Coincidência? Lucas é o sexto jogador do São Paulo a se lesionar no Allianz Parque em um ano
De Miranda a Lucas, São Paulo sofre com lesões de seus jogadores no gramado do Allianz Parque
Lucas Moura é acionado por Michel Araújo pela direita, arranca em direção à bola, mas nem chega a dominá-la. Antes disso, ele leva a mão à coxa esquerda e desaba em campo. Um momento de infelicidade do atacante em uma noite ainda mais infeliz para o São Paulo, que foi atropelado por 5 a 0 pelo Palmeiras, na última quarta-feira (25). Foi um lance isolado, mas é também uma cena que se repete no gramado sintético do Allianz Parque: a de um jogador do Tricolor caído após sentir uma lesão.
A lesão de Lucas foi a quinta de um atleta do São Paulo no Allianz Parque no intervalo de pouco mais de um ano. O camisa 7, aliás, foi o único que teve um estiramento muscular. Todos os outros sofreram com problemas de ligamento no campo artificial da casa do Palmeiras. O atacante será desfalque de Dorival Júnior por pelo menos três semanas.
Na entrevista coletiva após a partida, o treinador não se furtou de responder à pergunta sobre as muitas lesões de jogadores do São Paulo no gramado sintético. Dorival evitou cravar que os problemas ocorreram devido ao tipo de campo. Mas o treinador se posicionou contra os pisos sintéticos, mesmo que já tenha comandado o Athletico-PR recentemente.
Substituído no clássico com o Palmeiras por conta de dores na região posterior da coxa esquerda, Lucas foi submetido a exame de imagem que detectou um estiramento no local.
O jogador já iniciou os trabalhos de recuperação no REFFIS Plus sob os cuidados dos profissionais do… pic.twitter.com/Np4wnkkJwE
— São Paulo FC (@SaoPauloFC) October 26, 2023
– Pode ser coincidência. Agora, na minha opinião, sem atingir de maneira nenhuma as equipes que têm esse tipo de gramado, até porque eu trabalhei no Athletico-PR, uma equipe que tem esse gramado. De uma maneira ou de outra, fui beneficiado na quele período. É muito desigual jogar no gramado natural para um gramado como esse. Hoje, na Holanda, gramados assim estão proibidos. Alguma coisa de negativo, eles perceberam. Agora, se foi aceito, está na competição, não tenho que falar nada. É lamentável, porque o São Paulo teve jogadores aqui com lesões precipitadas. Não sei se pelo gramado, ou pelo atleta, é difícil afirmar – afirmou Dorival.
Recentemente, Galoppo fez duras críticas ao gramado Allianz Parque. O meia, aliás, foi uma das vítimas do campo sintético. Foi lá que ele rompeu ligamentos do joelho esquerdo, durante o duelo com o Água Santa pelas oitavas de final do Paulistão. O Tricolor foi eliminado nos pênaltis, e o argentino não voltou mais a jogar desde então.
– Não sou a favor que os times da primeira divisão tenham sintéticos. A grande maioria dos campos é de grama natural, e a grama sintética faz a diferença a favor do time local. Além disso, o sintético do Palmeiras está muito desgastado e a bola passa muito rápido. Parece um daqueles sintéticos para jogar futebol de 5. Não é fácil jogar nesse tipo de campo – disse Galoppo, em entrevista ao Diário Olé.
As lesões do São Paulo no Allianz Parque
Quem inaugurou foi o agora ex-zagueiro Miranda. O defensor sofreu uma lesão no ligamento colateral medial do joelho esquerdo em 17 de outubro de 2022, durante o empate em 0 a 0 com o Palmeiras no Allianz Parque pelo Brasileirão. Aquele foi também o seu último jogo na carreira.
As seis leões do São Paulo no Allianz
- Miranda (ligamento colateral medial do joelho esquerdo, em outubro de 2022)
- Ferraresi (ligamento cruzado anterior do joelho direito)
- Rafinha (tornozelo esquerdo)
- Galoppo (ligamentos do joelho esquerdo)
- Welington (tornozelo esquerdo)
- Lucas Moura (coxa esquerda)
As outras lesões foram todas em 2023. No empate em 0 a 0 pela primeira fase do Paulistão, em janeiro, Ferraresi e Rafinha deixaram o campo com problemas físicos. O venezuelano rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito e ainda não voltou a atuar pelo clube desde então – ele já é relacionado por Dorival para algumas partidas. O lateral, por sua vez, sofreu uma lesão ligamentar no tornozelo esquerdo e ficou três meses sem jogar devido ao problema.
As outras duas lesões ocorreram no duelo com o Água Santa. Além de Galoppo, Welington sofreu uma lesão no tornozelo esquerdo. O jogador ficou fora de combate por quatro meses, até retornar na goleada por 4 a 1 sobre o Santos, em julho.
A última “vítima” do gramado sintético do Allianz Parque foi Lucas Moura. Não com problema de ligamento, mas com a lesão muscular que o tira de combate de ao menos cinco jogos pelo Tricolor. A tendência é de que o atacante só volte a campo após a Data Fifa de novembro.
Sem Lucas Moura, o São Paulo tenta se recuperar da goleada para o Palmeiras em novo jogo fora de casa. O Tricolor enfrenta o Athletico-PR no próximo domingo (29), às 16h (horário de Brasília), na Arena da Baixada, pela 30ª rodada do Brasileirão.