Gol bobo do Millonarios tira chance de Rossi quebrar recorde histórico pelo Flamengo
Rossi conseguiu acumular 1.134 minutos sem sofrer gols, uma marca expressiva, mas não suficiente para fazer história no futebol brasileiro
O empate diante do Millonarios foi muito frustrante para o Flamengo e sua torcida, mas teve um gosto ainda mais amargo para o goleiro Augustín Rossi. Quando Daniel Ruiz balançou as redes, aos 34 minutos da etapa complementar, quebrou uma série de impressionante de minutos sem ser vazado do arqueiro argentino. Algo que poderia, sem dúvida, ser histórico.
Rossi já tinha se tornado o goleiro que acumulou mais tempo sem ser vazado na história do Flamengo, tendo ultrapassado Cantarele, que atingiu 959 minutos entre 1978 e 1979. Os 1.134 minutos do argentino, no entanto, não foram suficientes para quebrar o recorde do futebol brasileiro.
Rossi impressiona, mas termina em quinto
A série sem sofrer gols de Rossi vinha desde o ano passado. O último jogador a ter vazado o goleiro argentino foi o atacante Luciano, do São Paulo, que marcou o tento solitário do 1 a 0 diante do Flamengo, válido pela última rodada do Brasileirão. De la para cá tinham sido 12 partidas de apenas clean sheets, com boas defesas e vitórias expressivas.
Os sonhos não duram para sempre, e a série de Rossi acabou quebrada diante do Millonarios. Os 1.134 minutos sem ser vazado é uma marca bastante sólida, que o coloca em excelente companhia. Agora, o argentino detém a quinta posição no ranking de arqueiros com mais tempo sem sofrer gols na história do futebol brasileiro. Como Daniel Ruiz marcou na reta final, deu tempo de ultrapassar cinco competidores.
Mesmo assim, Rossi ainda ficou atrás de outros quatro. O mais próximo era Zetti, que conseguiu ficar 1238 minutos sem ser vazado quando atuava pelo Palmeiras, em 1987. O recordista absoluto é o histórico Mazaropi, que conseguiu incríveis 1816 minutos sem sofrer gol entre 1977 e 1978. É importante frisar que acréscimos e amistosos não estão incluídos na soma.
Mazaropi (Vasco, entre 1977 e 1978) | 1816 minutos |
Neneca (Náutico, 1974) | 1636 minutos |
Jorge Reis (Rio Branco-AC, entre 1970 e 1971) | 1606 minutos |
Zetti (Palmeiras, 1987) | 1238 minutos |
Rossi (Flamengo, entre 2023 e 2024) | 1134 minutos |
Jairo (Corinthians, 1978) | 1132 minutos |
Emerson Conceição (Paysandu, 2016) | 1108 minutos |
Altevir Sales (Athletico Paranaense, 1977) | 1066 minutos |
Eli Graciano (São Bernardo, 1982) | 1060 minutos |
Emerson Leão (Palmeiras, 1973) | 1057 minutos |
Sem lamentar o gol do Millonarios
O goleiro do Flamengo estava ciente da marca, mas não lamentou ela em si após a partida, e a maneira com que sofreu o gol. A jogada, inclusive, começa de um passe arriscado do próprio Rossi, que Pulgar não domina e perde para a defesa do Millonarios. O contra-ataque foi fulminante e terminou nos pés de Daniel Ruiz, que venceu o arqueiro argentino.
— A frustração de estar com um jogador a mais, o jogo controlado, e ele se encontrarem com esse gol aí no final, mas como falei a respeito disso, acho que fizemos um grande jogo. Voltamos para o Brasil com um ponto, agora é descansar que teremos uma final neste fim de semana, e temos outra decisão a mais contra o Palestino na semana que vem — disse, na zona mista após a partida.
Flamengo também perde invencibilidade da meta
Se a meta é individual, ela também pode ser coletiva. Antes do gol do Millonarios, a última vez que o Flamengo concedeu tinha sido em janeiro, diante do Nova Iguaçu, pela segunda rodada da Taça Guanabara, dos pés do atacante Carlinhos, contratado recentemente pelo clube. O goleiro na ocasião era Matheus Cunha e, de lá para cá, foram 12 partidas sem sofrer gol.