Hoeness, condenado por evasão fiscal, critica PSG e City: “Dinheiro de merda”
Ex-presidente do Bayern, Hoeness foi muito crítico em relação ao dinheiro de PSG e Manchester City e diz ter satisfação em vencê-los
Uli Hoeness mostrou o quanto se incomoda com clubes como o Paris Saint-Germain e o Manchester City, dois clubes que se tornaram novos ricos com seus donos – os governos do Catar e Abu Dhabi, respectivamente. A origem do dinheiro dos dois clubes é contestada constantemente, não sem motivo, assim como acontece agora com o Newcastle. O ex-presidente do Bayern de Munique foi muito crítico com o dinheiro desses dois clubes e mostrou que há até uma certa rivalidade nesse sentido. Curiosamente, ele mesmo é alguém que já teve problemas com a Justiça em relação a questões de dinheiro, condenado por evasão fiscal em 2014.
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“Até agora, eles não ganharam nada. Nada mesmo. Os dois clubes não ganharam um título da Champions League sequer”, afirmou ao podcast 11 Lives. Ao ser perguntado sobre o presidente do PSG, Nasser Al-Khelaifi, ele foi novamente muito duro. “A diferença entre ele e eu é essa: eu trabalhei duro pelo dinheiro e ele ganhou como presente”.
O ex-presidente tem o seu nome intimamente ligado ao Bayern de Munique, o clube da sua vida. Ele jogou pelo clube praticamente toda a sua carreira como profissional, de 1970 a 1979, quando precisou se aposentar precocemente aos 27 anos por causa de uma lesão. Imediatamente se tornou parte da diretoria do clube bávaro, do qual se tornou presidente em 2009, posição que ocupou até 2019, encerrando uma passagem de 49 anos pelo clube. E segue com a língua afiada.
Hoeness foi condenado por evasão de divisas, que é o crime de fraude fiscal, em 2013, em crimes que não envolviam o clube, mas sum a sua fortuna pessoal. O próprio Hoeness confessou depois que ele deixou de pagar € 28,5 milhões de impostos, como forma de tentar amenizar a sua pena. Ele foi condenado a três anos e seis meses de cadeia por isso em 13 de março de 2014. Ficou preso até 29 de fevereiro de 2016. Falamos sobre esse escândalo em 2014.
Bayern e PSG se enfrentaram nas duas últimas temporadas da Champions League. Em 2019/20, na temporada que foi gravemente afetada pela pandemia e que teve a fase final em Lisboa, o Bayern venceu o PSG por 1 a 0 na final. Na temporada passada, 2020/21, os parisienses venceram o confronto das quartas de final no gol fora de casa.
“Eles continuarão a perder para nós. Não sempre, mas algumas vezes. Esse tem que ser o objetivo e, se ganhamos deles, fico muito feliz”, disse Hoeness. O ex-dirigente diz que espera mais confrontos com o PSG e o Manchester City. “Essa é a atração para mim: mostrar a eles: ‘Seu dinheiro de merda não é o suficiente’”.
O alemão ainda fez críticas em relação ao planejamento do PSG, que contratou Lionel Messi, de 33 anos, e Sergio Ramos, de 35, com contratos longos. “O que está acontecendo agora em Paris só pode ser planejado por um ano. Isso pode ser visto com os contratos de um jogador de 35 anos e outro de 33. Não há sinal de planejamento a longo prazo”, criticou.
“É uma questão macroeconômica. Não quero arriscar tudo para apenas comemorar um ano ou dois e depois ver tudo desmoronar. As decisões precisam ser feitas para que possamos fazer isso por três ou quatro anos, ter um certo nível de segurança que tudo não irá colapsar”, explicou Hoeness. “Para ter um planejamento econômico, ele estava preparado para arriscar um ou outro título. Se você venceu 60 títulos como eu, então não é tão importante quanto vencer um ou dois”.
“Franz, Karl-Heinz e eu estamos tão cheios de títulos que que podemos às vezes colocar o futuro à frente das questões do dia a dia quando tomamos decisões”, disse Hoeness, quando falou sobre o planejamento do Bayern, onde foi jogador e dirigente.
“É preciso ser fácil de calcular. Tem que ser controlável. E quando você está na posição do Barcelona agora, não pode mais controlar. O problema para eles é: eles têm dívidas, mas também contratos com jogadores que eles não podem mais pagar desta forma”, disse o alemão. “Isso não acontecerá com o Bayern. Tenho certeza disso”.
O Bayern é conhecido por ser um clube que não entra nas loucuras de mercado e costuma ser mais precavido nas suas contratações, embora eventualmente faça seus gastos também. Em 2019, Lucas Hernández foi contratado do Atlético de Madrid por € 80 milhões, recorde do clube até hoje. Os € 60 milhões pagos por Leroy Sané, do Manchester City, em 2020 ocupa a segunda posição nas transferências mais caras do clube. Dayot Upamecano, que veio do RB Leipzig, chegou por € 42,5 milhões, terceiro lugar na lista de mais caros.
O PSG quebrou o recorde de transferências mundiais em 2017 ao pagar € 222 milhões por Neymar, na época no Barcelona. Pagou também € 180 milhões por Kylian Mbappé, do Monaco, em uma operação parcelada e com um empréstimo só por questões contábeis. São as duas maiores transferências da história. O terceiro mais caro da história do PSG foi Edinson Cavani, contratado em 2013 junto ao Napoli por € 64,5 milhões.
O Manchester City tem a sétima transferência mais cara da história com os £ 100 milhões (€ 117,5 milhões) pagos ao Aston Villa nesta temporada. Kevin De Bruyne, contratado em 2015 por € 76 milhões, é o segundo mais caro do Manchester City na sua história. Rúben Dias é o terceiro mais caro, custando € 68 milhões vindo do Benfica, em 2020.