
Marcos Braz queria levar o governador e a comitiva dele ao vestiário do Flamengo e o segurança do Palmeiras falou que não. Braz continuou falando que iriam entrar e o segurança falou que não era para deixar. Clima tenso na área da zona mista pic.twitter.com/F5MD71XtjV
— Marcella Azevedo (@ma_azevedo94) August 8, 2024
O próprio dirigente do Palmeiras, inclusive, ficou na bronca com a comitiva rubro-negra. Segundo Barros, ameaças chegaram até ele: “Você vai jogar lá”. Clima pesado, mas não com Marcos Braz, já que a dupla tem boa relação nos bastidores.
Mais tarde, o dirigente do Flamengo confirmaria a versão em coletiva. Vale lembrar que Marcos Braz concorre à reeleição como vereador do Rio de Janeiro nas eleições que acontecerão em outubro. Dois meses depois, o Rubro-Negro escolherá o seu novo presidente.
— O Governador estava aqui a convite da nossa delegação. Vai retornar com a gente. Quando passamos da área de segurança, fomos para um lugar perto dos jornalistas e a segurança barrou. Não houve nenhum problema. Candidatos, figuras políticas são normais nos estádios — finalizou.
Dificuldades para os rubro-negros nos arredores
Fora do estádio, a torcida do Flamengo passou sufoco. A Trivela ouviu relatos de que, ao contrário do que acontece normalmente, a Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) liberou os rubro-negros antes do momento adequado, algo que causou saídas simultâneas com os palmeirenses. Houve conflito, mas sem grandes ocorrências.
EMBOSCADA CONTRA A TORCIDA DO FLAMENGO NESSE MOMENTO NO ALLIANZ PARQUE, POLÍCIA COVARDE LIBEROU NOSSA TORCIDA CEDO! #PALxFLA pic.twitter.com/LOIRUkX4kf
— Vini Rubro-negro (@vinirubronegro_) August 8, 2024
O próximo desafio do Flamengo será pelo Campeonato Brasileiro, no domingo (11), quando Tite e companhia recebem o Palmeiras, pela 22ª rodada. A bola rola a partir das 16h (de Brasília), no Maracanã.