Coudet perde o jogo e a paciência no Internacional: “Quando ganho, gênio; quando perco, idiota”
Técnico Eduardo Coudet, do Internacional, perde a paciência com questionamentos sobre suas escolhas após derrota por 4 a 3 para o Coritiba
Em jogo atípico, o Internacional foi derrotado para o vice-lanterna Coritiba, por 4 a 3, em pleno Beira-Rio. Na entrevista coletiva após a partida deste domingo (29), válida pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Eduardo Coudet lamentou a expulsão de Vitão logo aos seis minutos de jogo, que dificultou a vida colorada, e se irritou com alguns questionamentos sobre suas escolhas.
Quando ficou sem o zagueiro, Coudet optou por recuar Johnny para a zaga. A estratégia não deu muito certo. O Coritiba levou perigo em mais de uma oportunidade até abrir o placar com Garcez, aos 27 minutos. Só então o treinador colorado colocou Igor Gomes no lugar de De Pena, recompondo a linha de defesa.
— Queríamos dar minutos para ver como a partida se sairia com os que já estavam, e não desarmar a gente ofensiva. Teria que tirar algum meia, como aconteceu com De Pena. Foi por Isso, principalmente. Eles também não estavam gerando tanto. Estávamos com a bola — explicou Coudet.
Outras escolhas de Coudet são questionadas
O treinador também foi questionado sobre a escolha por De Pena ao invés de Pedro Henrique na vaga do suspenso Wanderson. Coudet não gostou muito da pergunta, mas justificou taticamente sua decisão.
— Sempre quando você perde, as decisões são questionáveis. Vou falar da parte tática. Você acha que Pedro Henrique pode fazer o que faz Wanderson? [Wanderson] é jogador de outro entendimento, que pode fechar para dentro. Pedro Henrique acho que pode dar certo por fora em um bloco baixo, e saindo para o contra-ataque, como aconteceu no final. Mas jogando por dentro, e tampouco a parte defensiva… eu acho Pedro um segundo atacante. Como o Coritiba jogava com um centroavante, utilizamos os dois centrais e os dois laterais espetados. Dalbert não tem característica para ser um terceiro zagueiro como Renê. Por isso, o jogador pela esquerda [De Pena] precisava fechar por dentro — detalhou Coudet.
O próprio treinador trouxe de volta à tona as escolha que havia feito na partida anterior, na vitória por 2 a 1 sobre o Vasco, na última quinta-feira (26), em São Januário. Na ocasião, as substituições de Coudet foram muito contestadas, especialmente as saídas de Aránguiz e Alan Patrick juntos, aos 30 minutos do segundo tempo.
— Se não posso dar descanso a dois jogadores aos 30 minutos, quando vou poder? Coloquei dois zagueiros porque o Vasco cruzou sabe quantas vezes? 43. Como sempre digo: quando você ganha é um gênio, quando perde é um idiota — disparou Coudet.
Treinador lamenta expulsão precoce de Vitão, que dificultou vida do Internacional
Ainda sobre o jogo contra o Coritiba, o treinador repetiu várias vezes que a expulsão precoce de Vitão, à qual não culpa o jogador, dificultou muito. Ainda assim, reconheceu que o Inter errou demais defensivamente. Mas frisou que, mesmo com um jogador a menos, sua equipe criou oportunidades de gol.
— Ter um jogador a menos tão rápido é muito difícil. Claro que temos muito a corrigir. Tivemos muitos erros, por isso tomamos quatro gols. Mas a análise do jogo passa principalmente pela expulsão. Ainda assim, o time com 10 gerou, teve mais a bola que o rival. Mas não conseguimos o resultado em casa — lamentou Coudet.
Coudet deixa futuro em aberto
O treinador também foi perguntado sobre futuro: seu e o do Inter. Com a derrota para o Coritiba, o Colorado fica a 11 pontos do G-6, o que praticamente inviabiliza a ida à Libertadores na próxima temporada. A permanência do comandante também é incerta para 2024. Coudet voltou a frisar que seu foco está no jogo.
— Como todo treinador, dependo do resultado. Sinto que o desempenho, tirando o jogo de hoje, pelas circunstâncias, é muito bom. Quanto a resultado, não é desculpa, mas tomamos a decisão de priorizar um lugar, onde fomos competitivos. Quanto a mim, até 31 de dezembro, a não ser que os resultados mudem, porque são oito jogos, sou treinador. Já sei como é o pleito eleitoral, não escuto. Só tenho que trabalhar para que quarta o time ganhe — concluiu.