Brasileirão Série A

Palmeiras precisa de aproveitamento fora do comum para se garantir no G4

Abel Ferreira tem que fazer o Palmeiras dar uma arrancada em meio a uma crise técnica e institucional para ficar no G4 ao fim do Brasileirão

O Palmeiras precisa de 60% de aproveitamento nos seus próximos 11 jogos para atingir a pontuação média de G4, levando-se em conta as dez últimas edições do Campeonato Brasileiro. Mas pode ser que isso não baste para assegurar uma vaga direta ao clube na próxima Copa Libertadores.

Com 44 pontos, o time precisa de mais 20 para fazer 64. A média de pontos dos quartos colocados do último decênio foi de 63,1. O melhor quarto colocado do período foi o Corinthians de 2014, que fez 69 pontos. O pior, o Fortaleza de 2021, com 58.

O arredondamento para cima se deve ao fato de hoje haver oito times em busca de três vagas diretas para a próxima Libertadores, o que acirra a disputa. Resumindo: o Alviverde precisa de pelo menos seis vitórias e dois empates em seus próximos compromissos. Mas talvez nem isso baste, como os números do passado demonstram.

Até o momento, o Palmeiras teve um aproveitamento de 54% dos pontos que disputou no Brasileirão. Ou seja: para assegurar uma classificação direta para o Continental, o time de Abel Ferreira tem que melhorar seu desepenho substancialmente, em meio a uma pesada crise técnica e institucional.

No segundo turno, por exemplo, o Palmeiras só conquistou 41,67% dos pontos, e alguns dos seus principais jogadores, como Weverton, Gustavo Gómez, Raphael Veiga e Rony vivem fases ruins.

Palmeiras precisa ganhar jogos fora do óbvio

A tabela do Palmeiras não é das mais simples. Dos 11 confrontos que faltam para o Verdão neste ano, Flamengo, Grêmio, Athletico, Fortaleza e Fluminense são rivais diretos pela vaga. E o Palmeiras não pode se dar ao luxo de descartar resultados. 

O Inter ainda não briga para não cair, mas também não está a salvo, e não costuma facilitar para o Palmeiras. O São Paulo, além de viver uma situação como a do Colorado, é um clássico.

Bahia e Cruzeiro já lutam contra o rebaixamento. E, desse modo, apenas os confrontos com o América e o Coritiba, deste domingo (22), são jogos mais tranquilos – no papel.

E, na realidade, o ponto é que pouco importa o adversário. O grande problema do Palmeiras a esta altura é o próprio Palmeiras, que tropeça nas próprias pernas de uma crise interna sem cara de resolução em curto prazo.

O fantasma da Sul-Americana ronda a Academia de Futebol com cada vez mais vulto. Dado o histórico e o investimento do clube, seria uma tragédia para o Palmeiras ficar fora da próxima Libertadores. Mas hoje, essa hipótese já não é tão absurda.

O primeiro time fora da zona de classificação para o principal torneio sul-americano é o Atlético-MG, de quem o Palmeiras perdeu na quinta-feira (19). E o Alviverde tem só um ponto a mais que o time de Felipão: 44 a 43. Embora não parecesse antes de a bola rolar, a derrota para o Galo foi em um confronto direto por vaga.

Jogos do Palmeiras até o fim do Brasileirão:

  • Coritiba (fora)
  • São Paulo (casa)
  • Bahia (casa)
  • Botafogo (fora)
  • Athletico-PR (casa)
  • Flamengo (fora)
  • Internacional (casa)
  • Fortaleza (fora)
  • América-MG (casa)
  • Fluminense (casa)

Na sua última Sul-Americana, o técnico era Gilson Kleina

O Palmeiras disputa a Copa Libertadores seguidamente desde 2016. Já a Copa Sul-Americana, disputou pela última vez em 2012, quando perdeu para o Millonarios da Colômbia, nas oitavas de final do torneio.

Para dar uma dimensão de quão longínqua está tal disputa, naquele ano, o Palmeiras de Gilson Kleina ganhou no Pacaembu, na ida, por 3 a 1, com gols de Obina, Tiago Real e do criticado ponta Luan.

Já na volta, com meio time reserva, mas com Hernán Barcos em campo, o Palmeiras perdeu por 3 a 0 e foi eliminado. Ao fim daquele ano, tragicamente, o Palmeiras foi rebaixado à Série B do Brasileirão.

Teria chegado a hora de o Palmeiras retornar ao segundo torneio em importância no continente?

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata Lima

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023
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