O que o Palmeiras viu no ‘novo Ganso’, que mal chegou e já treinou com Abel nos profissionais
Jogador veio por um empréstimo de um ano e opção de compra de baixo valor
O acerto do Palmeiras com o Fluminense pelo empréstimo de Agner, 19, por um ano, aconteceu no fim de agosto. No clube carioca, o jogador perdera espaço com a volta do meia Arthur para a base, uma das principais promessas de Xerém, e mal vinha sendo aproveitado no sub-20.
Mas o Palmeiras sabe por que buscou sua contratação — e com uma opção de compra de baixo valor para sua aquisição em definitivo: 1 milhão de dólares (R$ 5,6 milhões) por 50% de seus direitos econômicos.
Pela altura, por jogar como camisa 10, jeito mais cadenciado de jogar e habilidade acima da média — além de ter vindo do Fluminense — o meia é visto como uma versão mais jovem de Paulo Henrique Ganso.
A diretoria e os scouts das categorias de base alviverdes veem no meia um jogador pronto, de muita qualidade técnica, que não precisa ser trabalhado em demasia para logo se adaptar e disputar um lugar no time de sua categoria. Agner, em tese, tem ainda 2025 inteiro na base. Mas um treinamento na semana passada deu um sinal diferente.
No Rio, gerou surpresa o fato de, poucos dias depois de sua chegada, ele já ter treinado com os profissionais, no dia 5. Ainda sem nem saber o nome dos colegas do sub-20, de uma hora para outra, ele estava disputando lances com Dudu, Aníbal Moreno, Veiga e cia sob o olhar deAbel Ferreira.
Afinal, o Palmeiras vive uma fase absurda de acertos no trabalho com jogadores jovens — Danilo, Endrick, Luis Guilherme, Estêvão e Vitor Reis que o digam. Fontes ouvidas pela Trivela já reclamam, nas Laranjeiras, de que a transferência, em especial nas condições em que aconteceu, foi um tiro no pé do Tricolor.
Publicado por @diego_iwataVer no Threads
Agner perdeu espaço quando chegou ao sub-20
Agner era considerado uma promessa no Fluminense ao menos até o sub-17. Seu ano de 2022 foi muito bom. Mais próximo ao ataque, marcou 15 gols e se tornou mais um destaque no clube na geração de Arthur, antes considerado a grande joia de Xerém.
O jovem, entretanto, sofreu na transição para os juniores. Isso porque o meia, dentre outros atributos técnicos, se destacava também pelo porte físico: alto e forte, hoje com 1,87m e 78kg, Agner tinha também essa vantagem.
No sub-20, a força se igualou, e um pouco menos intenso que a categoria, ele parou de se destacar tanto.
Agner estava no lugar certo e na hora certa no Palmeiras
O treinamento com os profissionais foi um acaso. Segundo o Palmeiras, seu aproveitamento teve menos a ver com o futebol de Agner do que com o fato de ele estar na hora e lugares certos.
Como não fora convocado para jogar pelo sub-20 no fim de semana, o reforço treinava com outros jogadores na Academia de Futebol quando recebeu o chamado de Victor Castanheira, o auxiliar de Abel que responde pela ligação da base com o profissional. Mas, segundo o que a Trivela apurou, seu estilo de jogo não passou despercebido.
Saída causa polêmica nos bastidores do Fluminense
Sua saída do Fluminense causou certa polêmica nos bastidores do clube. A Trivela apurou que a diretoria tomou a decisão com convicção. Isso porque os últimos dois anos do jogador foram sem destaque em Xerém de acordo com avaliações dos profissionais das divisões de base.
Em 2024, ele passou a frequentar mais o banco de reservas que o time titular, principalmente em jogos decisivos.
Quando Arthur voltou a descer para o sub-20, então, Agner perdeu ainda mais espaço. Enquanto o companheiro se tornou o protagonista do time, o agora jogador do Palmeiras entrava pouco em campo.
Não me surpreenderá se o Agner se destacar.Nunca entendi porque não teve chances no elenco principal do Fluminense.
— Paulo 🇭🇺 FLUMINENSE CAMPEÃO DA AMÉRICA 🇭🇺 (@guerreiro-ffc.bsky.social) Sep 6, 2024 at 7:06
Agner, Kayky Almeida e Jefte. São três negociações nebulosas do MB. ZERO Transparência.
— João Henrique (@jhetfq.bsky.social) Sep 3, 2024 at 8:37
Ainda assim, nas redes sociais, os torcedores criticaram a decisão do Flu de reforçar um concorrente no cenário do futebol brasileiro.
No passado, a gestão Mário Bittencourt fez negociações parecidas com jovens de Xerém como Kaká (cedido ao Grêmio e hoje no Vitória da Conquista-BA), Praxedes (cedido ao Internacional e hoje no Athletico), Marquinhos Calazans (cedido ao São Paulo em troca de empréstimo de Brenner, da Udinese, e hoje no Bangu), e Miguel (cedido ao Red Bull Bragantino e hoje no FK Sochi-RUS).
Todas foram criticadas pelos torcedores tricolores, mas o tempo não deixou de dar razão ao clube. Vale, contudo, também frisar que nenhuma dessas negociações foi com o Palmeiras.