Brasileirão Série A

‘Pavor pelo balón’: com Turra, Santos é o 2º com menos posse de bola no Brasileirão

Time vai na contramão de antigo lema e sofre com a estatística e os resultados

Se em 2019, ainda sob o comando do argentino Jorge Sampaoli, o Santos se orgulhava de ser o time que tinha ‘amor pelo balón' (frase do técnico, que, traduzida do espanhol, significa amor pela bola), atualmente, com Paulo Turra à beira do campo, o torcedor alvinegro se desespera ao constatar que a equipe tem verdadeiro “pavor pelo balón” (pavor pela bola).

Desde que o atual treinador desembarcou na Vila Belmiro, o Peixe disputou cinco jogos pelo Campeonato Brasileiro, mas em nenhum deles o time teve mais posse de bola do que os seus adversários.

Esse desempenho recente fez o Santos se tornar a segunda equipe com menos posse de bola de toda a competição.

Com Turra no comando, a partida em que o Peixe mais teve a bola sob controle foi na vexatória derrota por 3 a 0 para o Cuiabá, na Arena Pantanal, no Mato Grosso. Na ocasião, segundo dados do WyScout – plataforma de estatísticas – a equipe teve os mesmos 50% dos donos da casa.

Nos demais jogos, no entanto, passou longe de igualar esse percentual. E isso acabou se traduzindo em desempenho. Dos 15 pontos disputados com Turra como treinador, o Santos conquistou apenas quatro – aproveitamento de 26%.

Santos dominado pelo Goiás

Apesar da suada vitória por 4 a 3 sobre o Goiás, na Vila Belmiro, o Santos não conseguiu se impor dentro da sua própria casa diante de um adversário direto na luta contra o rebaixamento.

Após terminar o primeiro tempo vencendo por 3 a 1, o Peixe foi dominado na segunda etapa e viu o Goiás empatar. A única vitória alvinegra com Turra no banco de reservas foi conquistada por meio de um pênalti nos acréscimos.

Ao apito final, as estatísticas apontaram 66% de posse de bola para o Goiás contra 34% para o Santos.

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Santos inofensivo contra o São Paulo

Depois dos três pontos contra o Goiás, o Santos teve uma semana inteira livre para treinamentos, no CT Rei Pelé, antes do clássico contra o São Paulo no Morumbi. A expectativa era de um time organizado, motivado e capaz de encarar o rival mesmo fora de casa.

Mas assim que o jogo teve início o torcedor se deparou com um Santos acuado no campo de defesa e sem qualquer poderio ofensivo.

Empurrado pelo seu torcedor, o São Paulo teve amplo domínio da partida, 60% de posse de bola contra 40% do Santos e uma tranquila vitória por 4 a 1.

Santos quase surpreende o líder

Na rodada seguinte, após mais uma semana livre para treinamentos, os comandados de Paulo Turra receberam o líder Botafogo na Vila Belmiro. Reforçado por Jean Lucas, contratado do Monaco, o Santos se mostrou mais organizado e quase surpreendeu o líder do Brasileirão.

Após terminar o primeiro tempo vencendo por 1 a 0, o Peixe voltou do intervalo mais cauteloso e explorando os contra-ataques. E desta forma, aos 36 minutos do segundo tempo, fez 2 a 0.

Quando a vitória parecia garantida, o Santos viu o Botafogo aumentar a pressão e, em seis minutos, empatar a partida.

Com o Peixe acuado no campo de defesa e as estatísticas apontando 61% a 39% de posse de bola para os cariocas, por muito pouco o time da Vila Belmiro não amargou uma nova derrota.

Fluminense faz a lição de casa

Com o Santos eliminado das demais competições, Turra pôde desfrutar da sua quarta semana livre para treinamentos no CT Rei Pelé antes de viajar para encarar o Fluminense, no último sábado (30), no Maracanã.

Esse tempo livre, no entanto, não teve saldo positivo.

Ao longo dos 102 minutos de bola rolando, o Peixe teve 30% contra 70% do Fluminense em posse de bola e conseguiu finalizar apenas três vezes. Todas para fora. Ao final da partida, vitória tricolor por 1 a 0.

Posse de bola do Santos com Turra

  • Santos 50% x 50% Cuiabá
  • Santos 34% x 66% Goiás
  • Santos 40% 60% São Paulo
  • Santos 39% x 61% Botafogo
  • Santos 30% x 70% Fluminense

Como era com Odair Hellmann?

Considerando apenas a questão de posse de bola, o aproveitamento do Santos com Paulo Turra é inferior ao que a equipe tinha com Odair Hellmann.

Nos últimos cinco jogos de Hellmann válidos pelo Brasileirão, o Peixe encarou Palmeiras, Red Bull Bragantino, Internacional, Coritiba e Corinthians.

Nesses duelos, o Santos só não teve mais posse do que Palmeiras e Red Bull Bragantino.

  • Santos 40% x 60% Palmeiras
  • Santos 39% x 61% Red Bull Bragantino
  • Santos 56% x 44% Internacional
  • Santos 52% x 48% Coritiba
  • Santos 53% x 47% Corinthians

Segundo time com menos posse

Com essa postura adotada por Paulo Turra, o Santos terminou a 17ª rodada como o segundo com menos posse de bola da competição. A média de posse de bola do Peixe no Brasileirão é de 42.9%. Somente o América-MG, penúltimo colocado do campeonato, com 42.6%, tem percentual inferior.

Com 17 pontos conquistados, o time da Vila Belmiro é o 15º colocado do campeonato e tem apenas dois de vantagem para o Bahia, o primeiro time da temida zona de rebaixamento para a Série B.

Foto de Bruno Lima

Bruno LimaSetorista

Jornalista pela UniSantos com passagem pelo Jornal A Tribuna de Santos. Já trabalhou na cobertura de jogos da Libertadores e das Eliminatórias Sul-Americanas no Brasil e no Exterior. Na Trivela, é setorista do Santos.
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