Brasileirão Série A

Após apostas equivocadas, Santos tem cinco motivos para dar mais tempo a Marcelo Fernandes

Contra o Bahia, o técnico interino do Santos Marcelo Fernandes mostrou que merece um voto de confiança da diretoria

A vitória de virada sobre o Bahia, por 2 a 1, em Salvador, na noite desta segunda-feira (18), trouxe um pouco de paz no pesado clima da Vila Belmiro. Ocorre que os três pontos na Arena Fonte Nova estão longe de serem suficientes para fazer com que a diretoria descanse em berço esplêndido na luta do Santos contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. A busca da cúpula alvinegra pelo quarto treinador do ano segue a todo vapor. Mas será que a solução para o atual momento do Peixe não está dentro do próprio CT Rei Pelé?

Pensando nisso, a Trivela traz cinco motivos para que o Santos suspenda qualquer negociação e dê tempo para que o auxiliar Marcelo Fernandes lidere o elenco para evitar a inédita queda do Peixe à Série B.

Marcelo conhece e é respeitado pelos jogadores

Ao longo da atual temporada, o Santos já apostou em Odair Hellmann, Paulo Turra e Diego Aguirre. Os dois últimos treinadores, em razão da urgência de resultados para tirar a equipe da parte de baixo da tabela, não tiveram tempo para colocar suas ideias em prática e foram demitidos com pouco mais de um mês de clube.

Profissional com cerca de 20 anos dentro do Santos, Marcelo Fernandes já está envolvido no dia a dia do elenco, tem o respeito das principais lideranças do time e é querido pelos atletas. A comemoração no gramado da Arena Fonte Nova com João Paulo, Lucas Lima e Soteldo, por exemplo, evidencia isso.

Caso arrisque em um treinador de fora, a diretoria vai dar tempo e terá paciência para que ele conheça os jogadores com a competição entrando na reta final? A gestão de Andres Rueda, com 10 treinadores distintos, já mostrou que tempo e paciência não são suas principais características.

Acostumado com momentos de pressão

Por fazer parte da comissão técnica permanente do Santos, Fernandes já assumiu a equipe profissional em diferentes momentos de pressão. Claro que a luta contra o primeiro rebaixamento da história do clube deve ser considerado o mais difícil. Porém, toda a familiaridade que o interino tem com dirigentes, funcionários e torcedores pode contribuir nesse processo.

Identificado com o clube e a torcida

Outro ponto que conta a favor de Marcelo Fernandes é o fato de ser muito identificado com o clube, a cidade e parte da torcida. Além das passagens pelo Santos como auxiliar técnico, o profissional foi zagueiro do Peixe na década de 1990.

Diante das equivocadas escolhas da diretoria ao longo dos últimos anos, muitos torcedores e sócios entendem que nesse momento vale mais apostar em quem realmente se importa com a instituição do que encarar essa batalha contra o rebaixamento com um treinador sem identificação, mas com salários exorbitantes.

Cheio de vontade de mostrar serviço

Apesar da longa história na Vila Belmiro, Fernandes acabou dispensado pelo clube em julho do ano passado. A saída do interino foi um pedido de Lisca, que era o treinador do Santos. O então técnico não aprovava a presença de uma comissão técnica fixa no CT Rei Pelé e chegou a insinuar, em uma entrevista coletiva, que os membros da comissão técnica permanente vazavam as escalações treinadas para a imprensa visando atrapalhar o trabalho e assim conseguir uma efetivação.

Recontratado no início do mês passado, Marcelo Fernandes está certamente cheio de vontade de fazer um bom trabalho para deixar no ar uma resposta àquele que o tirou do clube.

Técnico campeão paulista de 2015

Trazido de volta ao Peixe como parte de uma reformulação no departamento de futebol do clube, Fernandes tem 46 jogos como técnico da equipe profissional do Santos – a maioria deles como treinador tampão. Até o momento ele acumula 21 vitórias, 10 empates e 15 derrotas.

Dentro desse histórico consta o título do Campeonato Paulista de 2015, quando o então auxiliar assumiu interinamente o cargo deixado por Levir Culpi e conduziu o Santos à conquista do Estadual sobre o Palmeiras na decisão.

Foto de Bruno Lima

Bruno Lima

Bruno Lima nasceu em Santos (SP) e se formou em Jornalismo na Universidade Católica de Santos (UniSantos) em 2010. Antes de escrever para Trivela, passou por A Tribuna
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