Eduardo Brock projeta final da Sula e se declara ao Cruzeiro: ‘Sou mais um torcedor fanático’
Zagueiro campeão da Série B com a Raposa em 2022, que atua no Cerro Porteño, também falou de seus planos para o futuro
A final da Copa Sul-Americana, que será disputada neste sábado (23), entre Cruzeiro e Racing, no Estádio “La Nueva Olla”, em Assunção, no Paraguai, não é o único elo do país latino com o clube celeste.
O zagueiro Eduardo Brock, capitão da equipe na campanha do título da Série B do Campeonato Brasileiro, em 2022, defende o Cerro Porteño, um dos grandes clubes locais.
Muito querido pela torcida celeste, o defensor bateu um papo exclusivo com a Trivela, falando sobre sua relação com a Raposa, seus planos para o futuro e a expectativa para a final da Sula, que ele celebrou acontecer no país que vive.
— Com certeza assistirei à final. Deus colocou o Cruzeiro pra disputar essa final tão importante da história do clube na cidade onde estou, pra poder vivenciar tudo isso, sentir de novo esse carinho do torcedor, porque estou encontrando muitos cruzeirenses. Sei o quanto foi difícil pro clube, o quanto todas as pessoas trabalharam pra chegar nesse dia tão importante. Então eu vou torcer muito pra que se concretize o título — afirmou o zagueiro de 33 anos.
Família cruzeirense
Eduardo Brock revelou também que sua passagem pelo Cruzeiro rendeu pelo menos mais três torcedores fanáticos para a Raposa: ele, sua esposa e seu filho.
— Meu filho é cruzeirense porque os bons momentos que ele viveu foram com o Cruzeiro. Ele tem um carinho enorme pela Raposa. Eu e minha esposa torcemos muito pelo Cruzeiro, por tudo que a gente viveu. Eu sou cruzeirense hoje, não só pelo trabalho, pelos meus amigos que estão lá, mas por toda a torcida. Eu sou um cruzeirense, mais um torcedor fanático que vai estar torcendo muito para que o clube saia campeão — se declarou Brock.
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Brock ainda se mostrou agradecido pelo carinho que recebe dos cruzeirenses, que até hoje enchem as redes sociais do atleta de comentários positivos.
— Eu acredito que o torcedor se identificou muito pela minha trajetória dentro do clube. Por eu ter chegado no pior momento da história e conseguido fazer parte da reviravolta, não só do clube, mas pessoal lá dentro. Acho que isso marcou muito. Uma das características que eu demonstrei nesse tempo foi o amor que eu sentia pelo clube. Toda toda a bola que eu disputava realmente era com o coração para que o clube saísse da situação que estava.
Fico muito muito contente por esse carinho, que é 100% recíproco. Por todo torcedor, porque vivi momentos muito bons da minha vida. O Cruzeiro é muito importante para minha família, para o meu filho. O prazer dele de gostar de futebol, de ir no estádio, ser cruzeirense, ele quer voltar para Belo Horizonte. É uma página muito importante dentro da vida dele. Amanhã terei a oportunidade de olhar o meu clube jogar uma final de Sul-Americana. Estou muito agradecido por poder estar junto nesse momento — celebrou o ex-capitão da Raposa.
Eduardo Brock projeta final difícil contra o Racing
Apesar da expectativa pela taça ir para Belo Horizonte, Brock afirmou que será uma partida muito difícil, que exigirá muito da equipe do Cruzeiro.
— O jogo vai ser dificílimo, principalmente porque estarão jogando contra argentinos. Então é raça, uma equipe que vai querer muito vencer também. Mas acho que o Cruzeiro tem qualidade e competência para ganhar. Se for para chutar um resultado, eu apostaria 2 a 1 para o Cruzeiro — avaliou Eduardo.
O palco da grande final ? pic.twitter.com/hcdRsxQV46
— Maic Costa (@omaiccosta) November 22, 2024
Carreira e futuro
Eduardo Brock também fez uma avaliação de sua temporada e do ano não muito bom de sua equipe, o Cerro Porteño. Com contrato se encerrando e propostas na mesa, o jogador ainda define seu futuro. Voltar ao Brasil é uma opção.
— Não atingimos os objetivos que gostaríamos de ter atingido, falando futebolisticamente. Como pessoa, foi um processo em que eu evoluí bastante, aprendi muito também, principalmente nessa questão de olhar o futebol de fora do para dentro do Brasil, ver qual é a diferença, porque o Brasil está tão na frente. E realmente está — começou o zagueiro.
Essa noite acompanhei Sportivo Trinidense 3×2 Cerro Porteño pelo Campeonato Paraguaio. Jogo não valia absolutamente nada. Estádio pra 8 mil pessoas, muito raiz.
Amanhã publicarei uma matéria sobre a experiência com várias fotos, vídeos e meu relato na @trivela. Fiquem com um… pic.twitter.com/lXBNZ87dMp
— Maic Costa (@omaiccosta) November 22, 2024
O defensor revelou, ainda, que planeja seguir trabalhando no futebol quando encerrar sua carreira.
— Foi um período de muito aprendizado para o Eduardo Brock, jogador, mas também para o Eduardo Brock, que quem sabe no futuro que vai trabalhar com futebol. Tentei buscar um aprendizado, alguma melhora, algo que eu consiga também utilizar para a minha vida pessoal, porque foi para isso também que eu vim para cá, com esse contrato, com esse objetivo. E agora o ciclo está se encerrando. Meu contrato acaba em dezembro e eu devo retornar para o Brasil para ver qual que vai ser o próximo objetivo. Com certeza buscarei algo que eu possa disputar para vencer — contou Eduardo Brock.
O zagueiro afirmou, também, que apesar de já ter feito o primeiro de dois anos do curso de treinador, não sabe se tentará seguir na profissão. Sua preferência é trabalhar na parte administrativa, como diretor técnico, como, por exemplo, Andrés D'alessandro e Edu Dracena. Mas é algo para o futuro.
Seu nome estará para sempre na história do Cruzeiro como o capitão da conquista da Série B, num dos anos mais importantes da nossa história. ?
Obrigado, Eduardo Brock! ? pic.twitter.com/JZz3me5azN
— Cruzeiro ? (@Cruzeiro) February 23, 2023
O futebol paraguaio
Eduardo Brock ainda citou alguns pontos em que futebol paraguaio fica para trás em relação ao brasileiro e ao argentino.
— Há grande diferença estrutural, de treino, de jogo, dos clubes. Há um processo de evolução, mas está no início. Aqui estão começando com esse entendimento que uma evolução no futebol em geral é necessária para obtenção de resultados, tanto na seleção como no campeonato nacional. A situação financeira também é muito diferente — avaliou o defensor.
Como é um jogo de futebol ‘raiz’ no Paraguai? Assistimos e contamos para você
Ao falar das semelhanças, Brock não titubeou.
— A paixão pelo futebol das pessoas aqui. São muito apaixonados pelo futebol, mesmo. E se identificam muito com o Brasil, gostam muito do brasileiro aqui no Paraguai. Então Tem muitas coisas em que eles tentam se assemelhar a nós. Eu acho que ainda existem muitas diferenças, mas eles estão buscando essa evolução. Isso é legal também, ver o processo. Acredito que alguns anos à frente, o Paraguai começará a crescer muito dentro do futebol — finalizou o zagueiro do Cerro Porteño.