Sul-Americana

Dificuldades antigas impediram o Cruzeiro de jogar bem contra o Boca, que leva vantagem para BH

Em partida abaixo da crítica da Raposa, Cavani decide e Xeneizes comemoram 1 a 0 em La Bombonera

O Cruzeiro fez péssima partida na noite desta quinta-feira (15), em La Bombonera, e saiu derrotado pelo Boca Juniors, por 1 a 0, no jogo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana. Edinson Cavani foi o autor do gol Xeneize.

Além da atuação individual fraca de seus principais jogadores, como Matheus Pereira e William, e de improdutividade no ataque com Lautaro Díaz e Arthur Gomes, o time celeste tropeçou em velhos fatores, comuns ao próprio Cruzeiro e a quem atua na Bombonera.

A equipe de Fernando Seabra voltou a sofrer com a pouca inspiração e a dificuldade de aproveitar os espaços adversários em momentos de pressão. Mesmo com o Boca atirado ao ataque, o time celeste não tinha saída, caindo em uma armadilha na qual todo time adversário sonha.

O Boca tinha a possibilidade de atacar sem parar, não precisando se preocupar com eventuais contra-ataques cruzeirenses.

Além disso, o Cruzeiro não conseguiu atacar o Boca nem quando esteve perdendo. O que se viu foi o contrário. Os Xeneizes mais perto do segundo gol do que os brasileiros do primeiro.

‘Fator Bombonera' pesou

Além das dificuldades do time celeste, velhas dificuldades que os brasileiros costumam sofrer em La Bombonera apareceram.

Muita catimba para todos os lados e uma arbitragem que apitava muitas faltas e não deixava o jogo correr. O árbitro Jesus Valenzuela pareceu sentir a pressão do estágio e teve muito mais ímpeto em distribuir cartões para o time celeste. Foram cinco, quatro no primeiro tempo. Alguns deles equivocados.

O Boca, por sua vez, recebeu dois, um em cada etapa, ainda que tenha abusado das faltas, muitas delas ignoradas pela arbitragem.

Por fim, a pressão da torcida argentina empurrou o Boca na segunda etapa, o que culminou em mais nervosismo a um Cruzeiro minado pela catimba adversária, pela arbitragem e por seus próprios erros técnicos, que foram muito acima do comum.

Jogadores de Boca Juniors e Cruzeiro discutem em La Bombonera
O jogo foi muito tenso, com muitas discussões, faltas e cartões dados aos jogadores do Cruzeiro – Foto: Imago

Seabra muda Cruzeiro e Cavani começou pelo Boca Juniors

O treinador Fernando Seabra escalou o Cruzeiro com uma formação inédita, tendo Lucas Romero e Walace como dupla de meio campo e Matheus Henrique no banco.

A Raposa entrou em campo assim:

  • Cássio; William, Zé Ivaldo, João Marcelo e Marlon; Lucas Romero, Walace, Barreal e Matheus Pereira; Lautaro Díaz e Arthur Gomes.

Já o Boca Juniors, por sua vez, foi para o jogo com o icônico centroavante uruguaio Edinson Cavani, dúvida durante a semana por uma febre.

O Boca foi escalado pelo treinador Diego Martínez com:

  • Sergio Romero; Luis Advíncula, Cristian Lema, Gary Medel e Lautaro Blanco; Jabes Saralegui, Pol Fernández, Kevin Zenón e Cristian Medina; Miguel Merentiel e Edinson Cavani.

Primeiro tempo de pouca inspiração

Boca Juniors e Cruzeiro fizeram um primeiro tempo muito pegado, mas de pouca inspiração. Como era de se esperar, a marcação era duríssima de ambos os lados.

Mas no terço final, faltava criatividade. O Boca só chegava por cruzamentos, sempre perigosos por se tratarem de uma especialidade do time.

Já o Cruzeiro não conseguia nem assim. Alguns lançamentos no espaço vazio até romperam linhas, mas sucessivas faltas de sincronia acabavam resultando em impedimentos.

Principal jogador da Raposa, Matheus Pereira foi fortemente marco e fez uma etapa inicial muito ruim. O camisa 10 errou muitos passes, inclusive nas poucas vezes em que esteve desmarcado. Quando acertou, encontrou seus companheiros impedidos.

Matheus Pereira durante Boca Juniors x Cruzeiro
Matheus Pereira sofreu com a forte marcação do Boca Juniors e fez um primeiro tempo apagado – Foto: Imago

Boca Juniors mata Cruzeiro no segundo tempo

Se o primeiro tempo foi de baixo nível, mas equilibrado, o segundo tempo iniciou com um amasso do Boca. O time argentino não deixava o Cruzeiro respirar e muitas bolas passaram a cruzar a área de Cássio.

Preso no campo de defesa, o time celeste aproveitava muito mal suas raras escapadas e a defesa Xeneize jogava tranquila, sem pressão.

O gol do Boca Juniors parecia ser questão de tempo e foi. Aos 19, Cavani recebeu lindo passe em profundidade de Zenón, e matador que é, encobriu Cássio, para fazer 1 a 0.

Mesmo vencendo, os argentinos seguiram em cima e a trave e Cássio, sempre ele, salvaram o time em lance inacreditável.

No fim, o Cruzeiro terminou a etapa final apenas com um chute a gol, sem muito perigo, de Lautaro Díaz, e longe de ameaçar a vitória Xeneize.

Foto de Maic Costa

Maic CostaSetorista

Maic Costa é mineiro, formado em Jornalismo na UFOP, em 2019. Passou por Estado de Minas, No Ataque, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas, antes de se tornar setorista do Cruzeiro na Trivela.
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