Libertadores

A estratégia do Peñarol para evitar uma nova tragédia com Flamengo e Libertadores

Clube uruguaio montou uma logística para evitar conflito entre as torcidas, inimigas ferrenhas há algum tempo

Flamengo e Peñarol é um duelo cercado de expectativa, não apenas por aquilo que pode acontecer fora de campo, mas diante de um clima tenso fora dele.

Brasileiros e uruguaios não se gostam nem um pouco e, da última vez que se enfrentaram, houve uma tragédia. Para isso, os Carboneros organizaram um esquema diferente.

Isolada, a torcida do Peñarol ficará o mais afastado possível do Maracanã até horas antes da partida. O contingente da Polícia Militar também foi fortalecido, pensando nos possíveis confrontos com os rubro-negros.

 

O esquema uruguaio

Temendo pela segurança dos torcedores no Rio de Janeiro, o Peñarol se reuniu com Flamengo, Polícia Militar e Consulado do Uruguai. Dessa reunião que saiu o esquema, chancelado pelo Bepe, o Batalhão Especializado em Segurança nos Estádios.

Os uruguaios ficarão no Camping Clube do Brasil, próximo à Praia da Macumba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O local será uma espécie de ponto de encontro para os Carboneros, a partir das 6h (de Brasília) desta quinta-feira (19).

Uruguaios detidos antes de Flamengo x Peñarol
Todos os torcedores detidos após a briga em Copacabana (Foto: Silvia Ribeiro)

A PM escoltará os uruguaios até o Maracanã e também promete ajudar no retorno. Serão mais de 750 profissionais envolvidos no esquema para a partida. Ninguém poupou esforços para garantir que conflitos não ocorram.

Evitar repetição de 2019

Esse é o principal motivo para o receio do Peñarol. Os uruguaios já tinham enfrentado o Flamengo em outras ocasiões, como na Copa Mercosul, mas nenhum confronto tinha sido tão sangrento como o de 2019.

Na véspera da partida, torcedores das duas equipes entraram em confusão generalizada no calçadão das praias de Copacabana e Leme. Dezenas de uruguaios foram detidos e um torcedor rubro-negro faleceu em decorrência do caso.

Roberto Vieira de Almeida, de 54 anos, morreu dez meses após receber pancada fortíssima na cabeça. Ele chegou a ficar em coma, se recuperou, mas depois o quadro piorou novamente e nada pôde ser feito.

Por isso, o clima entre as organizadas do Flamengo é de vingança.

Nenhum problema em Copacabana

Por enquanto, o esquema parece estar dando certo. A Trivela esteve nos locais onde a briga ocorreu há mais de cinco anos, mas viu pouquíssimos torcedores do Peñarol. Apenas três estavam uniformizados.

Ainda resta o dia do jogo, que promete ser tenso em todos os sentidos da palavra. Flamengo e Peñarol se enfrentam a partir das 19h (de Brasília), no Maracanã. Os uruguaios decidem a vaga na semifinal diante da sua torcida, em Montevidéu, daqui a uma semana.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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