Na Libertadores, Abel aponta ‘falha silenciosa’ que sabota Palmeiras há quatro jogos
Alviverde corrigiu em parte o problema da eficácia, mas falhou em aspecto defensivo

O Palmeiras suou para voltar a vencer após três partidas, ao bater o Sporting Cristal, por 3 a 2, na estreia da equipe na Copa Libertadores.
E, para obter o resultado, o time fez três gols, algo que falhou em fazer nas duas finais do Campeonato Paulista, contra o Corinthians, e na estreia do Campeonato Brasileiro, contra o Botafogo, quando passou em branco no placar.
Mas, se corrigiu, em parte, a produção ofensiva, o time voltou a falhar em um importante aspecto defensivo: as bolas divididas.
Assim como na ida e na volta contra o Corinthians, bem como contra o Botafogo, o Palmeiras perdeu mais do que ganhou nas disputas pelo chão diante do Sporting Cristal.
Em 54 duelos, o Palmeiras levou a melhor em 24, vendo os jogadores do time peruano ganharem 30 bolas “rachadas” (dados do “Sofascore”)
Na entrevista coletiva pós-jogo, o treinador do Palmeiras falou do assunto e mostrou que a questão está na pauta da comissão técnica:
— Primeiro, [o Palmeiras] precisa igualar a atitude competitiva do Sporting Cristal, que dividiu cada bola. Vocês viram como dividia a bola (bate três vezes com uma mão na outra)? Primeiro, falta isso, subir os nossos níveis de agressividade e de competitividade. E, depois, é esperar, juntar a criatividade que os nossos jogadores têm dentro daquilo que é a estrutura coletiva que nós escolhemos para cada jogo. Falta um pouquinho disso — disse o português.

Placar do Palmeiras em divididas nos últimos quatro jogos
19/3 – Palmeiras 0 x 1 Corinthians
Divididas: Palmeiras 38 x 46 Corinthians
27/3 – Corinthians 0 x 0 Palmeiras
Divididas: Corinthians 43 x 40 Palmeiras
30/3 – Palmeiras 0 x 0 Botafogo
Divididas: Palmeiras 41 x 44 Botafogo
03/4 – Sporting Cristal 2 x 3 Palmeiras
Divididas: Cristal 30 x 24 Palmeiras
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O que mais Abel falou no Peru
Memória e pouco deslocamento no ataque
— Fez-me lembrar há três ou quatro anos aqui atrás, começamos uma Libertadores exatamente igual. Ganhamos no último minuto, jogo difícil. E é bom que os meus jogadores sintam o que é o ataque à profundidade, que é o que está a faltar à nossa equipe. Nossa equipe todos querem jogar no pé, no pé, parece futebol de salão. E é muito difícil quando os adversários correm para as costas e te metem a tua equipe a jogar para trás. E está faltando um bocadinho disso também: ser agudos, ser mais verticais, mas a verdade é que temos que matar o jogo. Nós, na segunda parte, temos duas do Lucas, temos uma do Emiliano e nestes jogos de Libertadores, uma boa parte, 60% da nossa equipe sabe o que é Libertadores, o treinador sabe o que é Libertadores.
Não desistir de buscar o resultado
— Foi preciso ir buscar o nosso espírito que sempre tivemos, de nunca desistir, lutar até ao fim, esperar que o resultado apareça e foi isso que aconteceu hoje. Conseguimos fazer um pênalti que já não fazíamos. Os últimos pênaltis que tivemos, não conseguimos fazer, fizemos. É verdade que sofremos dois gols de fora da área e o futebol é isto, é eficácia.
Expectativas internas e externas
— Felizmente, graças à atitude de todos, conseguimos levar daqui três pontos que era o mais importante para aquilo para a confiança dos nossos jogadores e para continuarmos, mais do que tudo, a trabalhar muito, que é o que nós precisamos de fazer internamente. As expectativas para fora estão muito altas, mas para dentro há muito trabalho a fazer.