Brasileirão Série A

Atlético-MG tenta evitar crise e sequência negativa que não acontece há mais de 2100 jogos

Atlético acumula sequência ruim de resultados atrelada ao jejum de gols, que pode voltar a acontecer após mais de 32 anos

Há sete jogos sem vencer, o Atlético-MG entra em campo nesta quarta-feira (20), às 21h30, para encarar o líder do Brasileiro e futuro adversário da final da Libertadores, Botafogo. A sequência negativa de resultados preocupa, mas tem uma outra que também chama atenção.

Contra o Botafogo, que além de tudo é a melhor defesa do Brasileirão, com apenas 26 gols sofridos, o Atlético busca voltar a balançar as redes após quatro jogos sem marcar.

A última vez que a bola do Atlético estufou as redes foi no dia 3 de novembro, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, quando saiu derrotado por 3 a 1 para o Flamengo. O gol foi de Alan Kardec.

Desde então, o Galo passou em branco contra Atlético-GO (0x1), Flamengo, (0x1), Flamengo (0x0) e Athletico-PR (0x1).

Se não fizer gol contra o Botafogo, o Atlético chegará a cinco partidas seguidas sem marcar, algo que não acontece há mais de 32 anos, desde março de 1992. Mais especificamente, há exatos 2112 jogos — De acordo com levantamento da Trivela.

O jejum de gols atleticano aconteceu no início do Brasileiro de 1992, quando o Galo engatou 10 jogos sem vitórias. Desses, ficou seis seguidos sem sequer marcar gol:

  • Rodada 2: Atlético 0x2 Botafogo
  • Rodada 3: Atlético 0x1 Corinthians
  • Rodada 4: São Paulo 2×0 Atlético
  • Rodada 5: Goiás 0x0 Atlético
  • Rodada 6: Atlético 0x4 Vasco
  • Rodada 7: Internacional 0x2 Atlético

A seca de gols do Atlético terminou na rodada 8, quando o meia-atacante Edu Lima marcou no empate em 1 a 1 com o Flamengo, no Mineirão.

Botafogo sempre presente nos jejuns do Galo

O Botafogo sempre foi visto como uma pedra no sapato do Atlético. O clube carioca iniciou o jejum atleticano em 1992, e esteve envolvido também nas outras duas maiores secas após isso.

A última vez que o Atlético ficou quatro partidas sem fazer gol foi em 2010. O Galo perdeu para Cruzeiro (0x1) e Botafogo (0x3), e empatou com Avaí e Grêmio Prudente por 0 a 0.

A seca terminou no jogo de volta da Sul-Americana contra o próprio Grêmio Prudente, o qual o Galo venceu por 1 a 0, com gol de Ricardinho no último lance da partida.

No século, o Atlético também passou por outro momento parecido, e novamente o Botafogo está na história.

Em 2008, o Galo perdeu para o Cruzeiro (0x1) e empatou com o Fluminense (0x0) pelo Brasileiro, e repetiu o mesmo em dois jogos pela Sul-Americana contra o Botafogo: 0 a 0 e 0 a 2. A falta de gols acabou quando empatou por 1 a 1 com o Goiás, com gol de Vanderlei.

Atacantes do Atlético em baixa

O Atlético vive atualmente seu pior momento da temporada, não só pelos resultados e pela seca de gols, mas também pelo desempenho ruim do time como um todo.

O ataque não foge muito disso, e tem tido sérios problemas até para criar jogadas, e mais ainda para finalizá-las.

Não à toa, os principais artilheiros do Galo estão em jejum desde que o time parou de jogar bem. Hulk não marcar há seis jogos, Paulinho há cinco e Deyverson há quatro. O trio é a esperança para acabar com essa seca atual e evitar a sequência negativa histórica.

Deyverson celebra gol com Paulinho e Hulk
Deyverson, Paulinho e Hulk celebram gol do Atlético (Gilson Lobo/Gazeta Press)

Além de voltar a fazer gol

Fazer gol é crucial, mas vencer é ainda mais. É claro que, ao marcar, o Atlético estará mais próximo de vencer, mas o resultado da partida vai ficar muito mais marcado do que a seca de gols aumentar.

Os sete jogos sem vencer estão pesando no momento, e o Atlético já se vê há apenas cinco pontos do Z4. O G6, que era seu sonho, não vai passar disso, pois está muito longe.

Além de voltar a conquistar três pontos no Brasileirão, uma vitória nesta quarta também reascende o ânimo do grupo, claramente abalado, além de dar um recado ao Botafogo. Os times vão se enfrentar no próximo dia 30, na grande decisão da Libertadores, e essa partida pode influencer na vida de ambos até lá.

— Antes disso (final da Libertadores) temos uma final na quarta-feira, uma verdadeira final de campeonato, onde temos muito, muito em jogo. Eles jogam pelo campeonato. A gente por outras coisas, infelizmente — disse o técnico Gabriel Milito sobre o duelo desta quarta.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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