Mais um na Arábia Saudita, Bono teve tempo para marcar história no Sevilla

O mais recente reforço da Arábia Saudita é um dos melhores goleiros do futebol espanhol – e europeu. Bono, 32, decidiu deixar para trás quatro anos de sucesso pelo Sevilla para defender as metas do Al Hilal, a nova casa de Neymar. A última temporada do marroquino foi especial, com a conquista do bicampeonato da Liga Europa, sendo um dos grandes destaques da decisão, e a semifinal da Copa do Mundo.

O técnico José Luis Mendilibar estava resignado com a saída do seu goleiro titular após a derrota para o Manchester City nos pênaltis pela Supercopa da Europa em Atenas. Os rumores de que ele estaria disposto a respirar novos ares não eram novos e, no fim, ele se juntou ao contingente de atletas de elite que aceitaram propostas polpudas dos clubes sauditas. Segundo o Marca, ganhará € 12 milhões por temporada, seis vezes mais do que seu salário anterior. O Al Hilal pagará cerca de € 20 milhões pela transferência.

O Sevilla não precisará necessariamente investir o que recebeu em um novo goleiro porque pode utilizar Marko Dmitrovic. O sérvio ganhou a posição na reta final de La Liga, com Bono reservado para o mata-mata da Liga Europa. Ainda tem 31 anos e aparentemente conta com a confiança de Mendilibar, com o qual trabalhou no Eibar. 

O dinheiro pode ser usado para movimentar um pouco um mercado ainda tímido em Nervión. Por enquanto, o Sevilla trouxe apenas o lateral esquerdo Adriá Pedrosa, do Espanyol, sem taxa de transferência, comprou o meia Djibril Sow, do Eintracht Frankfurt, e confirmou a permanência do zagueiro Loïc Badé, que passou o primeiro semestre do ano emprestado.

A posição que pode ficar desfalcada é a lateral esquerda porque o Aston Villa, comandado pelo ex-diretor do Sevilla, Monchi, está de olho em Marcos Acuña. A saída do argentino deixaria Mendilibar com Pedrosa como o único especialista da posição. O Sevilla tem Ludwig Augustinsson sob contrato, mas ele foi emprestado pela terceira vez em um ano. Após Aston Villa e Mallorca, defenderá o Anderlecht, da Bélgica.

Um goleiro bicampeão

Bono não passou tanto tempo no Sevilla, mas, em um clube que marca tanto sua história pelas conquistas na Liga Europa, terá um lugar especial como goleiro de duas delas, especialmente pelo papel determinante que acabou tendo. Chegou emprestado em 2019/20, após ser rebaixado com o Girona, para dar apoio ao titular Tomás Vaclik. Ganhou oportunidades nas copas e, para variar, o Sevilla chegou longe naquela edição da Liga Europa.

Era a fase aguda da pandemia. O mata-mata foi disputado em campo neutro na Alemanha, e Bono brilhou a partir das quartas de final. Defendeu pênalti de Raúl Jiménez contra o Wolverhampton, foi brilhante na semifinal contra o Manchester United e também conseguiu uma intervenção importante contra Romelu Lukaku na decisão. O desempenho foi suficiente para ser contratado em definitivo e ganhar a vaga de titular. Um dos mais regulares da boa passagem de Julen Lopetegui. Chegou a levar o Troféu Zamora de goleiro menos vazado de La Liga em 2021/22, sofrendo apenas 24 gols em 31 partidas.

O brilho pelo Sevilla ajudou a torná-lo intocável na seleção marroquina. Foi um dos grandes nomes da Copa do Mundo, decisivo nas históricas vitórias sobre Espanha e Portugal. Quando retornou do Catar, a realidade do Sevilla era difícil, afundado em uma briga inesperada contra o rebaixamento entre a saída de Lopetegui e a chegada de Jorge Sampaoli. Mendilibar foi contratado em março e efetivou Dmitrovic no Campeonato Espanhol. Sobrou, novamente, a Liga Europa para Bono.

Foi seguro em novo duelo contra o Manchester United e na semifinal contra a Juventus. A Roma não foi um trator ofensivo em Budapeste, mas Bono apareceu quando precisou, negando Tammy Abraham à queima-roupa e depois desviando uma finalização de Andrea Belotti com a ponta dos dedos. Na disputa de pênaltis, barrou Gianluca Mancini e desviou a batida de Roger Ibañéz o suficiente para enviá-la à trave. Terminou como um dos grandes heróis da sétima conquista.

Na hierarquia de goleiros históricos do Sevilla, é difícil superar Andrés Palop, que marcou até gol que forçou prorrogação no título de 2007, mas, em apenas quatro anos, Bono pelo menos chegou perto.

Quais os principais jogadores que foram para a Arábia Saudita?

• Karim Benzema (Al-Ittihad)
• Roberto Firmino (Al-Ahli)
• N'Golo Kanté (Al-Ittihad)
• Neymar (Al-Hilal)
• Malcom (Al-Hilal)
• Rúben Neves (Al-Hilal)
• Fabinho (Al-Ittihad)
• Sergej Milinkovic-Savic (Al-Hilal)
• Ryhad Mahrez (Al-Ahli)
• Roger Ibañez (Al-Ahli)
• Jota (Al-Ittihad)
• Allan Saint-Maximin (Al-Ahli)
• Kalidou Koulibaly (Al-Hilal)
• Seko Fofana (Al-Nassr)
• Édouard Mendy (Al-Ahli)
• Marcelo Brozovic (Al-Nassr)
• Franck Kessié (Al-Hilal)
• Bono (Al-Hilal)