Copa do Brasil

Flamengo precisa superar rara crise ofensiva para sonhar com a Copa do Brasil

Equipe vive péssimo momento e não marca a três jogos com Sampaoli, mas volta de Arrascaeta pode dar levante aos centroavantes em baixa

O empate diante do Goiás escancarou um problema vivido em pouquíssimas oportunidades pelo Flamengo desde 2019: uma crise ofensiva. Sem balançar as redes a três partidas, o Rubro-Negro precisa encontrar soluções, especialmente pelo jeito com que a final da Copa do Brasil se desenhou depois do jogo de ida. Gols são a única maneira de fazer a equipe de Sampaoli sonhar com o título.

Por ter perdido a primeira decisão por 1 a 0, no Maracanã, o Flamengo precisa devolver a vitória por pelo menos um gol de diferença, se quiser ter a possibilidade de, pelo menos, disputar o título nos pênaltis. Para isso, conta com a boa notícia de um provável retorno de Arrascaeta, mas vê seus atacantes em momento muito ruim. Pedro e Gabigol fazem temporada muito abaixo do ano passado, por exemplo.

A sequência ofensiva ruim do Flamengo

É a primeira vez que o Flamengo ficou três jogos seguidos sem marcar desde 2016. Em comparação, os times não têm praticamente nada em comum, a não ser a marca incômodo. A época comandado por Muricy Ramalho, o Rubro-Negro empatou em 0 a 0 com o Fluminense e perdeu duas vezes pelo placar mínimo, para Athletico Paranaense e Volta Redonda. No atual período, foram apenas 17 chutes, uma média de cerca de seis por partida.

O que deixa a série ainda pior é a dificuldade que o Flamengo tem para criar. Uma coisa é o Rubro-Negro ter um elenco abaixo da crítica e sofrer com as próprias limitações, como em 2016, outra é obter faturamento de R$ 1 bilhão na temporada anterior e não conseguir ter o mínimo dentro de campo. Desde a vitória diante do Botafogo, que deu esperanças, o trabalho de Sampaoli recolocou as expectativas da torcida no fundo do poço.

Os dois gols diante do Botafogo, inclusive, são os únicos do Flamengo nos últimos cinco jogos. O Rubro-Negro também passou em branco no duelo contra o Internacional, no Maracanã. O momento ‘pós-agressão' entre Pedro e o ex-preparador físico Pablo Fernández trouxe um Rubro-Negro extremamente desconcentrado: foram apenas dois jogos com mais de duas bolas na rede.

Veja números do Flamengo no período

  • 11 jogos
  • 9 gols marcados (média de 0,87 por jogo)
  • 14 gols sofridos
  • 45% de aproveitamento

- - Continua após o recado - -

Assine a newsletter da Trivela e junte-se à nossa comunidade. Receba conteúdo exclusivo toda semana e concorra a prêmios incríveis!

Já somos mais de 3.200 apaixonados por futebol!

Ao se inscrever, você concorda com a nossa Termos de Uso.

Gabigol e Pedro em baixa

Algo que exemplifica o péssimo momento ofensivo do Flamengo é a fase de Pedro e Gabigol. O camisa 9 teve um início avassalador com Vítor Pereira, mas acabou escanteado e preterido por Sampaoli. A sequência só piorou depois do soco, tanto que ele não marca um gol com bola rolando desde o jogo contra o Aucas, ainda pela fase de grupos da Libertadores. De lá para cá foram apenas duas bolas na rede, ambas de pênalti. Ele acumula 27 tentos em 46 partidas no ano.

Gabigol, em compensação, vive sua pior temporada pelo Flamengo. O primeiro ano com a camisa 10 tem a pior média entre os cinco de clube, com 0,42 gol por partida — a melhor é de 2021, com 0,75 gol partida —, além de uma queda significativa na mobilidade do atleta. Essa, sem dúvida, também é a jornada menos conectada de Gabi com a torcida. O centroavante acumula 20 tentos e quatro assistências em 48 compromissos pelo Rubro-Negro em 2023.

Dupla símbolo em 2022 vive ano bastante turbulento em 2023 (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)

Volta de Arrascaeta pode ser solução?

Perdido, Sampaoli terá uma graça divina no jogo de volta da decisão: Arrascaeta. O uruguaio voltou a treinar com o grupo nesta quinta-feira (21) e ficará à disposição na grande decisão. A questão é quanto tempo o craque do Flamengo poderá ficar em casa. A Trivela apurou que é mais provável que ele entre no decorrer da partida do que seja titular, mas a evolução ao longo da semana será fundamental para sentir o momento.

Arrascaeta durante treino no Ninho na manhã desta quinta-feira (Foto: Divulgação/Flamengo)

Em meio ao período turbulento do Flamengo, Arrascaeta foi uma luz no fim do túnel. Antes de se lesionar, o uruguaio celebrava 12 participações em 19 gols do Rubro-Negro desde o episódio do soco em Pedro, que gerou todo o turbilhão vivido pelo clube nos últimos dias. A importância do atleta é inegável no time de Sampaoli, fazendo a função de criar para um ataque que tem tropeçado nas próprias pernas.

Flamengo e São Paulo se enfrentam neste domingo (24), às 16h (de Brasília), no Morumbi. Só a vitória interessa ao Rubro-Negro, como mencionado, já que a derrota no primeiro jogo deixa a equipe de Sampaoli em situação delicada.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
Botão Voltar ao topo