Palmeiras acata protocolo da Conmebol e Mancha não fará mosaico contra Boca
Torcida queria fazer festa com elementos proibidos pela confederação e contava com apoio do Palmeiras e vaquinha para a multa
A Mancha Verde, maior torcida uniformizada do Palmeiras, não terá sinalização positiva da diretoria do clube para fazer uma festa fora do protocolo da Conmebol na quinta-feira (5), quando o clube alviverde recebe o Boca Juniors, pela volta da semifinal da Copa Libertadores.
A torcida queria que o clube, responsável pelas operações do Allianz Parque em dias de jogos do time, permitisse que a festa quebrasse o protocolo da Conmebol, e afirma que arcaria com uma eventual multa que poderia ser aplicada ao clube.
Jorge Luis, presidente da organizadda, afirmou em postagens nos perfis dele e da torcida nas redes sociais que um mosaico 3D reprovado pela Conmebol já foi aprovado pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) de São Paulo.
Para arcar com a eventual multa, a Mancha pedia doações por meio de pix. Segundo a torcida, o valor é de US$ 10 mil, pouco mais de R$ 50 mil pelo câmbio de hoje.
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“Na verdade, essa multa não é paga, mas sim descontada da premiação repassada aos clubes”, disse Jorge à Trivela.
“Todas as torcidas fizeram coisas proibidas pelo protocolo da Conmebol. O Olímpia, no Paraguai, o Boca, o Racing, o Deportivo Pereira, o Nacional do Uruguai. Todos levaram bandeirão, levaram pisca, levaram fumaça, bateria de fogos”, afirma Jorge.
“Tudo isso é proibido pelo regulamento da Conmebol, mas eles fizeram. Ou a Conmebol não notifica eles, ou eles simplesmente ignoram o regulamento e pagam a multa. É simples. E com certeza eles devem ser notificados”, disse. “Paga a multa e vamos fazer”, afirma.
A decisão do Palmeiras, porém, será outra. O clube afirma que algumas das ações que propôs para o jogo também foram vetadas e, desse modo, decidiu acatar integralmente o estipulado pela confederação.
Rompimento com a torcida
Mancha e a presidente Leila Pereira, aliados a partir de 2017, estão rompidos desde o início de 2022, quando a organizada pressionou Leila pela saída de seu assessor pessoal Olivério Júnior do dia-a-dia do clube, devido à sua ligação com Andrés Sanchez e outros personagens importantes da política do Corinthians.
Mais recentemente, Leila obteve na Justiça uma medida protetiva contra três integrantes da organizada – entre eles, Jorge Luis – por conta de ameaças recebidas por ela durante uma live promovida pela torcida na frente da sede da Crefisa, na qual ela recebeu ameaças de morte.
Leila também suspendeu o repasse da cota de ingressos para a semifinal da Copa Libertadores, na Argentina, às caravanas das torcidas organizadas – praxe em gestões anteriores. Em contato com a Trivela, o Palmeiras afirmou que Leila nunca facilitou o acesso dos uniformizados aos ingressos, algo que é negado pela Mancha.
As vendas de ingressos aos torcedores para o jogo do último dia 28, contra o Boca Juniors, em Buenos Aires, foram feitas por meio de critérios de preferência do programa de sócio-torcedor Avanti, o que causou transtornos para a torcida.
Após o 0 a 0 na Argentina, para se classificar à final da Libertadores no tempo normal, o Palmeiras precisa de uma vitória simples. Em caso de novo empate, a vaga será decidida nos pênaltis.