Crise no Santos não é à toa: futebol profissional teve 15 mudanças em 36 meses
Os episódios dos últimos dias vão obrigar o Santos a promover novas mudanças no seu Departamento de Futebol e na sua comissão técnica. Isso, na verdade, já virou rotina no Peixe sob administração do presidente Andres Rueda. Desde o início da sua gestão, nove treinadores e seis executivos tiveram os respectivos trabalhos interrompidos.
Sem considerar Cuca, que optou por deixar o Santos no final da temporada 2020, mas que encerrou no começou em 2021 devido à pandemia do novo coronavírus, Rueda teve os seguintes treinadores:
- Ariel Holan
- Marcelo Fernandes (interino)
- Fernando Diniz
- Fabio Carille
- Fabián Bustos
- Lisca
- Orlando Ribeiro (interino)
- Odair Hellmann
- Paulo Turra
Um técnico a cada 3,5 meses
Essa lista mostra que, em média, o Santos teve um novo treinador a cada 3,5 meses ao longo dos 32 meses de gestão de Rueda.
Paulo Turra, dispensado na manhã deste domingo (6), foi o profissional que ficou menos tempo no clube. Foram apenas sete partidas com uma vitória, três empates e três derrotas. O desempenho total foi de 33%.
O Santos Futebol Clube comunica que Paulo Turra não comanda mais o elenco profissional. O técnico foi informado na manhã deste domingo (6) e também deixam a comissão técnica os auxiliares Adir Kirst, Felipe Endres e Léo Monteiro. O Clube agradece os serviços prestados pelos… pic.twitter.com/Ih3qEqynTH
— Santos FC (@SantosFC) August 6, 2023
Antes, esse saldo negativo pertencia a Lisca, que, no passado, ficou somente oito partidas no Peixe, com duas vitórias, três empates e três derrotas, e aproveitamento de 37,5%
Os seis executivos de Rueda
Ao longo desses 32 meses de administração, Rueda contou com os seguintes dirigentes no comando do Departamento de Futebol:
- Felipe Ximenes
- Jorge Andrade
- André Mazzuco
- Edu Dracena
- Newton Drummond
- Paulo Roberto Falcão
Foram, em média, 5,3 meses de trabalho para cada um deles. Newton Drumonnd, com um mês e cinco dias de trabalho, foi o profissional com a passagem mais meteórica da gestão.
Falcão, o último, saiu após ser acusado de importunação sexual contra a funcionária do hotel em que morava, em Santos. Segundo a vítima, o ex-dirigente do Peixe “roçou o pênis no seu braço“.
Reflexo dentro de campo
Essas constantes mudanças nos dois setores apresentaram reflexos diretos no campo.
Com Rueda na presidência, o Santos brigou contra o rebaixamento em mais de uma ocasião nas três edições do Campeonato Paulita, do Campeonato Brasileiro e não teve sucesso em nenhuma competição de mata-mata ou internacional.
Na atual edição do Brasileirão, o Peixe tem apenas quatro vitórias, seis empates e oito derrotas em 18 rodadas disputadas. O aproveitamento é de 33% e mais uma luta contra a temida zona de rebaixamento.
Busca por mais um treinador e executivo
Para evitar a inédita queda para a Série B do Brasileirão, a cúpula alvinegra analisa o mercado em busca de um novo treinador, que será o 10º contratado por Rueda.
Além disso, o presidente já avisou que não tem planos de acumular a função de mandatário e executivo.
Essa busca pode ser dificultada pelo fato de a gestão ter somente mais mais quatro meses de administração – em dezembro haverá eleição para a escolha de um novo presidente.
Reapresentação no CT Rei Pelé
Sem treinador e sem um responsável pelo Departamento de Futebol, o elenco do Santos se reapresenta no CT Rei Pelé na manhã desta segunda-feira (7), para começar a preparação para o confronto contra o Fortaleza, no próximo domingo (13), às 18h30 (horário de Brasília) na Arena Castelão.
A tendência é de que a atividade seja comandada pelo ex-zagueiro e membro da comissão fixa do Santos Claudiomiro.