Derrota para o Atlético-MG não afeta Internacional para decisão na Libertadores
Reação da torcida colorada ao final da partida contra o Atlético-MG prova que o resultado negativo não afeta o Internacional para o jogo de volta diante do Fluminense, pela semifinal da Libertadores

Assim que o árbitro Ramon Abatti Abel apitou o final do jogo, decretando a derrota de 2 a 0 do Internacional para o Atlético-MG, no Beira-Rio, a torcida colorada começou a cantar. Parte da letra da música, entoada a plenos pulmões, dizia “pedimos raça aos jogadores, para ganhar a Copa Libertadores”.
A reação dos 23 mil colorados ilustra o foco do Inter, que está totalmente voltado para o jogo de volta da semifinal da competição continental, contra o Fluminense, na próxima quarta-feira (4). O próprio técnico Eduardo Coudet admitiu que foi difícil “concentrar a cabeça” no Galo. Até por isso, o time que iniciou a partida pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro, na noite de sábado (30), foi formado exclusivamente por reservas.
É verdade que a derrota mantém o Colorado em situação desconfortável no Brasileirão — é o 14º colocado, a apenas quatro pontos da zona de rebaixamento. Entretanto, o clima no lado vermelho de Porto Alegre não é de preocupação. E sim de otimismo para o jogo do ano.
Atuação contra o Atlético não foi ruim
A própria partida contra o Atlético-MG, apesar do resultado, deixou algumas “sensações positivas”, como gosta de dizer o técnico Eduardo Coudet. Mesmo com reservas, o Inter dominou grande parte do jogo. O primeiro tempo, em especial, foi de ataque contra defesa. Nele, o Colorado teve muito mais posse posse de bola (71% a 29%) e finalizações (9 a 1), reproduzindo bem o modelo de jogo que habitualmente é visto com os titulares.
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— Sport Club Internacional (@SCInternacional) September 30, 2023
— Fizemos um grande jogo. Acho que o time jogou muito bem até tomar o gol. Era a primeira situação do Atlético. Geramos, tivemos volume de jogo, jogamos praticamente no campo deles. Obviamente que a análise da cabeça na quarta, é verdade. Mesmo com o 2 a 0, a torcida está com a cabeça na quarta. Já passou, tinha que passar esse jogo, porque tínhamos esse compromisso. Muito difícil dar 100% nesse jogo. Acho que todos sentiram da mesma forma. É difícil sair disso. Tanto é que o rival que vamos enfrentar tomou três também — citou Coudet, se referindo aos 3 a 0 sofridos pelo Fluminense para o Cuiabá, também no sábado (30).
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Faltou efetividade
Contra o Galo, faltou ao Inter efetividade. Que sobrou ao adversário no segundo tempo. E esse é um problema que o Colorado vem apresentando no Brasileirão. Tanto é que possui o pior ataque, ao lado do Goiás, com apenas 20 gols marcados em 25 jogos.
— Temos problemas de converter mais gols em comparação com a quantidade de finalizações que temos. Tivemos quinze finalizações e não conseguimos fazer gol. Atuação muito boa do goleiro deles, Everson, e também ineficiência nossa. Temos que seguir trabalhando, criando, e certamente vamos fazer. Temos jogadores de qualidade e que têm boa definição. E todos têm tido possibilidades — comentou Coudet.
Na Libertadores, porém, os gols vêm saindo. O Inter balançou as redes em todas as partidas do mata-mata da competição continental. Em alguns casos, criando pouco, como aconteceu nos jogos fora de casa contra River Plate, nas oitavas de final e Bolívar, nas quartas.
Falhas individuais
Um aspecto que o Colorado precisa cuidar para quarta-feira (4) são as falhas individuais. Renê cometeu em demasia no Maracanã, inclusive na origem dos dois gols do Fluminense. Contra o Atlético, Dalbert cobrou arremesso de lateral precipitadamente, gerando o segundo gol, de Igor Gomes. Erros assim, em jogo de volta de uma semifinal de Libertadores, podem custar muito caro.
— Não se pode errar, como é em qualquer jogo. Mas a margem é muito menor — admitiu Coudet.
Favoritismo do Fluminense?
O treinador argentino também adotou prática bem comum antes de partidas decisivas: jogou o favoritismo para o adversário. Mesmo que o Colorado precise apenas de uma vitória simples depois do empate em 2 a 2 no Maracanã.
— Podem trocar algumas coisas, mas os dois times têm uma intenção. Vamos enfrentar um grande time, com grandes jogadores. Não sei se vão concordar, mas é o time e o treinador do ano. Está há muito tempo. Sabem bem como querem jogar, são valentes. […] Queremos ser candidatos ao título, assim como eles são. Sinto que nesta semifinal somos o patinho feio — afirmou Coudet.
Trata-se de um exagero, embora compreensível, do treinador. O jogo do Rio de Janeiro deixou claro que o Inter tem condições de bater de frente e se classificar. Jogará com o Beira-Rio lotado a seu favor, na partida de maior apelo e mobilização dos últimos anos. Bem diferente do que aconteceu contra o Atlético.