Brasileirão Série A

Pereyra, Wendel, Moreno: Palmeiras amplia e redesenha estratégia no mercado

Palmeiras amplia possibilidades de reforços e também mira jogadores mais experientes para 2024

O Palmeiras abriu um pouco o leque no que diz respeito aos seus alvos no mercado. Por  anos, o clube buscou jogadores jovens com potencial de retorno técnico e financeiro. Mas, na atual temporada, por exemplo, o Verdão abriu conversas para contratar Roberto Pereyra, meia argentino de 32 anos da Udinese. 

Em que pese Pereyra ter sido avaliado como uma oportunidade de mercado, pois estava sem contrato, seu perfil foge completamente do usual no clube. Wendel, 25, do Zenit (RUS), Aníbal Moreno, 24, do Racing, mesmo jovens, também são jogadores de mais rodagem. 

E mesmo o fato de Bruno Henrique (Flamengo), 32, ter aparecido como interesse do Verdão, algo que o clube não confirma, indica uma guinada.

A própria chegada de Artur, 25, é também exemplo desse momento. O atacante revelado pelo Palmeiras foi emprestado a Londrina e Bahia antes de ser vendido ao Red Bull Bragantino no início de 2020. Por lá, ele ficou por três temporadas, até ser recomprado pelo Alviverde como um jogador já pronto. 

A resposta para essa clara mudança de atitude no mercado, mirando atletas mais experimentados, está no próprio elenco.  

Alguns jovens contratados têm demorado para amadurecer

O Palmeiras tem altas expectativas para Flaco López, 22, e Atuesta, 26, por exemplo, mas ambos não conseguiram evoluir dentro do tempo em que o Palmeiras precisou deles. 

López, por exemplo, chegou a ser titular do Palmeiras na semifinal da Libertadores de 2022, contra o Athletico-PR, em Curitiba, há um ano. Aos 5 minutos do 1º tempo da ida, o argentino recebeu de Dudu e, cara a cara com Bento, sozinho, bateu para fora. 

Depois disso, Flaco perdeu espaço como opção para resolver partidas. Vem entrando nos jogos e tendo boas atuações, até. Mas não é visto como alguém para entrar em qualquer jogo com a responsabilidade de resolver.

Atuesta, que chegou ainda antes, aos 24, e se lesionou com gravidade, é um caso parecido. O meia colombiano chegou no início de 2022 e, ao longo do ano, demonstrou muita dificuldade para se adaptar. 

Em 2023, vinha crescendo de produção. Mas, quando rompeu os ligamentos cruzados do joelho direito, em março, ainda estava longe de ter a confiança de Abel Ferreira para desafios mais duros.

Rafael Navarro, que chegou ao clube com 21, também não conseguiu evoluir dentro do necessário. Está na MLS, no Colorado Rapids, e saiu sem deixar saudade. 

Richard Ríos, 23, é, relativamente, um ponto fora da curva. Embora ainda jovem, o volante colombiano teve passagens por Flamengo e Guarani que deram a ele um pouco mais de maturidade, antes de chegar ao Palmeiras neste ano. Mesmo assim, ainda toma decisões equivocadas nas partidas por falta de minutagem. 

Base vive ano de entressafra 

Protagonistas nas duas primeiras temporadas de Abel, e importantes na segunda, os garotos da base vivem uma entressafra. É possível ver qualidade na leva que foi promovida neste ano, mas eles ainda não estão prontos. 

Não são como Menino, Danilo, Patrick de Paula, Gabriel Veron, Renan e Wesley, por exemplo, que mal haviam subido, já eram peças-chave entre os profissionais, a partir de 2020.

Garcia, Vanderlan, Jhon Jhon e Endrick estão mais adaptados. Os quatro, quando preciso, foram titulares e jogaram bem. 

Endrick, o mais jovem do elenco, inclusive iniciou o ano como titular. Mas, a despeito do faro de gol e da alta qualidade técnica, foi perdendo espaço, num movimento típico de um atleta que já não tem o que fazer na base, mas ainda não está inteiramente pronto para ser protagonista nos profissionais.  

Já Naves, Fabinho, Luis Guilherme e Kevin estão um degrau abaixo. Demonstram potencial e conseguem lampejos que deixam os palmeirenses esperançosos. Mas ainda carecem de uma evolução.

E enquanto essa evolução não vem, eles acabam sendo apenas apostas de futuro. O que é insuficiente para um time que demanda respostas rápidas no presente.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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