Auxiliar assume que Palmeiras vive pior fase na Era Abel e pede união da “família”
Palmeiras vive a pior fase desde a chegada dos portugueses ao clube, em novembro de 2020, e isso ficou claro na derrota para o Atlético-MG

Por seu temperamento mais brando em relação a João Martins, que substituiu o suspenso Abel Ferreira na beira do campo, o escalado para a entrevista coletiva após a derrota do Palmeiras para o Atlético-MG foi o terceiro na linha sucessória, o auxiliar Vitor Castanheira.
E, com a voz mansa e bastante lúcido, ele não se fez de rogado e cravou:
– Não há como fugir, estamos na pior fase desde que chegamos aqui no Palmeiras.
Castanheira também não fez rodeios para dizer que a eliminação na semifinal da Libertadores tem pesado para o grupo.
– Temos que assumir isso. Queríamos muito estar na final da Libertadores, fizemos tudo, mas infelizmente não conseguimos. Falar de emocional, lógico que uma eliminação em uma semifinal abala, e temos sentido isso.
– É um fato, está visível que a equipe não está com a fluidez e lucidez que já mostrou. Não há como esconder isso. Agora, temos que reverter a situação. Ponto. Como? Com trabalho? Não conheço outra forma. Os jogadores perceberem quem são, perceberem que não é o momento que queríamos, é um momento mau, temos que assumir.
– Ainda temos 11 jogos até o final, somos uma equipe de caráter e não há outra forma que não seja trabalho, acreditar no processo e no grupo. Só assim vamos sair desta situação – disse
Estilo de jogo
Castanheira também foi indagado sobre o estilo de jogo do Palmeiras, que tem abusado dos cruzamentos desde que perdeu Dudu.
– Quando estamos na procura, o espaço fica reduzido, porque as equipes baixam o bloco. E o jeito mais difícil de entrar é por dentro. Sempre fomos uma equipe com objetividade, em busca do gol. Quando não está com lucidez, muitas vezes os cruzamentos não são como você gostaria que fosse. Não vou dizer que não encontramos outras rotas, mas talvez a falta de clarividência leva um pouco à precipitação neste momento.
Castanheira reiterou a confiança nos jogadores, em especial nos muito criticados Rony e Gabriel Menino.
– Sabemos o que estes jogadores podem dar. Os próprios torcedores sabem o que estes jogadores já deram. É um momento difícil, os jogadores não estão num momento de confiança, é verdade, temos que assumir. Temos de olhar para o que acreditamos que eles nos dão, não é insistir. Quando escolhemos um 11, temos a convicção de que é o mais pronto para tentar ganhar o jogo. Quando o resultado não aparece, as decisões vão ser questionadas. Eu compreendo isso.
– Normalmente, quando não se ganha, quem não joga parece que às vezes faz grandes jogos, esta é a realidade (risos). As coisas não são assim que funcionam. Não olhamos para o processo desta maneira. Se olharmos o que estes jogadores já nos deram e mostraram, eles próprios conhecem que têm capacidade para dar mais, não tenho dúvidas. O momento não é bom, temos de refletir o que queremos fazer e trabalhar. Só com trabalho, dedicação, e estes jogadores fazem, só assim podemos sair desta situação.
E encerrou pedindo união de todos, quando foi perguntado sobre a crise de relacionamento entre a diretoria e a torcida, em especial o homem forte do futebol Anderson Barros e a presidente Leila Pereira, e quanto isso vem afetando o futebol da equipe.
– Eu entendo a pergunta, mas o que vou responder sobre isso é: nos momentos difíceis, de turbulência, é quando as famílias precisam estar mais unidas. É o que eu acho.