Brasileirão Série A

Atlético-MG deve seguir inativo no mercado, mas já faz projeções da SAF

SAF não trará investimentos imediatos em montagem de elenco, explica o CEO Bruno Muzzi

O Atlético-MG é um dos poucos clubes do futebol brasileiro que ainda não fez contratações na janela de transferências que abriu no início de julho. Esse cenário não deve mudar, já que o Galo está no seu limite e não tem mais condições de fazer contratações, mesmo que seja de jogadores em fim de contrato.

O CEO do Atlético, Bruno Muzzi, explica que o Atlético já trabalha com um limite estabelecido no início da temporada e, se esse limite é atingido na primeira janela de transferências, a chance de haver algum movimento na segunda é nula.

Fizemos investimentos no início do ano e estamos adequando para chegar na folha operacional dentro do limite. Se a gente extrapolou na primeira janela, na segunda não vamos fazer nenhum movimento. A não ser que a gente consiga abrir um espaço orçamentário”.

Esse espaço orçamentário seria com a saída de jogadores. Na atual janela, o clube já se desfez de Allan, vendido ao Flamengo, e Dodô, que foi para o Santos. Pelo que Muzzi explicou, essas saídas não abrem espaço na folha, e sim fazem ela ficar dentro do limite estipulado. Ou seja, para haver novas contratações, será preciso realizar mais saídas.

“Se eu puder reforçar o time para chegar na Libertadores, isso traz benefícios, mas não podemos repetir o que sempre acontecia no passado. Hoje não dá mais para trazer um jogador a qualquer momento e deixar de pagá-lo. A gente não tem essa de deixar para uma próxima gestão, não tem mais essa de deixar as contas pra lá”, explicou o CEO, ao relembrar que o clube funcionava com essa questão de uma gestão contratar, mas deixar para outra “se virar” e pagar.

Apesar de não ter feito contratações, o Atlético conta com o retorno do equatoriano Alan Franco, que estava emprestado, e também a renovação de contrato do atacante Paulinho, que estava emprestado e agora fica em definitivo.

O Atlético terá investimentos com a chegada da SAF?

A transformação do clube em SAF, que deve ter aprovação do conselho na próxima semana, não trará investimentos imediatos ao Atlético, já que o dinheiro será usado para equacionar dívidas.

Por outro lado, o Atlético já tem planejamentos para 2024, 2025 e 2026 sobre como deve tocar o futebol. Para 2024, a previsão é gastar R$ 40 milhões em investimentos no time, contando compras, luvas, comissão etc. Esse investimento também precisa ficar dentro do piso e do teto do Atlético, onde o clube prevê usar entre 30% e 40% do faturamento para folha salarial.

“É o ponto que mais vamos ter dificuldade no que pode ou não ser feito. Uma vez estipulado o orçamento, não vamos mexer muito. Para os próximos anos, temos que ser muito disciplinados. Se os resultados não vierem, não pode haver excessos para tentar compensar, pois o importante é deixar o Atlético sustentável”.

Em resumo, os primeiros anos da SAF no Atlético devem servir para o clube se organizar financeiramente e tentar ficar estável, algo que não acontece hoje em dia. Não deverão acontecer grandes investimentos, como contratações badaladas, mas o clube espera conseguir o nível de competitividade atual.

Em 2024, será o primeiro ano da gestão atual do Atlético recebendo por direitos de transmissão, já que as cotas anteriores estavam todas adiantadas. Esse é um dinheiro que pode ajudar o time nos investimentos ou a pagar mais dívidas.

+ LEIA MAIS: SAF do Atlético: valores, compradores, polêmicas e a torcida

Montagem de elenco e venda de jogadores

O elenco atual do Atlético tem média de idade alta, com vários jogadores acima com 30 anos ou mais. Muzzi explicou que isso é um problema, pois é algo que dificulta a venda deles, que é “uma linha importante de receita”. Para os próximos anos, o clube fez um estudo e percebeu que precisa manter um time mais equilibrado:

“A gente precisa ter um equilíbrio de distribuição de jogadores. Precisa de jogadores abaixo de 20, até 24, de 24 a 29, de 29 a 33 e acima de 33”, explicou o CEO, citando que precisa tirar dos jovens tanto esportivamente, quanto financeiramente, enquanto os mais velhos servem para dar estabilidade ao time.

Como o Atlético projeta os R$ 40 milhões em gastos, mas também pode fazer trocas no elenco, como por exemplo liberar ou vender um experiente com salário duas vezes maior e pagar por um mais jovem que vai receber a metade, o clube deve promover uma reformulação, dentro do possível, para buscar esse equilíbrio citado por Muzzi.

O elenco atual do Atlético conta com 26 jogadores, com vários deles em fim de contrato. Veja abaixo a lista com idade e tempo de contrato.

Nome Idade Contrato até 
Everson 32 anos dezembro de 2025
Matheus Mendes 24 anos dezembro de 2024
Gabriel Delfim 20 anos dezembro de 2024
Mariano 37 anos dezembro de 2023
Saravia 30 anos dezembro de 2023
Guilherme Arana 26 anos dezembro de 2024
Rubens 22 anos dezembro de 2025
Bruno Fuchs 24 anos dezembro de 2023*
Réver 38 anos dezembro de 2023
Jemerson 30 anos dezembro de 2024
Igor Rabello 28 anos dezembro de 2025
Maurício Lemos 27 anos dezembro de 2023**
Otávio 29 anos junho de 2026
Alan Franco 24 anos dezembro de 2024
Battaglia 32 anos dezembro de 2024
Hyoran 30 anos dezembro de 2023
Edenílson 33 anos dezembro de 2024
Patrick 30 anos dezembro de 2025
Zaracho 25 anos dezembro de 2025
Pedrinho 25 anos junho de 2024*
Igor Gomes 24 anos dezembro de 2026
Hulk 36 anos dezembro de 2024
Paulinho 22 anos dezembro de 2027
Pavón 27 anos junho de 2025
Alan Kardec 34 anos dezembro de 2024
Eduardo Vargas 33 anos dezembro de 2024

*Empréstimo – **cláusulas podem estender o contrato até 2025

- - Continua após o recado - -

Assine a newsletter da Trivela e junte-se à nossa comunidade. Receba conteúdo exclusivo toda semana e concorra a prêmios incríveis!

Já somos mais de 3.200 apaixonados por futebol!

Ao se inscrever, você concorda com a nossa Termos de Uso.

Resumo de como vão funcionar os investimentos do Atlético

  • Em 2023, não deve acontecer mais, só se um novo jogador sair e liberar espaço na folha, que já está no limite;
  • A SAF não trará investimento imediato para o futebol;
  • Com a SAF, a ideia é manter os gastos atuais, mas dentro de um piso/teto;
  • O foco inicial da SAF é de pagar as dívidas;
  • Em 2024, a previsão é de gastar R$ 40 milhões com contratações;
  • Será o primeiro ano recebendo receitas de TVs, já que antes todas estavam adiantadas;
  • Reformulação do elenco, na medida do possível, buscando mais equilíbrio etário e jogadores com potenciais de sucesso esportivo e revenda futura.
Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
Botão Voltar ao topo