Mano define foco para o Corinthians: não olhar para cima da tabela
Mano reforçou que a volta da confiança diante do Santos, mesmo com derrota, foi essencial para evolução do time
Depois de quase um mês, o Corinthians voltou a vencer diante do seu torcedor na Neo Química Arena. A última vitória tinha sido em 22 de setembro diante do Botafogo, a partida era válida pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. Apesar do gol chamado de “espírita” por alguns corintianos, a vitória acalma e muito o nervosismo de todos que temiam uma possível queda para a Série B da competição.
Apesar do alívio em conseguir os três pontos e o 11º lugar na tabela, o que significa praticamente se livrar do Z4, Mano Menezes reforçou que ainda assim não se pode olhar para a parte de cima e sim manter o foco onde está:
– Eu penso que temos que continuar olhando o setor em que estamos, não temos que ficar olhando lá para cima ainda não. Não sabemos se vai dar tempo de olhar para cima, mas temos que ficar com o pé bem firme onde estamos. Daqui a pouco, você esquece o que está jogando nesse momento. É só olhar para o lado, tem gente que estava olhando para cima, pensando em Libertadores, e agora está atrás da gente – disse o treinador.
Vitória em casa é uma retomada na confiança do Corinthians
Foram três empates seguidos desde a chegada de Mano Menezes: Flamengo, América-MG e Santos, e essa falta de resultados favoráveis parecia deixar os jogadores mais tensos e ansiosos ou até mesmo um pouco sem confiança para alcançar o melhor desempenho em campo. Apesar disso, o técnico disse que já via uma volta de confiança na equipe alvinegra desde o fim de semana, no clássico com o Santos:
– A gente tem bastante rodagem no futebol para entender as dificuldades que uma equipe passa, o que isso significa em termos de pressão construída pela gente mesmo, e não é nem pelo torcedor. Você se sente assim quando os resultados vão se adiando, aumenta o grau de dificuldade para os pontos. O que mais nos tranquilizou foi aquilo que a equipe fez no domingo. Senti que a equipe saiu confiante do clássico, mesmo não tendo conseguido vencer. Ela sentiu que jogou melhor, que entregou um jogo mais qualificado, esse é sempre o caminho para a retomada. Às vezes demora um pouquinho mais, às vezes vem num jogo em que você nem foi superior, mas isso aumenta a confiança interna de atingir o objetivo mínimo que se coloca na nossa frente nesse momento.
O treinador também falou sobre a importância da vitória para o final da temporada:
– Eu não conheço nenhuma equipe no mundo que evolua perdendo, é muito difícil. Você defende uma ideia de jogo, vai para o jogo e perde. Defende de novo, vai para outro jogo e perde. Você vai perdendo credibilidade. Na medida que o resultado vem vindo, os jogadores passam a acreditar mais naquilo que a gente está defendendo para ele. Chama-se confiança, e confiança no futebol é tudo. Com a vitória, passam a ser seis jogos de invencibilidade
O quanto de Mano Menezes tem nessa vitória diante do Athletico-PR
Mano chegou ao Corinthians no fim de setembro para substituir Luxemburgo e tentar colocar o time nos trilhos. Desde então, o Timão disputou jogos difíceis e uma semifinal de Copa Sul-Americana, porém nos últimos jogos foi possível ver a evolução ainda que mínima do time taticamente. Perguntado na coletiva o quanto “dele” tem de influência nessa evolução, Mano respondeu que não gosta de ser o único responsável por resultados:
— A gente, quando envelhece e vê elogios demasiados ao treinador, vai ter que pagar uma conta no futuro que eu não quero pagar. Não vou achar justo depois e não acho justo agora. Acho que a equipe vem assimilando coisas importantes, recuperando algumas delas importantes. Uma delas, tivemos no primeiro tempo de hoje, quando o adversário foi melhor, mas não está escrito em lugar nenhum que o adversário seja melhor é o suficiente para ele ganhar. Nessas horas que as coisas não estão tão bem, temos de suportar melhor o nível do adversário que enfrentamos. E essa sempre foi uma marca do Corinthians nos últimos anos. Então a gente tem trabalhado bastante nisso, porque a organização tática nessa hora, tem que sustentar a pressão, o volume de jogo que o adversário teve maior que o nosso.