Sul-Americana

Cruzeiro terá pela frente um caçulinha da Sul-Americana: eles podem aprontar?

Cruzeiro e Alianza FC, da Colômbia, se enfrentam nesta quinta-feira (11), às 21h, no Mineirão, pela segunda rodada do grupo B da Copa Sul-Americana

Alianza Petrolera ou Alianza? Essa pergunta está rodando a internet desde o sorteio do grupo do Cruzeiro na Copa Sul-Americana, realizado no dia 18 de março. A resposta é Alianza FC, mas vamos às explicações. O Alianza Petrolera tinha esse nome por se localizar em Barrancabermeja, cidade conhecida pela exploração petrolífera no norte da Colômbia. O nome do clube vinha como uma homenagem à sua cidade, fazendo referência a principal atividade econômica do local.

Pensando nos confrontos da Raposa pela competição continental, a Trivela voltou a se unir ao especialista em futebol sul-americano, Michael Vinícius (@mikezfps), para trazer detalhes sobre os adversários do Cruzeiro e os principais destaques das equipes que o clube estrelado terá pela frente na Sula. E hoje é dia de falar do Alianza FC, que enfrenta o clube celeste na noite desta quinta-feira (11).

História e curiosidades

Fundado em 24/10/1991, é um clube bem novo em termos futebolísticos, com apenas 32 anos. Apesar da pouca idade, o Alianza já tinha conquistado torcedores em Barrancabermeja, mas a falta de apoio da cidade para com o futebol da principal equipe da região, um engajamento baixo em termos de público, e problemas de arrecadação, fizeram com que a equipe colombiana olhasse para horizontes diferentes, não enxergando um futuro próspero em sua sede original.

Após uma campanha espetacular em 2023, ficando com a última vaga da Sul-Americana pelo campeonato local, o Alianza Petrolera iria finalmente disputar sua primeira competição continental, mas se sentiu limitado em Barrancabermeja. Em uma decisão muito polêmica na Colômbia, o clube decidiu se mudar para Valledupar, cidade mais ao norte de sua sede, onde acreditava ter mais engajamento e mais apoio da local para com o clube neste momento histórico.

A polêmica aumentou ainda mais quando foi anunciado que também mudariam as cores do clube, trocando o lindo e único amarelo e preto, para um esquema tricolor, com o azul predominante, o vermelho e o branco, além de alterar seu escudo, aderindo a um modelo circular com as ditas cores.

Apesar da confusão em relação ao agora Alianza FC, para quem trabalha com futebol sul-americano, ou é um entusiasta e gosta de acompanhar, já há um processo de habituação com a nova identidade do estreante colombiano. Porém, muitos ainda cometem falhas, até envolvidos diretamente na partida confundem o Alianza FC com o Alianza Petrolera. Então, torcedor, caso você também confunda, não se preocupe, é algo natural. Mas acredito que após a nossa explicação, este não mais será um problema.

Como chega o Alianza FC, adversário do Cruzeiro

O Alianza FC começou bem a temporada, eliminando o tradicionalíssimo gigante colombiano América de Cali na primeira fase da Copa Sul-Americana, após vitória por 2 a 1 em Barranquilla-COL. Após o sorteio do dia 18 de março, repercutiu bastante na Colômbia a possibilidade do Alianza estrear em uma competição continental, enfrentando o Cruzeiro, um gigante do futebol continental. Nesse trecho do podcast “Los Intocables Ok”, os presentes na mesa exaltam o fato:

Apesar do bom início de temporada no âmbito internacional, o Alianza faz uma campanha muito ruim no Campeonato Colombiano. Até agora foram 15 jogos disputados, sofrendo 8 derrotas, tendo 4 empates e conquistando somente 3 vitórias. O momento foi carregado também para a Sula, onde foi derrotado pelo Unión La Calera, do Chile, dentro de seus domínios, por 1 a 0, após sofrer um gol do interminável Puma Gigliotti.

Os colombianos chegam em um momento super conturbado para enfrentar o Cruzeiro, que também vive fase complicada após perder a final do estadual para o seu maior rival e trocar de treinador.

Como joga o Alianza?

O Alianza apresenta uma disposição tática utilizando o clássico 4-2-3-1, com os meias laterais lançados como pontas e os volantes muito postados, com pouca movimentação. É um estilo de jogo engessado, um pouco “pobre”, e pouco ameaçador, traduzido na campanha desastrosa que faz o time em 2024. A principal jogada do time é “toca no Emerson Batalla que ele resolve”, pois o colombiano é jogador com maior qualidade técnica no time de Valledupar. Em uma estratégia propositiva, o Alianza é pouco perigoso, oferecendo poucos riscos devido à falta de criatividade. Mas como esse time é quando colocado contra a parede?

Quando pressionado pelo América de Cali na primeira fase da Sul-Americana, o Alianza FC se comportou muito bem, sabendo explorar a velocidade de seus pontas, onde o jovem Emerson Batalla deitou e rolou, fazendo um gol e sendo um verdadeiro pesadelo para a defesa dos Diablos Rojos, que sucumbiram diante de um Alianza reativo.

O Cruzeiro precisa ficar de olhos bem abertos com Emerson Batalla e também com Michael Rangel, histórico centroavante colombiano com passagens por todos os principais clubes do país, entregando números interessantes na maioria dos clubes em que jogou. Uma curiosidade legal, é que Rangel foi formado no Alianza Petrolera, e volta agora em uma nova realidade do clube, uma nova era.

Considerando a fase conturbada do Cruzeiro, com muita pressão interna e também pressão dentro do campo, o Alianza pode ser perigoso se a Raposa se perder no jogo, coisa que vinha acontecendo com frequência sob o comando de Nicolás Larcamón. Um cenário onde o Alianza faz um gol em um contra-ataque, por exemplo, pode complicar muito o jogo para o time mineiro, devido ao momento emocional da equipe.

Mas do outro lado da moeda, um gol cedo do Cruzeiro pode desmoronar ainda mais o já afetado emocional do time colombiano, podendo se transformar em uma goleada. Mas é preciso pontuar que a posição de franco-atirador é confortável para o Alianza, que não tem nada a perder, e como disseram os colegas jornalistas colombianos, estão vindo para desfrutar o momento.

Foto de Maic Costa

Maic CostaSetorista

Maic Costa é mineiro, formado em Jornalismo na UFOP, em 2019. Passou por Estado de Minas, No Ataque, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas, antes de se tornar setorista do Cruzeiro na Trivela.
Botão Voltar ao topo