Entenda por que o São Paulo decidiu mandar jogo contra o Bragantino na Vila Belmiro
São Paulo preferiu mandar jogo na Vila Belmiro para fugir de gramado sintético do Allianz Parque
A CBF homologou na última segunda-feira (30) a mudança do local da partida do São Paulo contra o Red Bull Bragantino, na quarta-feira (8), às 20h (horário de Brasília), pela 33ª rodada do Brasileirão. Por conta dos shows das bandas Red Hot Chili Peppers e RBD, o Tricolor transferiu o jogo do Morumbi para a Vila Belmiro. Os motivos para a escolha do estádio do Santos são variados e vão desde as condições do gramado até à relação recente do clube com o Palmeiras.
Explica-se. No início do ano, São Paulo e Palmeiras firmaram um acordo de “troca de estádios”. Ficou acertado que o Tricolor jogaria no Allianz Parque quando o Morumbi estivesse cedido a shows e vice-versa. Julio Casares e Leila Pereira, os presidentes dos dois clubes, chegaram a celebrar o bom relacionamento entre os rivais fora de campo, inclusive como exemplo a outras equipes.
A parceria até deixou o papel para virar realidade. O Palmeiras mandou um clássico contra o Santos pelo Paulistão no Morumbi, e depois o São Paulo usou o Allianz para a partida contra o Água Santa, pelas quartas de final. O Alviverde ainda usaria a casa são-paulina para enfrentar o Cerro Porteño pela Libertadores.
Dessa vez, porém, o São Paulo “esqueceu” a parceria. O clube em momento algum cogitou mandar a partida contra o Bragantino no Allianz Parque e escolheu gastar com o aluguel da Vila Belmiro, em vez de fazer uso do acordo.
Sina de lesões na grama artificial é ponto principal
O principal motivo que fez o São Paulo abrir mão de jogar no Allianz Parque e escolher jogar na Vila Belmiro foi o gramado. O clube quis evitar atuar no campo sintético da casa do Palmeiras após registrar a sexta lesão na grama artificial na goleada por 5 a 0 para o Alviverde, na última quarta-feira (25). Lucas Moura deixou o clássico com um problema muscular.
– Pode ser coincidência. Agora, na minha opinião, sem atingir de maneira nenhuma as equipes que têm esse tipo de gramado, até porque eu trabalhei no Athletico-PR, uma equipe que tem esse gramado. De uma maneira ou de outra, fui beneficiado na quele período. É muito desigual jogar no gramado natural para um gramado como esse. Hoje, na Holanda, gramados assim estão proibidos. Alguma coisa de negativo, eles perceberam. Agora, se foi aceito, está na competição, não tenho que falar nada. É lamentável, porque o São Paulo teve jogadores aqui com lesões precipitadas. Não sei se pelo gramado, ou pelo atleta, é difícil afirmar – afirmou Dorival à época.
Quem inaugurou a sina de lesões foi o agora ex-zagueiro Miranda. O defensor sofreu uma lesão no ligamento colateral medial do joelho esquerdo em 17 de outubro de 2022, durante o empate em 0 a 0 com o Palmeiras no Allianz Parque pelo Brasileirão. Aquele foi também o seu último jogo na carreira.
As seis lesões do São Paulo no Allianz
- Miranda (ligamento colateral medial do joelho esquerdo, em outubro de 2022)
- Ferraresi (ligamento cruzado anterior do joelho direito)
- Rafinha (tornozelo esquerdo)
- Galoppo (ligamentos do joelho esquerdo)
- Welington (tornozelo esquerdo)
- Lucas Moura (coxa esquerda)
As outras lesões foram todas em 2023. No empate em 0 a 0 pela primeira fase do Paulistão, em janeiro, Ferraresi e Rafinha deixaram o campo com problemas físicos. O venezuelano rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito e ainda não voltou a atuar pelo clube desde então – ele já é relacionado por Dorival para algumas partidas. O lateral, por sua vez, sofreu uma lesão ligamentar no tornozelo esquerdo e ficou três meses sem jogar devido ao problema.
As outras duas lesões ocorreram no duelo com o Água Santa. Galoppo rompeu ligamentos do joelho esquerdo, e Welington sofreu uma lesão no tornozelo esquerdo. O jogador ficou fora de combate por quatro meses, até retornar na goleada por 4 a 1 sobre o Santos, em julho.
– Não sou a favor que os times da primeira divisão tenham sintéticos. A grande maioria dos campos é de grama natural, e a grama sintética faz a diferença a favor do time local. Além disso, o sintético do Palmeiras está muito desgastado e a bola passa muito rápido. Parece um daqueles sintéticos para jogar futebol de 5. Não é fácil jogar nesse tipo de campo – disse Galoppo, em entrevista ao Diário Olé.
Na Vila Belmiro, o São Paulo encontrará um gramado natural e em boas condições, aprovadas inclusive por Dorival Júnior. Este foi o único pedido feito pela comissão técnica para a partida. Havia possibilidade de usar também a Arena Barueri, mas o estádio está prestes a ser assumido pela Crefisa, empresa de Leila Pereira.
Em uma segunda esfera, o histórico recente de provocações dos dois rivais em campo também pesou. Na Copa do Brasil, o São Paulo eliminou o Palmeiras nas quartas de final e usou as redes sociais para provocar o adversário. Após a goleada por 5 a 0 da última quarta-feira, o Alviverde respondeu na mesma medida.
Os próximos jogos do São Paulo
- São Paulo x Cruzeiro – 31ª rodada do Brasileirão – quinta-feira (2), às 20h (horário de Brasília)
- Fluminense x São Paulo – 32ª rodada do Brasileirão – data e horário a definir
- São Paulo x Bragantino – 33ª rodada do Brasileirão – quarta-feira (8), às 20h (horário de Brasília)