Libertadores

Por que ‘silêncio’ em 1º Palmeiras x Cerro pós-caso Luighi não é necessariamente ruim

Após episódio que ficou marcado por entrevista simbólica do jovem, clube paraguaio recebeu punições irrisórias

Como em toda partida da Copa Libertadores, o cerimonial e o protocolo de pré-jogo de Palmeiras x Cerro Porteño desta quarta-feira (9) é todo da Conmebol. Por isso, mesmo que desejasse fazer alguma ação especial, o Alviverde não poderia.

E como a confederação sul-americana não tem nada planejado, deve passar batido, no sentido de campanha antirracismo, o primeiro reencontro entre os clubes desde que torcedores paraguaios imitaram macacos e cuspiram em Figueiredo e especialmente Luighi.

Foi após enfrentar o Cerro pela Copa Libertadores sub-20, há um mês e três dias, que Luighi deu a mais marcante entrevista de um jogador brasileiro diante de um caso de racismo, ainda no campo de jogo, em Assunção.

Na época, a Conmebol aplicou a irrisória multa de US$ 50 mil e determinou que o Cerro jogasse de portões fechados pelo restante dos compromissos do time no torneio. Detalhe: só havia mais um jogo da equipe, e os estádios da competição vinham ficando quase vazios.

Palmeiras entende que possível ação poderia ser munição

Se por um lado, a inércia da Conmebol causa revolta, também há, segundo o apurado pela Trivela, quem veja a questão no Palmeiras por um prisma um pouco mais positivo.

Entende-se, nos bastidores do clube, que uma ação mais acintosa, justamente no jogo contra o Cerro, poderia acirrar os ânimos no Allianz Parque, provocando um ambiente hostil demais para os visitantes.

Hostilidade que, no fim das contas, poderia até ser usada como argumento dos paraguaios para tentar atenuar as ações racistas de seus torcedores.

Há quem entenda que algo que relembrasse o assunto e aumentasse a revolta dos palmeirenses, gerando agressões verbais e xingamentos direcionados, poderia ser colocado num viés de equiparação com o racismo dos paraguaios por parte dos dirigentes do Cerro e da Conmebol.

De qualquer forma, mesmo sem uma ação específica, o encontro com o Cerro não deve ser um dia comum para a torcida alviverde. Até porque, Luighi está inscrito e será uma das opções de Abel Ferreira no banco de reservas para o confronto.

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Palmeiras leva ghosting da Fifa

Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Foto: Imago
Presidente do Palmeiras, Leila Pereira revelou qual o conselho deu a Florentino Perez sobre Endrick. Foto: Imago

Na noite de 3 de abril, em Lima, no Peru, o Palmeiras foi novamente alvo de racismo. Dessa vez, os torcedores da equipe presentes à estreia do time na Copa Libertadores (3 a 2), contra o Sporting Cristal, viram, mais uma vez, torcedores adversários imitarem macacos.

Trata-se da primeira ocorrência já no primeiro jogo do time no torneio. E não é difícil prever que situações do tipo seguirão acontecendo em partidas disputadas em países vizinhos. Em especial devido à inépcia de Conmebol e Fifa em tratar a questão com a veemência necessária.

Em 10 de março, há três semanas, o Palmeiras, com apoio dos clubes filiados tanto à Libra quanto à LFU, fez contato com a entidade máxima do futebol mundial. Na carta enviada a Zurique, o Alviverde se queixava das medidas brandas da Conmebol no caso envolvendo Luighi — multa de US$ 50 mil e jogos com portões fechados na Libertadores Sub-20.

O Palmeiras, para casos como aquele, sugeria multa de US$ 2 milhões e eliminação das equipes das competições. Mas, até o momento, a Fifa não deu qualquer resposta. A Trivela apurou que a entidade presidida por Gianni Infantino não se deu ao trabalho de avaliar a sugestão.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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