Brasileirão Série A

Desatenção, rebote e cortes errados: como defesa do Palmeiras desmontou em três jogos

Melhor defesa do campeonato levou, em três jogos, um terço do que levara em 29

A defesa do Palmeiras vinha fazendo um trabalho tão bom que, mesmo sofrendo sete gols nos últimos três jogos — Juventude (5 a 3), Fortaleza (2 a 2) e Corinthians (0 a 2) –, conseguiu se manter como a segunda menos vazada do Campeonato Brasileiro.

Até o jogo contra o Grêmio, desta sexta-feira (8), o Alviverde levou 27 gols, apenas um a mais que o líder Botafogo. Primeiro e segundo colocados têm os mesmos 26 gols de saldo. Com 53 feitos, o Palmeiras tem o melhor ataque.

Antes do confronto com o Juventude, o Palmeiras tinha uma média de 0,68 gol sofrido por jogo — 20 em 29 partidas. Número que dá bem a dimensão do que significam os 2,3 por jogo das últimas três rodadas.

Em três jogos, o Palmeiras sofreu mais de um terço do total sofrido nas 29 rodadas anteriores.

Não há como se apontar um vilão, mas vários

Uma análise sobre os sete gols mostra tipos diferentes de problemas, que não permitem que se aponte um vilão específico. Há mais de um.

Embora exista a coincidência de Vitor Reis ter substituído Murilo nos três jogos, o jovem defensor só falhou diretamente em um lance — o segundo gol do Fortaleza, e em parceria com Mayke.

Já o lateral-direito também foi mal no terceiro do Juventude, ao cair infantilmente em drible de Édson Carioca.

No balaio alviverde, houve falha de Weverton, desatenção de Ríos e Felipe Ânderson, e passe errado de Raphael Veiga, entre outros problemas. Um tipo de lance, porém, apareceu mais vezes.

Palmeiras perdeu muitos rebotes em cortes malfeitos

Dos sete gols, quatro aconteceram por conta de um tipo específico de erro: os cortes malfeitos, acompanhados de desatenção no rebote.

O segundo gol do Juventude sai assim, após cobrança de escanteio. Contra o Fortaleza, são dois gols após cortes que sobraram para adversários.

E o gol que abriu a vitória do Corinthians, de Garro, também é fruto de um corte deficiente, de Caio Paulista.

Como foram os sete gols sofridos pelo Palmeiras em sete jogos.

1º do Juventude
Escanteio cobrado por Alan Ruschel tem um desvio na primeira trave, de Lucas Barboza, marcado por Ríos. A bola viaja até o segundo pau, onde Danilo Boza se antecipa a Felipe Ânderson para fazer o gol.

2º do Juventude
Escanteio de Ruschel, de novo. Weverton corta parcialmente, e a bola cai na meia-lua. Jadson cabeceia para a linha de fundo, no lado direito. João Lucas evita a saída e cruza fraco e rasteiro no meio da área. Ninguém corta, e Ronaldo faz o gol

3º do Juventude
Edson Carioca entra pela esquerda, dribla Ríos e Mayke (caneta), ao mesmo tempo, e bate forte, de esquerda, para vencer Weverton.

1º do Fortaleza
Pikachu cruza da direita, a bola atravessa a área, toque de cabeça para o meio. Felipe Ânderson rebate mal e Hércules pega de fora da área, pouco depois da meia-lua.

– Tem a ver com a decisão dos jogadores. O primeiro gol do adversário (contra o Fortaleza) é um excelente arremate de fora da área e só faz gol quem arremata. Há que realçar a coragem do adversário, não conseguimos bloquear o segundo rebote — disse Abel Ferreira, sobre o lance.

2º do Fortaleza
Em cobrança de falta, o meio fica desatento, e o Fortaleza bate falta da esquerda rápido. A bola vai de pé em pé até a direita. Da intermediária, Brites lança baixo na área. Vitor Reis fura, Mayke tira mal, e Moisés bate de dentro da área para fazer.

1º do Corinthians
Veiga erra passe próximo à meia-lua, na saída de jogo. Torres abre para Yuri Alberto na esquerda, que ajeita o corpo e cruza no segundo pau. Caio corta mal, Matheuzinho limpa Aníbal e Gomez e rola para Garro bater forte e rasteiro.

— Erros individuais. Viu como foi o gol contra o Fortaleza? Corte errado dentro da área e chute de fora, igual o gol do Garro hoje. Ele fez um gol que nós, dentro da área, não fizemos…

2º do Corinthians
Ríos divide mal com Martinez e perde no corpo. O corintiano avança e aciona Garro, que abre na esquerda para Yuri. Weverton perde completamente o tempo da jogada, sai mal, e Yuri bate de esquerda e sem ângulo para fazer 2 a 0.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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