Brasileirão Série A

Andres Rueda concluiu o ‘planejamento’ de rebaixar o Santos iniciado há dez anos

Assim como seus antecessores, Rueda cometeu graves erros e viu o Santos ser rebaixado no Campeonato Brasileiro

Ainda assimilando tudo que aconteceu na última rodada do Campeonato Brasileiro e se conformando com o rebaixamento para a Série B, o torcedor do Santos tenta juntar os cacos para entender como o Peixe chegou a esse intragável momento da sua história. É fato que o presidente Andres Rueda é o principal responsável pela queda. A insistência em times de baixa qualidade foi determinante para que o clube flertasse fortemente com a segunda divisão nos últimos três anos até que virasse, de maneira oficial, um relacionamento na última quarta-feira (6). Rueda, no entanto, não agiu sozinho.

O Santos vem de seguidas administrações ruins. Antes da chegada de Rueda à presidência, o Peixe teve como mandatário Odílio Rodrigues, Modesto Roma Júnior, José Carlos Peres e Orlando Rollo. Ao longo das gestões desses cinco presidentes, não foram poucos os problemas financeiros provocados por vendas e compras de jogadores equivocados.

Odílio Rodrigues e suas negociações polêmicas

Odílio Rodrigues era o presidente em exercício do Santos, em 2013, quando o Santos decidiu negociar o atacante Neymar ao Barcelona, da Espanha, em uma negociação polêmica, que trouxe diversos problemas e prejuízo aos cofres do clube.

Posteriormente, o dirigente decidiu fazer um alto investimento, em parceria com a Doyen Sports, para viabilizar a contratação do atacante Leandro Damião, à época atleta do Internacional, por cerca de 12 milhões de euros (aproximadamente R$ 42 milhões na cotação da época).

Além de não trazer bons resultados em campo, Leandro Damião foi personagem de uma longa batalha jurídica entre Santos e Doyen Sports que resultou em uma dívida milionária aos cofres santistas.

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Modesto Roma e o imbróglio com Quantum

Após a saída de Odílio Rodrigues, Modesto Roma Júnior assume e leva o Santos à conquista do bicampeonato paulista de 2015 e 2016. Ocorre que o dirigente também cometeu erros graves.

Dentre eles, a contratação da empresa Quantum Solutions Limited, com escritório em Malta, para prestar serviço de intermediação com o Paris Saint Germain pelo pagamento do mecanismo de solidariedade referente a Neymar, de 5% em relação ao valor que o clube teria a receber (R$ 33 milhões) quando o craque trocou o Barcelona pelo clube francês, a título de comissão.

Além disso, houve o atraso de pouco mais de R$ 14,5 milhões em impostos relativos ao segundo semestre de 2017, que poderia caracterizar crime de apropriação indébita.

José Carlos Peres gasta mais do que tem

Em 2018, José Carlos Peres senta na cadeira da sala da presidência do Santos e, para atender os pedidos do técnico Jorge Sampaoli, entra forte no mercado. O dirigente contrata jogadores como Luan Peres, Felipe Aguilar, Soteldo, e Cueva, por exemplo.

Porém, meses mais tarde, o Santos passa a ser cobrado na Fifa pelo não pagamento de todos esses clubes e acaba punido pela entidade que administra o futebol mundial com um transfer ban.

Todos esses problemas, somados à reprovação de contas no Conselho Deliberativo do clube, levam os associados do Santos a tirar Peres da presidência por meio de um processo de impeachment.

Vice-presidente, Orlando Rollo assume a gestão

Com pouco mais de três meses de mandato pela frente, Orlando Rollo assume a presidência do Santos e encontra tempo para tomar decisões que afetam os já desgastados cofres alvinegros.

Santos vira terra arrasada com Rueda

Com a promessa de organizar as finanças do clube, Rueda passa três anos montando times ruins que impedem o torcedor do Santos de sonhar com algo que vá além da parte de baixo da tabela. As lutas contra os rebaixamentos nos campeonatos Paulista e Brasileiro nos dois primeiros anos de gestão não funcionam como alerta ao mandatário, que decide apostar na história do clube.

– O Santos fica na Série A. Não penso o contrário. Eu não considero risco de rebaixamento. O Santos é ‘incaível' – falou o Rueda no início da atual temporada. A tradição alvinegra não resiste à incapacidade técnica da equipe, e o dirigente concluiu o ‘planejamento' de derrubar o Santos iniciado há pouco mais de dez anos.

No próximo sábado (9), os associados do Santos irão definir em eleição quem será o presidente do clube no próximo triênio. Cinco candidatos concorrem ao pleito:

  • Ricardo Agostinho
  • Wladimir Mattos
  • Rodrigo Marino
  • Maurício Maruca
  • Marcelo Teixeira

O vencedor da eleição sabe que terá um grande desafio pela frente para remontar o elenco visando o retorno à elite do futebol nacional em 2025. Com uma queda drástica em suas finanças por conta do rebaixamento e de só ter o Campeonato Paulista e a Série B do Campeonato Brasileiro em 2024, o próximo presidente sabe que será inviável manter os principais jogadores de uma folha salarial mensal que é de R$ 12 milhões.

Foto de Bruno Lima

Bruno LimaSetorista

Jornalista pela UniSantos com passagem pelo Jornal A Tribuna de Santos. Já trabalhou na cobertura de jogos da Libertadores e das Eliminatórias Sul-Americanas no Brasil e no Exterior. Na Trivela, é setorista do Santos.
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