O Atlético-MG, mais uma vez, jogou menos do que pode, e por isso está onde está
Atlético segue se contentando com o mínimo e apresentando o básico de futebol, mesmo podendo mais, por isso não briga pelo título, mesmo com o Botafogo pedindo por isso
O Atlético-MG empatou em 1 a 1 com o Corinthians na noite de quinta-feira (9), fora de casa. Para qualquer desavisado, o resultado parece bom, já que o adversário é historicamente forte como mandante. No entanto, a história não é bem assim, e poderia ter sido completamente diferente se o Galo não tivesse, mais uma vez, jogado menos do que pode. O que explica porque o time não consegue brigar pelo título, mesmo com o Botafogo implorando por isso.
Desde que Felipão chegou ao Atlético, na 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Atlético parece fazer apenas o mínimo em campo. O início péssimo foi salvo com resultados melhores nos últimos meses, que recolocou o time dentro do G6. O principal objetivo do clube é uma vaga na próxima Libertadores. Em bola jogada, o Galo está onde merece e, mesmo com o Botafogo implorando para alguém tomar dele o título da competição, o time de Scolari, que está há poucos pontos do líder, não demonstra ambição para lutar por isso.
Contra o Corinthians, o Atlético fez mais um jogo “para o gasto”. Nesse tipo de jogo, o Galo passa longe de dar o seu melhor, mas, pela qualidade do time – e às vezes pela não qualidade do adversário -, e a dupla Paulinho e Hulk, tem conseguido resultados, ao mesmo que tropeça em si mesmo.
Nos últimos dois jogos, contra o lanterna América-MG (oficialmente rebaixado nesta rodada) e um Corinthians fraco, que não jogou bom futebol em nenhum momento do ano, o Atlético não demonstrou, em momento algum, ser um time que está brigando pelo G4, muito menos um que briga pelo título. O time foi apático e jogou de igual para igual contra esses rivais, mesmo sendo melhor. Felipão fala que todos os times são difíceis e de qualidade na competição, mas, mesmo que ele não assuma, o Galo está acima da maioria deles em qualidade, só não demonstra isso em campo.
Também sinto a mesma coisa
Postura do time conversa diretamente com o comando técnico, que tá totalmente alinhado com a gestão e NENHUMA dessas três partes está conectada, nem minimamente, com a nossa torcida https://t.co/wJ1oPNHFQO— Vingança Alvinegra (@1908Vinganca) November 10, 2023
Lamentações que parecem ser só palavras
Paulinho, que marcou o gol do Atlético e se tornou o artilheiro do Brasileirão, saiu de campo dizendo que o time podia mais: “A gente podia ter ganhado o jogo. A gente sabe que o nosso poder ofensivo era melhor. No segundo tempo a gente acertou o time, fomos mais ofensivos e agressivos, conseguindo fazer o gol. E Felipão, na coletiva, reforçou isso, de que estava insatisfeito com o empate pelo que o time jogou após sofrer o gol.
Se os jogadores e o próprio Felipão entendem que o time foi melhor depois de sofrer o gol, por que o Atlético não jogou da mesma maneira desde o início? Por qual motivo o Galo não tentou ser mais ofensivo desde o começou e precisou sofrer um gol para acordar? E, apesar das falas citadas, o Alvinegro melhorou o suficiente para empatar e só. Não passou a jogar um futebol super ofensivo que amassou o Corinthians. Fez, como sempre, apenas o mínimo.
As atuações do Atlético têm sido mínimas. O normal do time é jogar o básico. Quando Felipão cita que o Cruzeiro e o América são bons times após o Galo não conseguir vencê-los, não é mérito dos rivais, é demérito do Atlético. A sensação de que o time pode mais é clara, mas não há um lapso de esperança de que isso vá acontecer ainda em 2023. Uma vaga na pré-Libertadores, que é o que está encaminhada, é o justo para o que o time apresentou no Brasileirão, pois nem de uma vaga direta ele é digno.
O curioso caso do homem que só enfrenta time bom!!! pic.twitter.com/dW3gdxQNdQ
— Gabriel Pedroni Futebol (@Pedroni012) November 10, 2023
O Atlético está na briga pelo título, mas não por causa dele
Apesar de não demonstrar ambição nos jogos, o Atlético está sim na briga pelo título, mas não é por conta dele, e sim porque o Botafogo está tendo uma das maiores derrocadas que o Brasil já viu. Além disso, os outros rivais oscilam muito, só que eles, em algum momento, já demonstraram querer, diferente do Galo. Hoje, cinco pontos separam o time de Scolari do líder, que tem ainda um jogo a menos.
– É um campeonato que é diferente de todos que foram realizados até hoje por pontos corridos. Provavelmente teremos cinco ou seis equipes disputando o campeonato para saber quem será o campeão no final. Não acredito que uma equipe vá disparar. Tem Botafogo, Grêmio, Palmeiras, Bragantino, Flamengo, e nós estamos ali, quem sabe a gente belisca alguma coisa no futuro. Temos condições? Temos. Mas primeiro vamos conseguir o objetivo principal (Libertadores), depois pensar no segundo plano – disse Felipão após o empate com o Corinthians.
As chances de título para o Atlético são mínimas e, por mais que haja a possibilidade e Felipão fale sobre talvez brigar por algo “no futuro”, o Galo parece querer menos o título do que o Botafogo, que está fazendo muita força para entregá-lo. Por isso, é algo que não deve chegar perto de acontecer e o torcedor não precisa se iludir.