Brasileirão Série A

As mudanças de Abel que permitem ao ‘novo’ Palmeiras continuar sonhando com o Brasileirão

Com as mudanças na equipe, muitos dos principais jogadores de anos recentes se tornaram reservas

Dos 11 titulares na reta final do Campeonato Brasileiro de 2023, apenas três mantêm hoje a condição, nove meses depois da conquista do bicampeonato consecutivo: Weverton, Richard Ríos e Gustavo Gómez (ou Murilo) — um dos dois zagueiros vai para a reserva quando Vitor Reis estiver curado de uma lesão na coxa direita.

É verdade que poderiam ser mais, se Piquerez e Mayke não estivessem lesionados. Contudo, metade do time que levantou o troféu já não faz parte da equipe ideal de Abel Ferreira.

Luan, Endrick e Breno Lopes foram negociados. E Zé Rafael e Raphael Veiga, ao que tudo indica, perderam os lugares na equipe.

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras. Foto: Icon Sport
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras. Foto: Icon Sport

Abel mudou o esquema de jogo do Palmeiras no Brasileiro deste ano

A goleada sobre o Cuiabá e a vitória sobre o Athletico-PR mostraram a Abel Ferreira um caminho sedutor para um novo Palmeiras, com Felipe Anderson e Maurício entre os titulares e dois triângulos ofensivos pelos lados do campo.

Na esquerda, Caio Paulista, Felipe e Maurício trocam rápida e constantemente de posição para criar chances. Pela direita, a trinca é formada por Richard Ríos, Estêvão e o lateral-direito da vez — contra o Furacão, foi Marcos Rocha.

Publicado por @diego_iwata
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A nova ideia de jogo tem duas consequências relevantes. A primeira é que, no campo, o Palmeiras passou a ter uma equipe mais envolvente e perigosa

A segunda é que, de uma hora para a outra, Abel Ferreira passou a ter o melhor banco de reservas do Brasil. Parece paradoxal: se fossem bons mesmo, esses jogadores não seriam reservas. Mas a conclusão não é tão simplória assim.

Mudanças no Palmeiras aconteceram por características de jogo e rendimento

Porque mais do que sacar alguns jogadores, que realmente não vinham rendendo, Abel mudou o jeito de o time jogar e adotou um estilo em que Raphael Veiga e Zé Rafael não conseguem se encaixar.

Zé Rafael, sofre desde a temporada passada com problemas físicos crônicos, em especial na lombar. O volante chegou a ficar sete jogos sem ir a campo, depois da final do Campeonato Paulista, por conta de uma lombalgia. No campo, sua perda de velocidade era nítida.

Zé Rafael, durante jogo do Palmeiras
Zé Rafael, durante jogo do Palmeiras (Foto: Icon Sport)

Nessas condições, considerado que Aníbal Moreno é intocável, não há como Zé brigar por vaga com Ríos, que vive sua melhor fase no clube.

Mas, para entrar com um jogo em andamento, quando for preciso um pouco mais de experiência, controle de jogo e uma presença maior no miolo do campo, o camisa 8 pode oferecer um rendimento melhor jogando menos minutos. É o mesmo caso de Raphael Veiga.

Raphael Veiga já não vinha em seu melhor no ano passado

Grande armador do Palmeiras desde a chegada de Abel, o camisa 23 já terminou a temporada passada longe de seu melhor.

E, em 2024, era nítido seu desgaste físico, que não o permitia render a ponto de ser o grande pensador do jogo no Palmeiras. Em diversas partidas, o time se tornava previsível na (pouca) criação de chances com ele.

Assim como Zé, Veiga também não reúne as características ideais para esse novo modo de o Palmeiras jogar. Mas é uma peça importante para mudar o jeito de o time atuar, quando for necessário apostar na bola parada, cruzar mais na área e trazer a criação para a parte central do campo.

Raphael Veiga comemora gol contra o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro
Raphael Veiga comemora gol contra o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro (Foto: Cesar Greco/ Palmeiras/ By Canon)

Como ficou o banco de reservas estrelados do Palmeiras

Marcelo Lomba
Giay, Marcos Rocha e ou Mayke
Gustavo Gómez ou Murilo
Vanderlan
Fabinho
Gabriel Menino
Zé Rafael
Raphael Veiga
Lázaro
Rony
Dudu
Luighi

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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