Atlético-MG pode sofrer sanções por cantos homofóbicos em jogo contra o Flamengo
Desde a década de 80, e o fatídico jogos dos cinco expulsos pela Libertadores, Atlético-MG e Flamengo é um duelo repleto de rivalidade. As torcidas de ambas as equipes criam um clima “hostil” antes das partidas começarem, com lindas festas e muito barulho para prejudicar o adversário. O que não pode, contudo, é entoar cantos homofóbicos e preconceituosos.
Foi exatamente o que a torcida do Atlético-MG fez na noite deste sábado (29), diante do Flamengo, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro. Antes mesmo da bola rolar, os atleticanos já entoaram os gritos de “p***, vi*** e ladrão” e tiraram um pouco do brilho da festa. Contra o Rubro-Negro, tal grito é rotineiro dos torcedores do Galo, que pode sofrer sanções da CBF.
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Cantos homofóbicos e punições
Ao todo, a torcida do Atlético-MG proferiu os xingamentos homofóbicos e preconceituosos para a torcida do Flamengo em mais de 10 oportunidades. Como mencionado, os gritos começaram antes mesmo da bola rolar, quando os torcedores do Galo ainda começavam a se acomodar no Estádio Independência. Tal movimentação, inclusive, foi registrada pela reportagem da Trivela.
Aquela música preconceituosa da torcida do Atlético-MG para a torcida do Flamengo, que vimos na TL ao longo da semana, já está sendo cantada no Independência. Atitude lamentável.
O vídeo é do amigo @omaiccosta, que está no estádio para acompanhar a partida | @trivela pic.twitter.com/0VXDE8KuaJ
— Gui Xavier (@GuiVXavier) July 29, 2023
Os cantos homofóbicos direcionados para a torcida do Flamengo, por parte de uma ala de torcedores do Atlético-MG, não é uma novidade. Diversos vídeos circularam nas redes sociais com relatos sobre, às vésperas do duelo deste sábado. Existe um bem famoso, inclusive, capturado pelas câmeras da TV Globo durante a vitória do Galo por 2 a 1 sobre o Rubro-Negro, no ano passado, pela Copa do Brasil.
Agora, o Atlético-MG corre risco de sofrer sanções da CBF e do STJD por conta dos gritos. O Corinthians, por exemplo, foi punido recentemente e cumpriu um jogo de portões fechados pelos cantos homofóbicos contra o São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro. Na ocasião, os corinthianos presentes na Neo Química Arena chamaram os torcedores do Tricolor paulista de “bi***”. O duelo era de torcida única.
Punições futuras podem gerar perda de pontos
Homofobia dentro do futebol entra no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). No documento está previsto que o clube envolvido em “prática de ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência” deve pagar multa de até 100 mil reais.
A equipe envolvida na acusação ainda corre riscos de perder três pontos se o STJD considerar que a infração foi “praticada simultaneamente por considerável número de pessoas”. Tal punição jamais foi aplicada para casos deste tipo. Além disso, também pode ocorrer a perda de mando, ou jogo com portões fechados, como aconteceu com o Corinthians.
Clima tenso foi além dos cantos homofóbicos
Por se tratar de um duelo de extrema rivalidade, os torcedores do Atlético-MG também pegaram no pé de outros personagens do jogo. O primeiro – claro – foi o volante Allan, que era jogador do Galo antes de se transferir para o Flamengo, nesta janela de transferências, por cerca de 9 milhões de euros. O atleta foi chamado de mercenário e c****, como visto no vídeo abaixo.
Outro vídeo do amigo @omaiccosta com xingamentos da torcida do Atlético-MG. Dessa vez, os ataques são ao volante Allan, que se transferiu recentemente para o Flamengo.
É a primeira vez que os atleticanos reencontram o volante. Ele será titular na partida de hoje | @trivela pic.twitter.com/9eqxPvCmFN
— Gui Xavier (@GuiVXavier) July 29, 2023
O técnico Jorge Sampaoli, que treinou o Atlético-MG, há três temporadas, também foi alvo de xingamentos por parte dos presentes no Independência. As hostilizadas para o treinador argentino, no entanto, foram em menor tom do que as outras: as críticas foram em relação ao seu trabalho, que não rendeu títulos ao Galo, embora tenha terminado na terceira posição do Brasileirão de 2020.