Brasileirão Série A

‘Time base’ do Botafogo perde fôlego e titulares antes absolutos são questionados

A quatro jogos do fim do Brasileiro, Botafogo perdeu a chance de retomar a liderança e viu, mais uma vez, nomes importantes do 'time base' deixando a desejar em campo

O Botafogo ficou apenas no empate com o Fortaleza, na última quinta-feira, no Castelão, e desperdiçou a chance de retomar a liderança do Campeonato Brasileiro. Além disso, agora o Glorioso não depende mais apenas de si para ser campeão da competição. Mas, ainda que faltem apenas quatro jogos para o fim do Brasileirão, o duelo no Castelão, em partida atrasada válida pela 29ª rodada, deixou claro que o “time base” do Botafogo não deveria mais ter nomes incontestáveis.

No Castelão, o Botafogo teve mais uma partida ruim e, em boa parte do jogo, até mesmo apática. E, mais uma vez, alguns dos principais nomes do time nesta campanha do Campeonato Brasileiro, estiveram abaixo do esperado e abaixo do que já mostraram durante a competição. Prova disso é que a equipe melhorou e conseguiu buscar o empate após as mexidas de Tiago Nunes durante o segundo tempo.

A queda de rendimento do Botafogo neste segundo turno veio justamente quando alguns desses principais nomes do time também passaram a ter desempenhos abaixo do esperado. Talvez a queda mais sentida pelo Glorioso seja a do atacante Tiquinho Soares. Artilheiro do clube no Brasileiro e na temporada, o camisa 9 vive o seu maior jejum de gols com a camisa alvinegra. Ele não marca há cinco jogos.

Além disso, os números deixam claro a queda de Tiquinho Soares no Brasileiro. Dos 16 gols marcados na competição, apenas três foram no segundo turno. O atacante só balançou as redes contra o Goiás, o Fluminense e o Athletico-PR. Esta “seca” fez o camisa 9 do Botafogo perder a artilheiro do Brasileirão. Recentemente, Paulinho, do Atlético-MG, o ultrapassou, com 17 gols.

Tiquinho Soares vive seu maior jejum com a camisa do Botafogo (Foto: Icon sport)

Em paralelo a queda de Tiquinho Soares, Diego Costa tem crescido de produção no Botafogo. O número de gols ainda é pequeno – recentemente, ele só marcou na derrota para o Grêmio -, mas o hispânico tem contribuído mais coletivamente com a equipe do que Tiquinho, que, vale ressaltar, também tem convivido com problema grave de saúde do seu pai. No Castelão, foi nítido como Diego Costa conseguiu dar mais trabalho para os defensores adversários e brigou mais pela bola do que o camisa 9.

Titulares da defesa também passaram a ser contestados

Antes um dos pontos fortes do Botafogo no Brasileiro, o sistema defensivo também tem convivido com problemas. Principalmente o zagueiro Victor Cuesta. Na derrota para o Grêmio, em São Januário, foram duas falhas em gols adversários. No Castelão, o argentino deu condições para Calebe no lance do primeiro gol do Fortaleza.

O lateral-direito Di Placido nunca chegou a ser uma unanimidade no Botafogo, mas viveu bom momento no primeiro turno. Agora, as falhas defensivas têm chamado a atenção. Contra o Fortaleza, o primeiro gol saiu nas suas costas, e o segundo entre ele e Adryelson. Na esquerda, Marçal já vem sendo questionado há mais tempo. A falta de contribuição ofensiva e alguns problemas na defesa chamam a atenção desde o primeiro turno. Mesmo com Hugo vivendo bom momento, o camisa 21 parece, por vezes, ser intocável no time por também ser o capitão da equipe.

Lucas Perri também passou a ser contestado

Até mesmo o goleiro Lucas Perri também passou a ser alvo de criticas – e merecidas. O camisa 12, que fez um excelente primeiro turno e chegou até a seleção brasileira, já acumula seguidas falhas nos últimos jogos. Contra o Cuiabá, saiu errado do gol e, que pese o toque no braço de Isidro Pitta ignorado pela arbitragem, cortou a bola em cima do adversário. Na virada do Palmeiras, o primeiro gol de Endrick surgiu em uma saída de bola afobada do goleiro, que poderia ter tranquilizado o jogo.

Depois, contra o Grêmio, Lucas Perri também falhou no lance do primeiro gol, de Galdino, quando fechou o canto errado, deixando praticamente todo o espaço para o jogador adversário finalizar. E até mesmo contra o Fortaleza, no primeiro gol, Perri poderia ter saído melhor do gol. A má fase do goleiro já gerou até mesmo vaias para o seu nome na derrota para o Grêmio, em São Januário.

Na sua coletiva de apresentação, Tiago Nunes chegou a ser questionado sobre a titularidade de Lucas Perri e uma possível oportunidade para Gatito Fernández. No entanto, o treinador bancou a titularidade do camisa 12.

Marlon Freitas ou Danilo Barbosa?

Um dos melhores volantes do primeiro turno do Brasileiro – senão o melhor, Marlon Freitas é outro que caiu de produção no segundo turno. O jogador, que era muito elogiado por Luís Castro e Bruno Lage, pouco vem contribuindo defensivamente para o time. E tem errado na saída de bola e nos lançamentos. Além disso, o episódio da “piscada” na derrota para o Palmeiras chamou a atenção negativamente. Quando a partida já estava 3 a 3, Marlon Freitas cavou uma falta para ganhar tempo e piscou para um companheiro de time, em cena que foi flagrada pelas câmeras da transmissão. Na cobrança da falta, ele errou um passe e, na sequência do jogo, nos minutos finais, o Botafogo levou a virada.

Enquanto isso, Danilo Barbosa, que passou parte da temporada se recuperando de uma lesão, vem pedindo passagem no time. Não à toa, entrou bem contra o Fortaleza, inclusive tentando incentivar os companheiros de time, e marcou o gol de empate no Castelão.

Marlon Freitas e Danilo Barbosa disputam posição no meio do time do Botafogo (Foto: Icon sport)

No meio, o Botafogo também tem problemas com Eduardo. Principal meio-campista do time, o camisa 33 vive má fase, apesar de ter marcado gols recentemente contra o Red Bull Bragantino e o Palmeiras. Pouco intenso e, aparentemente, às vezes fora de ritmo, Eduardo tem mostrado dificuldades na criação de jogadas de ataque. Nesta posição, no entanto, o Glorioso ainda sofre com a falta de reposição de qualidade.

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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