Brasileirão Série A

Atlético-MG pode sofrer sanções por cantos homofóbicos em jogo contra o Flamengo

Desde a década de 80, e o fatídico jogos dos cinco expulsos pela Libertadores, Atlético-MG e Flamengo é um duelo repleto de rivalidade. As torcidas de ambas as equipes criam um clima “hostil” antes das partidas começarem, com lindas festas e muito barulho para prejudicar o adversário. O que não pode, contudo, é entoar cantos homofóbicos e preconceituosos.

Foi exatamente o que a torcida do Atlético-MG fez na noite deste sábado (29), diante do Flamengo, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro. Antes mesmo da bola rolar, os atleticanos já entoaram os gritos de “p***, vi*** e ladrão” e tiraram um pouco do brilho da festa. Contra o Rubro-Negro, tal grito é rotineiro dos torcedores do Galo, que pode sofrer sanções da CBF.

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Cantos homofóbicos e punições

Ao todo, a torcida do Atlético-MG proferiu os xingamentos homofóbicos e preconceituosos para a torcida do Flamengo em mais de 10 oportunidades. Como mencionado, os gritos começaram antes mesmo da bola rolar, quando os torcedores do Galo ainda começavam a se acomodar no Estádio Independência. Tal movimentação, inclusive, foi registrada pela reportagem da Trivela.

Os cantos homofóbicos direcionados para a torcida do Flamengo, por parte de uma ala de torcedores do Atlético-MG, não é uma novidade. Diversos vídeos circularam nas redes sociais com relatos sobre, às vésperas do duelo deste sábado. Existe um bem famoso, inclusive, capturado pelas câmeras da TV Globo durante a vitória do Galo por 2 a 1 sobre o Rubro-Negro, no ano passado, pela Copa do Brasil.

Agora, o Atlético-MG corre risco de sofrer sanções da CBF e do STJD por conta dos gritos. O Corinthians, por exemplo, foi punido recentemente e cumpriu um jogo de portões fechados pelos cantos homofóbicos contra o São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro. Na ocasião, os corinthianos presentes na Neo Química Arena chamaram os torcedores do Tricolor paulista de “bi***”. O duelo era de torcida única.

Punições futuras podem gerar perda de pontos

Homofobia dentro do futebol entra no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). No documento está previsto que o clube envolvido em “prática de ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência” deve pagar multa de até 100 mil reais.

A equipe envolvida na acusação ainda corre riscos de perder três pontos se o STJD considerar que a infração foi “praticada simultaneamente por considerável número de pessoas”. Tal punição jamais foi aplicada para casos deste tipo. Além disso, também pode ocorrer a perda de mando, ou jogo com portões fechados, como aconteceu com o Corinthians.

Clima tenso foi além dos cantos homofóbicos

Por se tratar de um duelo de extrema rivalidade, os torcedores do Atlético-MG também pegaram no pé de outros personagens do jogo. O primeiro – claro – foi o volante Allan, que era jogador do Galo antes de se transferir para o Flamengo, nesta janela de transferências, por cerca de 9 milhões de euros. O atleta foi chamado de mercenário e c****, como visto no vídeo abaixo.

O técnico Jorge Sampaoli, que treinou o Atlético-MG, há três temporadas, também foi alvo de xingamentos por parte dos presentes no Independência. As hostilizadas para o treinador argentino, no entanto, foram em menor tom do que as outras: as críticas foram em relação ao seu trabalho, que não rendeu títulos ao Galo, embora tenha terminado na terceira posição do Brasileirão de 2020.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
Foto de Maic Costa

Maic CostaSetorista

Maic Costa é mineiro, formado em Jornalismo na UFOP, em 2019. Passou por Estado de Minas, No Ataque, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas, antes de se tornar setorista do Cruzeiro na Trivela.
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