Brasileirão Série A

Derrota com ‘olé’ para o Corinthians mostrou que Palmeiras precisa mudar para brigar por título

Time de Abel Ferreira mostrou um festival de deficiências durante a derrota para o maior rival em clássico

Só não dá para dizer que o ano do Palmeiras acabou porque estamos falando de um grupo e de um técnico que já mostraram inúmeras vezes serem capazes de se reinventar.

Mesmo assim, é preciso muito otimismo para se imaginar que um time que acerta o gol quatro vezes em 15 chutes, como foi o Palmeiras na derrota por 2 a 0 para o Corinthians, dessa segunda-feira (4), pode chegar a algum lugar.

E com direito a “Olé”, algo que Abel Ferreira já pediu à torcida do Palmeiras para não fazer no Allianz Parque. Talvez ele enfim tenha entendido que, às vezes, não dá para ser mais realista que o rei.

Não tem como vencer sem acertar o gol

O Palmeiras tem o sétimo pior desempenho do torneio no quesito que é o básico do futebol para quem quer ganhar jogos: acertar a meta adversária (números do FootStats)

Como disse Abel, após o empate com o Fortaleza (2 a 2), um gol perdido cara a cara é tão grave quanto um frango. Pois no Dérbi, o Palmeiras conseguiu ter os dois.

Antes dos 15 do primeiro tempo, Flaco López, Felipe Ânderson e Raphael Veiga desperdiçaram chances inaceitáveis, frente a frente com o goleiro Hugo Souza. A chance perdida pelo argentino, aliás, foi o primeiro ataque da partida, aos 20 segundos de bola rolando.

E o gol de Yuri Alberto (2 a 0), aos 11 do segundo tempo, por mais que tenha começado em uma dividida para a qual Richard Ríos foi de modo indolente, pode ser colocado na conta de Weverton.

O camisa 21, que fizera um milagre frente a frente com Garro, pouco antes do 0 a 1 (aos 41 do 1º tempo), errou completamente o tempo da bola, permitindo que um chute sem força do camisa 9 alvinegro balançasse a rede.

Abel Ferreira durante a derrota do Palmeiras para o Corinthians (Foto: Vinicius Nunes/Agência F8/Gazeta Press) Agencia F8/Agencia F8
Abel Ferreira durante a derrota do Palmeiras para o Corinthians (Foto: Vinicius Nunes/Agência F8/Gazeta Press)
Agencia F8/Agencia F8

Mudanças do 2º tempo fizeram o Palmeiras ser mais perigoso

Após mais uma partida protocolar e sem ousadia — além do gol perdido –, já não há mais justificativa para Felipe Ânderson seguir na equipe titular. E depois de perder de novo a bola que transformaria o jogo, Flaco López também merecer visitar o banco.

Se Dudu estiver de fato recuperado física e medicamente, como diversas fontes ouvidas pela Trivela atestam, já contra o Grêmio, na sexta-feira (8), a ponta-esquerda precisa ser sua.

E não que Rony seja garantia de gol. Mas, ao menos, é uma mudança no ataque. Um centroavante que desperdiça a chance que pode mudar o jogo semana após semana, como Flaco, não pode ser premiado com a manutenção entre os titulares.

Palmeiras também teve deficiências no meio-campo

Gabriel Menino é outro que precisa ao menos ter chance de se mostrar mais em campo. Embora tenha entrado na vaga de Aníbal, é no lugar de Ríos que ele faria diferença para o Palmeiras.

Maurício também merece voltar a ter espaço. Foi com ele que o Palmeiras cresceu no campeonato. Foi sem ele que o time caiu de produção.

Algo precisa ser feito. Porque do jeito que está, não dá para ficar. A não ser que o time esteja farto de conquistar títulos, parafraseando a frase de Abel sobre a torcida, no empate com o Fortaleza.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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