Brasileirão Série A

Possível punição por briga generalizada deve aumentar ainda mais calvário de Cruzeiro e Coritiba no Brasileirão

Cruzeiro e Coritiba podem ter de jogar sem torcida até o final da competição em que ambos lutam para escapar do rebaixamento

As cenas lamentáveis de violência que permearam o final do confronto entre Coritiba e Cruzeiro, realizado neste sábado (11) e válido pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro serão analisadas pelo STJD, que deve punir os clubes com jogos sem a presença de torcedores por pelo menos 30 dias, ou seja, até o final da competição. O presidente do tribunal, José Perdiz, irá analisar as imagens captadas durante a invasão e a briga. A decisão pela proibição dos torcedores nos jogos da Raposa e do Coxa deve ser tomada nos próximos dias, para posteriormente o Pleno acatar a denúncia da Promotoria e marcar a data do julgamento.

Caso a punição seja confirmada, Cruzeiro e Coritiba serão punidos com a proibição da presença de seus torcedores tanto nos jogos em casa, como longe de seus domínios, o que é catastrófico tendo em vista o momento atual dos times, que brigam desesperadamente contra a zona de rebaixamento. O Coxa tem mais quatro partidas a fazer neste Campeonato Brasileiro, sendo duas em casa e duas como visitante. Além de ter que vencer todos os jogos para não ser rebaixado, o Alviverde Paranaense não depende somente de si para evitar a queda para a Série B.

Já o Cruzeiro tem mais seis jogos a disputar, três como visitante e três como mandante. A Raposa enfrenta o Fortaleza fora, encara o Vasco em casa e o Goiás fora, sendo estes, confrontos diretos na luta contra o rebaixamento, em seguida encara o Athletico Paranaense em Minas e nas duas últimas rodadas, enfrenta o Botafogo e o Palmeiras, dois candidatos diretos na briga pelo título do Brasileirão.

Cruzeiro e Coritiba lamentam violência e criticam torcedores

O gol de Robson, marcado nos acréscimos do segundo tempo do encontro entre Coritiba e Cruzeiro na Vila Capanema, gerou uma reação em cadeia dentro do gramado. A torcida da Raposa, indignada com mais uma atuação abaixo da média do time, se revoltou e pulou o vidro de proteção que separava o gramado das arquibancadas, invadindo o campo. Imediatamente, a torcida do Coritiba também invadiu e começou a brigar com a torcida adversária, gerando uma verdadeira batalha campal no Paraná.

A confusão durou aproximadamente quatro minutos. Assustados com o que estava acontecendo e temendo pelo pior, os jogadores e integrantes da comissão técnica dos dois times foram direto para os vestiários, escoltado pelo policiamento presente no estádio. A confusão entre as torcidas só terminou após a chegada do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Após 25 minutos de paralisação, a arbitragem definiu por retomar a partida, que tinha ainda mais seis minutos de acréscimo.

Por conta da confusão, os portões da Vila Capanema foram fechados. Quem permaneceu nas arquibancadas até o fim da partida conseguiu acompanhar o final do jogo e quem saiu não conseguiu voltar mais. Tanto o Coritiba como o Cruzeiro se pronunciaram após a confusão, lamentando os atos de violência por parte dos torcedores, e repudiando a postura dos adeptos, que deve prejudicar ambos os times nesta reta final de Campeonato Brasileiro,

Nota do Coritiba

“Diante dos fatos ocorridos na tarde deste sábado (11), no Estádio Durival Britto e Silva, no final da partida entre Coritiba x Cruzeiro, pela 34ª rodada do Brasileirão, o Coritiba Foot Ball Club vem a público repudiar veementemente a invasão de campo iniciada pela torcida do Cruzeiro, logo após o gol do Coritiba, que deu origem a um tumulto generalizado. Situações como esta são inadmissíveis e só prejudicam os clubes e o futebol brasileiro. O clube está atuando para identificação dos invasores e dos responsáveis pelo fato”.

Nota do Cruzeiro

O CEO do Cruzeiro, Gabriel Lima, foi o único representante do time mineiro a falar após os acontecimentos deste sábado, além de pedir uma punição severa aos envolvidos na briga, o dirigente aproveitou para criticar a estrutura do estádio.

“Viemos trazer o repúdio do Cruzeiro e nosso, pessoalmente. Até quando esses marginais, travestidos de torcedores, vão estragar o futebol brasileiro? A gente ser xingado, humilhado, ameaçado. As nossas famílias, dos jogadores… até quando vamos permitir isso? Só mudará quando forem punidos de verdade. Como permitimos jogar em um estádio com essa infraestrutura? Como é permitido um jogo dessa importância, com esse nível de estresse, a gente jogar em um estádio sem a menor condição de segurança para os jogadores e da própria torcida. Essa indignação, eu gostaria que vocês passassem. Vocês são ameaçados no trabalho de vocês?”.

Foto de Lucas de Souza

Lucas de SouzaRedator

Lucas de Souza é jornalista formado pela Universidade São Judas em São Paulo. Possui especialização em Marketing Digital pela Digital House, e passagens pelos sites Futebol na Veia e Futebol Interior.
Botão Voltar ao topo