Perdeu o jogo e a liderança: Palmeiras cai para o Botafogo e Abel é chamado de burro
Alviverdes foram piores em campo e terminam o Brasileirão sem bater nenhum dos outros três primeiros colocados
Quem acompanha o Palmeiras sabe que o roteiro se repete com frequência. O Palmeiras começa mais aceso e cria uma primeira chance claríssima, que normalmente desperdiça.
Nesta terça (26), aconteceu com Gustavo Gómez, aos 6, em uma cabeçada sozinho. Como também acontece com frequência, criou também a segunda chance mais clara. E a terceira.
Até os 18, haviam sido 8 finalizações do Palmeiras. E para manter o roteiro como de hábito, os visitantes abriram o placar no primeiro chute, aos 18, com Gregore.
O que normalmente não está no script é o Palmeiras perder a cabeça, como aconteceu aos 24 do segundo tempo. Antes de um escanteio, Rocha foi dar uma braçada em Igor Jesus e acertou o olho do botafoguense. Foi expulso com auxílio do VAR.
Expulsão matou as pretensões
O Palmeiras desmanchou após a expulsão. E na sequência, aos 27, Savarino saiu frente a frente com Weverton em uma desatenção de todo o time alviverde. Um tiro de meta de John, um desvio de Jesus e, cara a cara, o venezuelano fez o 2 a 0.
Para piorar, Estêvão ainda pediu substituição. E, pela primeira vez, Abel Ferreira foi chamado de “burro” em alto e bom som no Allianz Parque. Foi no setor da Mancha Verde, e logo foi abafado pelo resto do estádio. Mas aconteceu, aos 37 do 2º tempo.
Com um a menos e desfigurado, o Palmeiras ainda levou 3 a 0, aos 43: Savarino bateu o escanteio no segundo pau e Adryelson, sozinho, testou firme.
Como numa pelada, o Palmeiras descontou aos 47, com Richard Ríos, em um rebote de falta cobrada na área alvinegra. Foi tarde, foi pouco. E o tricampeonato, que chegou a parecer tão próximo, virou uma missão quase impossível.
O time de Abel Ferreira agora está três pontos atrás do Botafogo, e ainda tem o Cruzeiro, em Belo Horizonte, e o Fluminense, no Allianz, pela frente.
O Botafogo encara o Internacional, fora, e o São Paulo, em casa, na última rodada.
Palmeiras começou marcando em cima
O Palmeiras começou surpreendente, marcando a saída do Botafogo e sufocando os visitantes. Como os alvinegros saiam mais pela direita, Felipe, Rony e Caio conseguiam apertar e roubar. Pelo meio, Aníbal e Ríos também tinham sucesso.
Como é normal, o Palmeiras teve a primeira grande chance do jogo. E como também é normal, desperdiçou, aos 6. Sozinho no segundo pau, Gómez cabeceou meio com a orelha, meio com o ombro, e a bola saiu. Aos 9, após enfiada de Rocha, Rony não alcançou e, de canela, também perdeu.
Mas, aos 18, os visitantes desmontaram o Palmeiras. No segundo escanteio seguido, o Botafogo fez o primeiro em uma jogada ensaiada que pareceu perfeita. Mas, na verdade, saiu errada:
— Não era para eu estar ali, eu achei que era outra jogada — confessou Gregore, na saída para o intervalo.
Gol do Botafogo fez o jogo ser fácil para os cariocas
Pouco importa que a jogada foi errada, e que foi o primeiro chute alvinegro. O 1 a 0, àquela altura, não era justo. Mas acabou fazendo jus ao que o time carioca produziu dali em diante.
O Palmeiras, que até acertou a trave com Rony, aos 22, se retraiu e se assustou. Felipe Ânderson, o pior do time, se escondia em campo aos olhos de todos. O time errava passes fáceis.
E o Botafogo passou a administrar o jogo e chegar com trocas de passes curtos e enfiadas nas costas da defesa verde.
Estêvão recebeu algumas bolas, errando alguns dribles e decisões. Para achar espaço, jogou pelo meio e até pela esquerda. Mas não encaixava a jogada decisiva que vem sendo sua marca.
Exceto por uma, aos 45, que encontrou Marcos Rocha entrando pelo lado esquerdo. A testada foi firme, mas John conseguiu espalmar, mesmo pego no contrapé.
A liderança se desmanchou
O Palmeiras também começou o segundo tempo melhor. Mas foi perdendo chances, perdendo a calma e, por fim, perdendo o jogo e a liderança.
Flaco teve chance cara a cara aos 9. Rony teve outra, aos 10. Mas depois da expulsão de Marcos Rocha, o Palmeiras se perdia cada vez mais.
O inútil gol de Ríos serviu para diminuir a dor da derrota. Mas só. E por mais que os palmeirenses tenham se cansado de reclamar após o apito, venceu o melhor time. Não apenas no jogo, mas também no Brasileirão.