Libertadores

Os desafios de Fernando Diniz para acertar o Fluminense para a final da Libertadores

Fernando Diniz vê Marcelo fazer o time jogar quando atua mais solto, em contraste com erros individuais crescentes às vésperas da final da Libertadores

O Fluminense até tem outros jogos pelo Campeonato Brasileiro, como a partida de domingo (22), às 18h30, contra o Bragantino. Mas todo dia no CT Carlos Castilho é 4 de novembro, data da final da Libertadores, contra o Boca Juniors, no Maracanã. E até lá, Fernando Diniz tem desafios para acertar o Tricolor.

A equipe que encantou no primeiro semestre se mostrou um pouco mais irregular na segunda metade da temporada. O time agressivo do mata-mata que levou o Flu à final da Libertadores após 15 anos não tem sido tão firme no Brasileirão, em campanha um pouco decepcionante.

Para além dos números, o Fluminense vê seus jogadores em diferentes momentos. Enquanto ganha alternativas, como a de utilizar Marcelo pelo meio, Diniz também vê alguns problemas na defesa.

— Minha ideia com o Marcelo nunca se alterou. O jeito que ele joga favorece muito o que eu penso de futebol. Ele está jogando em outros setores do campo que praticamente ele nunca tinha pisado, por ter ficado tanto tempo no Real Madrid como lateral-esquerdo. Hoje ele joga na direita, na ponta, às vezes no ataque, quase sempre pegando a bola de frente. Acho que é a melhor maneira de usar ele. Porque um cara como ele, com o talento que tem, quanto mais ele pegar na bola, melhor — opinou Diniz.

Marcelo pode ser a chave de mudanças no Fluminense para a final da Libertadores - Foto: Icon sport
Marcelo pode ser a chave de mudanças no Fluminense para a final da Libertadores – Foto: Icon sport

O empate por 3 a 3 com o Corinthians serve como um exercício. A equipe pode ser a dos erros cometidos no primeiro tempo ou a que amassou o adversário após o intervalo. Certo é que o Tricolor precisa de mais equilíbrio.

Marcelo pode ser chave de mudança do Fluminense para a final da Libertadores

Se encontrou em John Kennedy uma inesperada mudança tática no Fluminense, Fernando Diniz agora volta suas atenções para Marcelo. Um dos melhores jogadores do país no quesito técnico, o experiente lateral-esquerdo têm crescido de produção quando joga mais solto. A mudança de função ou posição do camisa 12 pode ser solução para a final da Libertadores.

Seja pelo meio ou mesmo partindo da lateral em movimentação constante, o jogador tem puxado o time para cima. Quanto mais toca na bola, mais qualidade tem o Flu.

— O grande desafio é sempre fazer esse tipo de movimento e não ficar desprotegido. Temos que ir aos poucos, com um tempo, ele se adaptando, a fazer cada vez mais isso sem ficar excessivamente desprotegido. É uma coisa que a gente tem treinado. A gente tem conseguido usar o Marcelo nesses setores e sem ficar desprotegido, que é o que a gente precisa para quando a gente vai usar ele de uma maneira mais livre no campo — disse Diniz.

Depois de um primeiro tempo em que chegou a ser vaiado após falhas que culminaram em gols do Corinthians, Marcelo foi o símbolo da reviravolta do jogo. Um maestro para o Fluminense, jogando por dentro, mudando de posição com Ganso, Keno e Lima, ele teve grande atuação no segundo tempo e ajudou a equipe a empatar o jogo.

Diniz vê peças pedirem passagem no Fluminense

Se os erros individuais acabaram sendo letais e atrapalharam o que poderia ser um resultado positivo, por outro lado, Diniz viu outras peças mostrarem que estão em melhor fase que os titulares.

Marcelo falhou no primeiro tempo, mas comandou o Fluminense ao empate após o intervalo - Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense FC
Marcelo falhou no primeiro tempo, mas comandou o Fluminense ao empate após o intervalo – Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense FC

Por dentro, Marcelo tem contribuído mais que Ganso, que apesar de uma chance perdida no primeiro tempo, deu um passe genial para Arias empatar o jogo.

Lima também vem em crescente, enquanto Alexsander nem sequer saiu do banco no jogo. O camisa 45, que fez dois golaços contra o Corinthians, chegando a três — somado a mais uma assistência — desde que voltou a atuar mais adiantado, em sua posição original, nos últimos oito jogos, seja como titular ou reserva.

— O Lima foi uma das grandes contratações do Fluminense, ele já ajudou a gente nesse ano, principalmente nos momentos mais difíceis. Ele jogou de volante, de primeiro, de segundo, nas duas pontas, de meia avançado, sempre contribuindo e sempre sendo importante. Acho que foi um grande prêmio os gols que ele fez hoje — disse.

Quem começou jogando por ali foi Martinelli, que teve mais uma ótima atuação. Depois que André foi para a zaga, o camisa 8 recuou um pouco e o Flu ganhou qualidade na saída de bola. A mexida que Diniz costuma fazer no segundo tempo pode até virar ideia para o time titular.

— Eu já pensei em começar com ele na zaga, mas não é a opção de origem. Se eu achar que é conveniente e importante no momento, ele pode iniciar uma ou outra partida — destacou Diniz.

Foto de Caio Blois

Caio Blois

Caio Blois nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e se formou em Jornalismo na UFRJ em 2017. É pós-graduado em Comunicação e cursa mestrado em Gestão do Desporto na Universidade de Lisboa. Antes de escrever para Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
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