Brasileirão Série A

Reclamação do Botafogo com arbitragem é justa, mas Artur Jorge também precisa se explicar

Artur Jorge reclamou, com razão, da arbitragem do clássico entre Botafogo e Vasco, mas não explicou o momento irregular do time

O Botafogo deixou o clássico com o Vasco na bronca com a arbitragem. E com razão. Depois do empate em 1 a 1 em São Januário, no último sábado (29), o técnico Artur Jorge reclamou muito da entrada de Hugo Moura em Tchê Tchê ainda no primeiro tempo da partida em São Januário, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Apesar de ter razão na sua reclamação, o técnico do Botafogo também poderia ter dado mais explicações sobre a sequência irregular do time no Brasileiro.

Na dividida entre Hugo Moura e Tchê Tchê, o volante do Vasco acabou deixando o pé na canela do jogador do Botafogo. O árbitro Ramon Abatti Abel (Fifa-SC) marcou falta e não deu cartão, e o VAR não chamou o juiz para revisar o lance.

Na coletiva, Artur Jorge revelou que precisou tirar o meia durante o segundo tempo por causa do lance. Depois da partida, Tchê Tchê precisou levar seis pontos para fechar o ferimento causado por Hugo Moura.

— Vou reclamar também. Vocês têm que fazer essa análise também, acho importante que voltem a tocar naquilo que nos aconteceu frente ao Fluminense. Uma entrada violentíssima hoje no primeiro tempo no Tchê Tchê. Obrigou-me a tirá-lo no segundo tempo, está com uma ferida aberta, e eu não sei quando vou tê-lo à disposição de novo para jogar – afirmou Artur Jorge.

— Foi uma entrada violenta (em Tchê Tchê), e o VAR tem que intervir. Isso é criticar e ficar insatisfeito com momentos de jogo que condicionam e alteram. Podem passar impunes numa situação que aconteceu pela segunda vez. Com a imagem parada, o jogo parou, e eu já vi a imagem. É por demais evidente que não pode passar impune uma entrada daquelas, como já aconteceu frente ao Fluminense na nossa casa, no primeiro tempo também — completou o treinador.

No lance citado por Artur Jorge no clássico com o Fluminense, o técnico também tem razão na reclamação. Na ocasião, o volante Martinelli deu uma entrada dura em Gregore e recebeu apenas cartão amarelo. O VAR também não recomendou a revisão do lance.

Faltam explicações sobre sequência irregular

Se por um lado Artur Jorge tinha razão na sua reclamação, por outro, faltaram explicações sobre a sequência irregular do Botafogo no Campeonato Brasileiro. O Glorioso vem de uma sequência de atuações abaixo do esperado e com uma vitória nos últimos quatro jogos.

A última boa atuação do Botafogo aconteceu no clássico com o Fluminense, no dia 11 de maio, pela 8ª rodada. Naquele dia, apesar do 1 a 0, o time de Artur Jorge teve uma atuação segura na defesa e criou um grande volume de oportunidades.

Contra o Vasco, no último sábado, o Botafogo até foi melhor do que o adversário, mas também não fez muito por merecer a vitória. E, com o placar favorável na reta final da partida, as mexidas de Artur Jorge chamaram o Vasco para cima.

O time perdeu qualidade no meio com as substituições feitas pelo treinador poucos antes do gol de Vegetti, com as entradas de Danilo Barbosa, Patrick de Paula e Kauê.

Depois da partida, ao falar sobre o resultado, Artur Jorge até citou o ponto conquistado como visitante em um clássico, mas lamentou o resultado pelo contexto da partida, com o gol sofrido no fim.

— Um clássico é sempre um clássico. Um jogo que não tem favorito. A análise que faço é em cima do resultado. Não é um resultado que o Botafogo pode ficar satisfeito. Olhando pelo contexto, é mais um ponto somado fora de casa. Isso já faz com que nem tudo seja mal. Mas naquilo que é o Botafogo que eu idealizo e pela desilusão dos meus atletas, digo que não ficamos satisfeitos com o resultado – disse Artur Jorge.

Com o empate do último sábado, o Botafogo foi aos 24 pontos e assumiu a vice-liderança do Campeonato Brasileiro, com o mesmo número de pontos do líder Flamengo.

No entanto, o Glorioso ainda pode ser ultrapassado na sequência da rodada. O Botafogo volta a campo na próxima quarta-feira (3), às 19h (horário de Brasília), contra o Cuiabá, na Arena Pantanal.

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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