Brasileirão Série A

Fluidez no ataque e provocação ao Cruzeiro: como foi a estreia de Deyverson no Atlético-MG

Em 30 minutos em campo, Deyverson teve mais destaque fora do que na área, e não deixou de fazer sua tradicional provocação

Anunciado e apresentado nesta semana, o atacante Deyverson teve seus primeiros minutos com a camisa do Atlético-MG, justamente no clássico contra o Cruzeiro, que ele, como de costume, provocou a torcida rival no final. Com a bola, foi um jogador de poucos toques.

Deyverson entrou em campo aos 15 minutos do segundo tempo do clássico na vaga do jovem Cadu. Ele teve poucas ações com a bola (20), mas muito por conta do seu estilo.

O atacante é um jogador que, naturalmente, dá poucos toques na bola. Como ele mesmo brincou na coletiva de apresentação, não é nenhum Ronaldinho Gaúcho, então tenta fazer o simples.

Com ele em campo, o ataque do Galo pareceu mais fluido do que com Cadu. Ele se movimentou bastante, de um lado para o outro, e sempre que recebia, era, no máximo, dois toques: domínio e passe, fazendo um importante papel de pivô para fazer o ataque rodar.

Deyverson recebendo as instruções de Milito
Deyverson recebendo as instruções de Milito (Pedro Souza/Atlético)

Deyverson criou a grande chance do Galo

Em um jogo de poucas oportunidades, mas a maioria delas do Atlético, Deyverson criou a melhor do Alvinegro na etapa final, mas não foi finalizando a jogada, e sim criando ela.

Aos 36 minutos, ele pegou a sobra de uma cobrança de falta e deu um cruzamento perfeito na cabeça de Saravia, que ajeitou para o meio para Battaglia também cabecear, livre, quase na pequena área. Para o azar do Galo e de Deyverson, a cabeçada do zagueiro pegou em Zaracho quando iria entrar no gol.

Deyverson em estreia pelo Atlético
Fora da área, Deyverson foi quem criou a chance e não quem a finalizou (Pedro Souza/Atlético)

Deyverson contra o Cruzeiro — via SofaScore

  • 30 minutos
  • 20 ações com a bola
  • 8/11 passes certos
  • 1 passe decisivo
  • 2/3 duelos aéreos ganhos

Apesar de não ter conseguido finalizar, que é o que se espera de um atacante como ele, Deyverson mostrou que pode ser bem útil ao Galo também em outros aspectos, como um bom pivô e um jogador que deixa o ataque mais fluido, com toques rápidos. No fim do jogo, ele disse que sentiu o peso da camisa atleticana.

— Estar vestindo esse manto aqui, de um grande peso. Camisa de Reinaldo, Dadá e Tardelli. No campo eu senti ali um pouco o peso — Deyverson

“Nem ouvi a torcida deles”

Se Deyverson fugiu da sua característica em campo, fora dele ele manteve seu tom sempre bem-humorado e provocativo.

Na saída de campo, a Itatiaia flagrou o jogador fazendo sinal de “chororô” para a torcida do Cruzeiro. Já na zona mista, voltou a provocar a torcida rival, que foi a única presente no Mineirão, dizendo que não ouviu eles cantarem.

— Eu nem ouvi, cara, nem ouvi a torcida deles. Não fizeram nenhum barulho, não ouvi nada, acho que se tivesse no nosso estádio certeza que ouviria mais barulho ainda. Aqui eu não ouvi nada, não — disse o atacante.

Apesar de provocativo no fim do jogo, enquanto esteve em campo, não causou confusão, pelo contrário, entrou para separar uma. Quando Rubens se irritou com entrada forte de Matheus Henrique, o atacante foi quem chegou para separar a confusão, tirando tanto o cria do Galo quanto Arana da situação.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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