Como Luighi estreou na Libertadores e mudou destino do Palmeiras

Foram só quatro minutos em campo. De um jogo em que o Palmeiras jogou mal por mais de 70 minutos da estreia na Copa Libertadores. E, se não foi o segundo, Luighi deu seu terceiro e decisivo toque na bola aos 47 do segundo tempo.
Certamente, eram poucos os palmeirenses que ainda acreditavam na vitória do Palmeiras depois de dois empates em chutes absurdos de fora da área, quando um rebote foi para os pés do cria da Academia.
De primeira, o cruzamento que saiu do bico direito da grande área encontrou Ríos na pequena área, do lado oposto.
A cabeçada para baixo, que deu o 3 a 2 ao Palmeiras contra o Sporting Cristal, dá um respiro para um time que vinha de três jogos sem vencer — com direito a um vice do Paulista sem balançar a rede em dois jogos contra o Corinthians: 0 a 1 em casa, 0 a 0 em Itaquera.
— Ele merece — resumiu Estêvão, após o jogo, sobre a jogada de seu colega das categorias de base.
— Às vezes, não é preciso tocar muitas vezes na bola, mas tocar poucas e tocar bem — disse Abel Ferreira, em sua entrevista coletiva, sobre a atuação de Luighi.
Vítima de racismo na Copa Libertadores Sub-20 há menos de um mês, Luighi mostra que, mais do que coragem para denunciar e se rebelar contra a criminosa discriminação que sofreu, tem também estrela e bola a oferecer.

Por que o Palmeiras só jogou bem por 20 minutos
Após um primeiro tempo do qual o Palmeiras saiu com a vitória por 1 a 0 — gol de Estêvão –, a despeito do futebol desorganizado, o time de Abel Ferreira voltou bem no segundo tempo, em Lima. Um pequeno ajuste, avançando um pouco mais Lucas Evangelista pela esquerda — encostando em Piquerez — fez o time crescer e sufocar o Sporting Cristal.
Mas, com 20 minutos da segunda etapa, talvez desgostoso pelas chances perdidas por Emiliano Martínez e Lucas Evangelista, o técnico sacou Bruno Fuchs, Felipe Ânderson e Vitor Roque. Entraram Ríos, Flaco López e Mayke.
Acabou ali o arremedo de organização da equipe. O Palmeiras não só cedeu campo para o time da casa, bem como o empate. E não só uma vez. Aos 22, Pretell acertou chute indefensável para fazer 1 a 1.
Flaco cavou pênalti que Piquerez cobrou, aos 37. Bateu forte e no meio do gol, como todo palmeirense gostaria que Veiga tivesse feito, na Neo Química Arena. O golaço de Távara, do 2 a 2, um minuto depois, foi desanimador. Mas Luighi estava em campo para, junto com Ríos, salvar o Alviverde e garantir a estreia com vitória.