Argentina

Mascherano diz que jogadores da Argentina não são racistas, mas tropeça no argumento

Mascherano saiu em defesa dos jogadores da Argentina após música racista contra os franceses na Copa América

Nesta quarta-feira (17), Javier Mascherano, técnico da seleção olímpica da Argentina, saiu em defesa de seus compatriotas e disse que os jogadores de Lionel Scaloni não são racistas.

Tudo começou com uma live de Enzo Fernández durante a comemoração do título da Copa América. O meia do Chelsea gravou os seus companheiros de Albiceleste cantando uma música racista e transfóbica contra a França:

Eles jogam pela França
mas são de Angola
que bom que eles vão correr
se relacionam com transexuais
a mãe deles é nigeriana
o pai deles cambojano
mas no passaporte: francês

Obviamente, o vídeo causou indignação na comunidade mundial do futebol. Jogadores franceses dos Blues — companheiros de time de Enzo — expressaram seu repúdio pelo comportamento da seleção argentina.

A Federação Francesa de Futebol (FFF) inclusive foi à Fifa para cobrar explicações da Federação Argentina de Futebol (AFA) sobre o ocorrido. Em meio a esse cenário, Mascherano se pronunciou.

Em entrevista à agência AFP, o ex-capitão da Albiceleste alegou que o cântico foi “tirado de contexto”, e que tudo não passava de uma “brincadeira” dos jogadores argentinos:

– Se existe algo que nós argentinos não somos é racista, longe disso. Acho que tudo foi tirado de contexto. Eu conheço o Enzo, é um bom garoto e não tem nenhum tipo de problema com isso. O que acontece é que muitas vezes, dentro de uma comemoração, pegam uma parte de um vídeo e tiram de contexto. Muitas vezes é preciso entender a cultura de cada país e muitas vezes o que entendemos como uma brincadeira pode ser mal interpretado em outro lugar.

Música cantada pelos jogadores da Argentina é racista sim

Apesar do que foi dito por Javier Mascherano, a música cantada pelos jogadores da Argentina é racista sim. Esse cântico ficou famoso durante a última Copa do Mundo, quando a Albiceleste venceu os Bleus na final.

A presença majoritária de jogadores negros com a camisa dos Bleus gerou uma fake news de que a maioria desses atletas eram estrangeiros naturalizados franceses. Isso é mentira.

Do grupo que foi vice-campeão mundial em 2022, apenas três jogadores nasceram fora do território francês: Eduardo Camavinga (Angola), Steve Mandanda (República Democrática do Congo) e Marcus Thuram (Itália).

O restante tem como país de nascimento a França. Dos 21 franceses de nascença, 16 deles têm dupla-nacionalidade e poderiam jogar por outras seleções por conta de raízes familiares.

Entretanto, todos escolheram os Bleus. Vale lembrar que Mascherano está em Fougères, no interior da França, onde comanda a preparação da Argentina para as Olimpíadas de Paris.

A Albiceleste estreia nos Jogos no próximo dia 24, contra o Marrocos. Iraque e Ucrânia completam o grupo da Argentina.

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Chelsea condena atitude de Enzo Fernández

Com a repercussão negativa, o Chelsea veio a público condenar a atitude de Enzo Fernández. Os Blues se colocaram contra todo e qualquer ato discriminatório, além de se comprometer com a diversidade e inclusão.

Como consequência, o Chelsea alegou que vai analisar o caso para definir se o comportamento do meia a serviço da Argentina é passível de punição.

O próprio Enzo usou suas redes sociais para se desculpar com o povo francês. O meia da Albiceleste admitiu que não há justificativas para seu comportamento, argumentando que não compactua com preconceito.

Enzo Fernández alegou que se deixou levar pela euforia do título da Copa América e que as palavras proferidas no vídeo não fazem parte do seu caráter.

Foto de Matheus Cristianini

Matheus CristianiniRedator

Jornalista formado pela Unesp, com passagens por Antenados no Futebol, Bolavip Brasil, Minha Torcida e Esportelândia. Na Trivela, é redator de futebol nacional e internacional.
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