Brasileirão Série A

Os 5 resultados inadmissíveis que complicaram a vida do Palmeiras pelo tricampeonato

Time do técnico Abel Ferreira desperdiçou pontos teoricamente fáceis e viu Botafogo abrir vantagem

Se existe um campeonato cuja justiça não pode ser contestada, é o campeonato por pontos corridos. Conquista o troféu o time com melhor desempenho ao longo das 38 rodadas — em que pesem oscilações que se diluem com o passar do calendário.

Mas como já ensinou Muricy Ramalho, único técnico tricampeão seguido do Campeonato Brasileiro — 2006, 2007 e 2008 –, o torneio no formato todos contra todos em turno e returno também tem suas decisões.

São jogos-chave da tabela, contra rivais específicos, que ajudam a minar os adversários diretos e dão moral. Contudo, sem cumprir o básico, que é conquistar os pontos esperados, pouco adianta vencer as tais decisões.

E, em 2024, o Palmeiras falhou tanto nas decisões que teve quanto deixou de conquistar resultados óbvios para quem buscava o título.

Perdeu as duas “finais” para o Botafogo

Rony lamenta gol perdido pelo Palmeiras (Photo: Imago)
Rony lamenta gol perdido pelo Palmeiras (Photo: Imago)

Já em 2023, era possível saber que o grande rival do Palmeiras para esta temporada seria o Botafogo. De modo que os dois jogos contra os campeões da Copa Libertadores seriam fundamentais.

Em 2024, o Palmeiras não venceu os alvinegros nenhuma vez. Perdeu na ida das oitavas da Libertadores no Rio (0 a 1) e empatou no Allianz Parque (2 a 2).

Já no Brasileiro, foi derrotado duas vezes. Do Nilton Santos, saiu com um 0 a 1 até aceitável. Mas o 1 a 3 do último dia 26, no Allianz Parque, precisa ser visto como desastroso na conta de um time que liderava o campeonato e tinha na partida a chance de colocar oito dedos na taça.

Em especial por conta de outros cinco resultados que o Palmeiras não poderia ter obtido:

O efeito Barueri: Derrotas para Athletico-PR e Internacional

O jogador Estêvão, da SE Palmeiras, disputa bola com o jogdor do C Athletico Paranaense, durante partida válida pela sexta rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, na Arena Barueri. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)

Era ainda a segunda rodada do Campeonato Brasileiro quando o Palmeiras estreou jogando no estádio que ninguém no clube suporta. Comissão técnica, jogadores e funcionários falam abertamente que jogar na arena da Grande São Paulo é um tormento.

Abel Ferreira chegou a dizer que o Palmeiras não poderia ser cobrado para conquistar o título enquanto fosse mandante na Arena Barueri — cuja reforma para futura utilização está perto do fim.

Foram duas derrotas seguidas. Em 12 de maio, o Palmeiras levou um 1 a 0 do Internacional. Considerando que o Inter teria um excelente rendimento no resto do torneio, não parece ter sido um resultado tão ruim.

Mas foi, porque o time apenas empatou (1 a 1) com o Colorado no segundo turno, mesmo após o Rio Grande do Sul ter passado pela tragédia que deixou parte do Estado debaixo d'água — o que levou o confronto para Caxias do Sul.

A derrota para o Athletico-PR (0 a 2), em 17 de maio, porém, foi pior. Porque o Palmeiras foi amassado pelo Furacão, que ainda briga contra o rebaixamento. Um time que disputa o título não pode perder pontos em casa para um candidato à queda.

Palmeiras 0 x 2 Vitória: Inadmissível até com time misto

Estevão do Palmeiras deixa o campo de maca na derrota para o Vitória
Estevão do Palmeiras deixa o campo de maca na derrota para o Vitória (Photo: Yuri Murakami/Fotoarena/Sipa USA) – Photo by Icon Sport

Em meio a uma sequência de três partidas em oito dias, Abel Ferreira elegeu o jogo contra o Vitória, em casa, para ser aquele em que meio time seria poupado — mesmo vindo de uma derrota para o Fluminense (0 a 1) no Maracanã.

Mas deu tudo errado. O Palmeiras foi péssimo e, para piorar, Estêvão, que vinha se recuperado de uma lesão no joelho adquirida na derrota para o Botafogo dez dias antes, se machucou novamente.

O 0 a 2 diante de outra equipe que também passou a maioria do torneio lutando para se afastar das últimas posições é inadmissível, mesmo tendo acontecido com um time alternativo.

Bragantino 0 x 0 Palmeiras: “Melhor jogo nosso no ano”

À Trivela, funcionários do Red Bull Bragantino confidenciaram que o empate por 0 a 0 foi o melhor jogo da equipe na temporada.

Quem não soubesse o contexto, e se deparasse com a partida pela  29ª rodada, de fato julgaria estar distante de uma briga pela ponta.

Em vez disso, o Palmeiras encarava ali um time que brigava e ainda briga para não retornar à segunda divisão. O resultado foi muito ruim para o Palmeiras, que viu o Botafogo abrir dois pontos de vantagem.

Palmeiras 2 x 2 Fortaleza: Empate em casa antes de um Dérbi

Por mais sonoro que seja o resultado, o 0 a 3 do 1º turno, em Fortaleza, foi bem menos desastroso para o Palmeiras que o empate por 2 a 2 do returno.

A sete rodadas do fim do Brasileiro, tendo recentemente empatado com o Bragantino, o Palmeiras não poderia ter empatado em casa com o Fortaleza — em especial tendo um Dérbi pela frente.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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