Faltando um ensaio, Palmeiras segue sem substituto para Dudu no jogo do ano
Tentativas do Palmeiras esbarram em sumiço de Artur e Rony deslocado para a ponta

Na busca por um substituto para o lesionado Dudu, na ponta esquerda do Palmeiras, o técnico Abel Ferreira mais uma vez testou Artur pelo lado oposto do campo ao que ele está acostumado a jogar.
E, assim como aconteceu contra o Corinthians, pelo Brasileiro, o desempenho do jogador pela ponta esquerda não foi bom na sexta-feira (15), na vitória sobre o Goiás, por 1 a 0.
Apesar da conquista dos três pontos, com gol de Breno Lopes, nos acréscimos, o time sofreu o jogo inteiro para se articular no ataque – em que pese Raphael Veiga, gripado, ter começado no banco, comprometendo a criação do time.
Palmeiras fica com “dois a menos”
Artur, que costuma ser muito perigoso pela direita do ataque, esteve desaparecido a maior parte do tempo contra o Goiás.
Em última análise, com Artur na esquerda, o Palmeiras perde dois jogadores: Dudu lesionado e o próprio Artur, deslocado.
É possível dizer que o time perde ainda uma terceira arma, já que o jogo de Piquerez, acostumado a atuar espetado como um ponta, fazendo jogadas de ultrapassagem com Dudu, também some com Artur ao seu lado.
A prova cabal de que a esquerda não é o lugar de Artur veio com menos de cinco minutos do jogador atuando pelo seu lado preferido diante do Goiás.
Já no segundo lance depois de voltar para a ponta direita, o atacante recebeu de Piquerez, dominou e bateu com força, criando o momento de maior perigo do Palmeiras no segundo tempo. Foi, aliás, a única finalização do camisa 14 na partida.
Para completar, o experimento com Mayke atuando como ponta pela direita, que deu tão certo na reta final do Brasileiro de 2022 e contra o Deportiva Pereira, na Colômbia, também não funcionou.
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Nenhuma tentativa deu certo de verdade
O ponto é que com apenas uma partida – Grêmio, no próximo dia 21, pelo Brasileiro – antes da semifinal da Libertadores contra o Boca Juniors, no próximo dia 25, em Buenos Aires, o Palmeiras ainda não tem uma solução.
Atuar com três zagueiros, como foi na volta das quartas da Libertadores, contra o Deportivo Pereira, se mostrou uma opção equivocada.
A opção por López fazendo dupla com Rony, também testada neste jogo, funcionou menos ainda.
Crias oferecem opção
De tudo que foi tentado por Abel, as soluções que mais funcionaram incluem Crias da Academia.
Endrick foi muito bem nos minutos em que atuou contra o Corinthians, causando a expulsão de Maycon, com muita velocidade pelo lado esquerdo do campo. Sua entrada, porém, manteria a necessidade de colocar Artur na direita, já que o camisa 9 não é um jogador que pode ser puxado para a articulação.
Se Endrick entrar na sua posição, como centroavante, quem muda de função é Rony, que voltaria para a ponta – setor em que não entrega nem sombra do desempenho que tem como 9. É o paradoxo de se criar um problema para solucionar outro.
A outra solução que funcionou foi Kevin. O problema é que houve pouquíssimo tempo para uma avaliação com a consistência que Abel costuma julgar adequada para tomar grandes decisões
Até o jogo contra o Goiás, Kevin tinha três minutos pelo Palmeiras no ano. Agora, com os acréscimos diante do Esmeraldino, são 39 minutos de futebol profissional dele pelo clube paulista.
É difícil imaginar que um jogador com tão pouca rodagem vá ser titular no jogo mais importante do ano. Mas o fato é que a entrada de Kevin fez inclusive a produção de Piquerez crescer.
Haveria ainda uma quarta hipótese, chamada Breno Lopes. Mas diante da atitude do jogador, não é possível nem mesmo cravar que ele estará na delegação que vai para a Argentina.