Brasileirão Série A

Palmeiras estendeu seu projeto vencedor ao limite de vê-lo morrer vaiado

Clube alviverde perdeu, salvou o Fluminense e ficou com um melancólico vice-campeonato

Foram quatro anos de domínio quase total do Palmeiras no Brasil, desde novembro de 2020. Há 49 meses, começou uma era que deu dez títulos ao Alviverde comandado por Abel Ferreira.

E pode até soar estranho se falar em “morte de um projeto” que tanto conquistou e terminou o Campeonato Brasileiro com o vice-campeonato na temporada, a seis pontos do campeão Botafogo — 79 a 73.

Mas é justamente o 2º lugar no Campeonato Brasileiro, a prova de que o Palmeiras deixou passar o ponto de fazer mudanças que nem precisavam ter sido tão grandes. Apenas suficientes e pontuais para uma transição suave.

Vaias ao apito final

Ao apito final de Palmeiras 0 x 1 Fluminense, que livrou o time do técnico desafeto Mano Menezes do rebaixamento, vaias de praticamente todos os 34 mil torcedores presentes ao estádio neste domingo (8) colocaram um fim melancólico na era mais vencedora do clube.

Para muitos, foi o milagroso título no Campeonato Brasileiro do ano passado, o que fez com que uma já necessária reformulação não fosse levada a cabo.

Jogadores como Rony, Zé Rafael, Gabriel Menino, entre outros, teriam ganhado sobrevida por conta da inesperada conquista.

Para outros, foi a não evolução de Flaco López e Richard Ríos, além de erros nas contratações de Felipe Ânderson, Maurício, Caio Paulista e Giay, o que estagnou o Palmeiras.

O ponto é que, independentemente da conclusão, um elenco que levou a torcida a momentos marcantes nos últimos anos merecia se despedir de uma maneira mais condizente com aquilo que conquistou.

Uma incógnita para 2025

Em vez disso, o Palmeiras encerra a temporada como uma incógnita. Com a disputa do torneio mais importante de sua história em vista, o Super Mundial de Clubes, o time há tempos não se via tão perdido quanto ao planejamento da próxima temporada.

Abel Ferreira à beira do campo
Abel Ferreira à beira do campo (SUSA/IconSports)

Porque, até setembro, o pensamento da diretoria era manter todo o elenco e reforçar-se pontualmente. Algo que hoje soa absurdo diante do mau futebol e do desânimo com o que o time encerrou o ano.

E o mais grave nem é isso. Deixando o Mundial de lado, pois, na verdade, ganhá-lo é pouco mais que uma utopia, o Palmeiras não sabe hoje nem com que elenco vai estrear no Campeonato Paulista e na Copa Libertadores, os primeiros desafios do time em 2025.

Dudu se despede atrapalhando lance do gol

Naquele que deve ter sido seu último jogo pelo Palmeiras, Dudu entrou em campo na segunda etapa. No lugar de um péssimo Aníbal Moreno, que foi simplesmente derretendo ao longo do campeonato.

A torcida, que o pedia desde o aquecimento, se empolgou. E o camisa 7 entrou aceso, criando bastante pelo lado esquerdo e aparecendo para as jogadas.

Mas quis o destino que ele participasse negativamente do melhor lance do time no jogo, logo aos 6 da segunda etapa.

Após jogada da esquerda, de Estêvão. O Baixola disputou lance com a zaga do Flu, e nem passou perto de alcançar a bola. O rebote sobrou para Vanderlan, que ajeitou no peito e bateu cruzado para fazer um golaço.

Mas a disputa de Dudu no lance que gerou o rebote foi em impedimento. E o gol foi anulado.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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