Brasileirão Série A

Milito prova que pode fazer o Atlético-MG jogar bem mesmo com formação mais comedida

Mesmo com três volantes, Atlético fez bom clássico contra o Cruzeiro e teve as melhores chances

Atlético-MG e Cruzeiro empataram por 0 a 0 nesta noite de domingo (10), no Mineirão, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro. O técnico Gabriel Milito surpreendeu ao escalar o Galo, na teoria, mais defensivo, e mostrou que o time dele também pode jogar mais comedido, mas ainda com suas características base.

Com três volantes (Otávio, Fausto Vera e Alan Franco), Milito pegou todos de surpresa, e muitos torcedores ficaram receosos de ver o time dessa forma. Mas, mesmo assim, o Galo fez uma boa partida, inclusive mantendo posse de bola e sendo o time que criou as melhores chances.

O Atlético esteve mais seguro em campo com os três volantes, que fizeram uma ótima partida sem a bola, parando o ímpeto cruzeirense na maior parte dos lances.

Com a bola, Otávio e Fausto Vera construíam bem o início das jogadas, quase sempre buscando as laterais, com Arana e Scarpa. Os dois alas, inclusive, foram os melhor do Galo quando o time tinha a bola, principalmente Scarpa.

Fausto Vera e Alan Franco, volantes do Atlético
Fausto Vera e Alan Franco, que fizeram do Galo um time melhor defensivamente (Pedro Souza / Atlético)

Primeiro tempo de mais chances para o Galo

Mesmo com um time, teoricamente, mais defensivo, o Atlético foi quem mais criou chances perigosas na primeira etapa. O Galo, inclusive, abriu o placar, mas foi marcado impedimento de Cadu.

Quem foi melhor no quesito pelo time atleticano foi Gustavo Scarpa, que fez Cássio trabalhar em uma grande defesa. Arana também fez o goleiro cruzeirense fazer uma importante defesa, provando como eles foram bem acionados.

Nos acréscimos, Paulinho recebeu lançamento espetacular de Scarpa e tocou por cima de Cássio, mas William apareceu para salvar.

Paulinho e Cássio durante clássico
Paulinho venceu Cássio, mas parou em William (Pedro Souza / Atlético)

Atlético sofreu no lado direito, mas conseguiu tranquilizar o jogo

Apesar do time mais defensivo, o Atlético teve problemas pelo lado direito da defesa, com Saravia fazendo uma partida bem abaixo do que pode. Inclusive, as três chances do Cruzeiro foram pelo lado dele.

Mas, depois de 30 minutos de um jogo mais aberto, o Atlético impôs seu jogo e conseguiu controlar ele mantendo a posse de bola, fazendo o Cruzeiro correr atrás, errar mais e, consequentemente, irritar a torcida celeste.

Deyverson estreia, mas sem muito brilho

Na etapa final, o Galo seguiu conseguindo controlar o jogo da sua maneira, evitando chegadas muito perigosas do Cruzeiro.

Milito, então, optou por promover a estreia de Deyverson, que entrou aos 15 da etapa final, mas sem muito brilho.

A melhor jogada do camisa 9 foi justamente fora das suas características. Geralmente sendo o cabeceador, Deyverson foi quem cruzou a bola na cabeça de Saravia, que tocou para o meio e Battaglia faria o gol também de cabeça, mas ela explodiu no rosto de Zaracho.

Milito prova que o problema não era o esquema

Depois de algumas derrotas e problemas defensivos, uma parte da torcida começou a criticar o esquema de Milito, dizendo que ele era muito exposto e que sofria demais. O treinador garantiu que o problema não era isso e sim o posicionamento dos atletas, e provou isso contra o Cruzeiro.

— Falei que eu sofro quando o time sofre gols. Não é uma ideia nossa, e quando isso acontece temos que detectar o problema. Quando detectamos, compartilhei com os jogadores as imagens do que não se pode repetir. Por isso digo que não é um problema de sistema — iniciou o treinador.

Tudo tem a ver com defender bem e controlar os contra-ataques. Principalmente nós, que somos propositivos e jogamos muito tempo nos campos rivais. Então, se não marcar os contra-ataques, é muito perigoso — Milito

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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