Massacre magrebe

Os clubes asiáticos fizeram a pior campanha na história da Liga dos Campeões Árabes, a competição interclubes mais tradicional do mundo árabe. Disputada desde 1982 e reunindo equipes dos países que compõem a região – que corta da costa atlântica no noroeste da África até o oceano índico na Ásia – esta é a primeira edição em que não há nenhum time da Ásia nas semifinais.
Os jordanianos Al-Wihdat e Al-Faisaly (os únicos clubes asiáticos que vem ‘mostrando os dentes’ para os rivais do magrebe) tombaram nas quartas-de-final e assistirão o bicampeão ES Setif, da Argélia, enfrentar o Esperance, da Tunísia, enquanto na outra mão o Wydad Casablanca, do Marrocos, pega o CS Sfaxien, da Tunísia.
O aproveitamento dos árabes do lado asiático contra os ‘irmãos’ norte-africanos na presente edição foi alarmante: 33,3%. O domínio dos clubes da região magrebe (norte da África) tem se configurado nos últimos três anos com a taça sempre indo rumo a Marrocos (2006) e Argélia (2007 e 2008).
A última conquista asiática foi em 2005 com o Al-Ittihad, da Arábia Saudita. Aliás, os títulos do continente asiático no torneio foram minguando com o passar das décadas: seis nos anos 80, quatro nos anos 90, e apenas três na atual..
Apesar de os números serem frios e implacáveis, é simplório dizer que os clubes magrebinos são melhores que os sauditas, catarianos e emirenses, por exemplo.
O que acontece é que as potencias do Oriente Médio se concentram na Liga dos Campeões da Ásia, que é uma competição mais conceituada e rentável. A cota de participantes destinadas a LC Árabe é deixada para as equipes que terminaram entre a 3ª e a 5ª colocação em seus certames nacionais, além dos ‘playoffs’.
Ignorando as nações que são figurações garantidas como Palestina e Iêmen, apenas o decadente Kuwait e a esforçada Jordânia continuam mandando seus campeões e vices para a LC Árabe. Então, sem contar com forças como Al-Ittihad, Al-Hilal, Al-Ahli, Al-Ain, Al-Gharafa e Al-Sadd, definitivamente não dá pra rivalizar com marroquinos, tunisianos e argelinos. O fracasso asiático nesta importante liga regional reside neste fator.
Performance dos clubes asiáticos nas últimas edições da LC Árabe: Jordanianos são os únicos do continente a mostrar competitividade.
2005/6: Al-Wihdat (Jordânia): semifinalista
2006/7: Al-Faisaly (Jordânia): finalista
2007/8: Al-Faisaly (Jordânia): semifinalista
2008/9: Al-Faisaly e Al-Wihdat (Jordânia): quartas-de-final