Alemanha

Em meio à crise da Seleção Alemã, vice-presidente da federação faz duras críticas a Gündogan

Sem papas na língua, Ralph-Uwe Schaffert ataca Gündogan e diz que meia performa melhor no Barcelona em comparação com o desempenho na seleção

Pilar do Manchester City campeão de tudo nas últimas temporadas, lkay Gündogan resolveu mudar de ares em 2023/24 e se juntou ao Barcelona. E mesmo com pouco tempo de casa, o meia prova jogo a jogo o quão importante é para o esquema de jogo de Xavi. Presença indiscutível no onze inicial culé, o jogador de 33 anos participou de todas as 24 partidas do clube, entre LaLiga e Champions League. No entanto, segundo um dirigente da Federação Alemã, seu desempenho na equipe catalã é muito diferente do apresentado na seleção nacional, da qual Ikay é capitão.

Ralph-Uwe Schaffert, vice-presidente da Federação Alemã de Futebol, não poupou críticas a alguns jogadores alemães em relação a postura e desempenho em campo pela seleção. Um deles é Gündogan.

– Ilkay Gündogan, por exemplo, estranhamente joga de forma excelente pelo clube e depois joga de tal forma pela seleção nacional que podemos pensar: ele mandou o irmão gêmeo, com menos talento? Não entendo isso -, disse o dirigente em entrevista ao jornal alemão “Hannoversche Allgemeine”.

Gündogan disputou 73 partidas pela Seleção Alemã principal, pela qual estreou em outubro de 2011. Antes disso, defendeu as categorias de base do país. Com a camisa do Barcelona, o meio-campista já marcou dois gols e concedeu seis assistências em 24 partidas.

Joshua Kimmich, do Bayern de Munique, é outro jogador citado por Ralph. “Qual time da Bundesliga tem um jogador importante de nacionalidade alemã? Não consigo pensar em nenhum de cabeça. Joshua Kimmich deveria ser um deles no Bayern”.

E a crise na Seleção Alemã?

A Seleção Alemã atravessa grave crise. Após o título mundial em 2014 no Brasil, a equipe parou no tempo. Desde então, passou a acumular fracassos retumbantes independente da competição que disputa. Há alguns meses, o técnico Hansi Flick foi demitido e deu lugar a Julian Nagelsmann. Apesar da empolgação da imprensa e torcida local com a chegada do jovem e promissor treinador, o time segue patinando em campo.

Para Ralph-Uwe Schaffert, as perspectivas da Alemanha na Eurocopa de 2024 não são nada animadoras. Pelo contrário. O dirigente até elogiou o plantel da seleção, mas admitiu que a fase atual da equipe preocupa.

– Tenho muitas dúvidas em relação a Eurocopa do próximo ano. Em termos de potencial, podemos ir longe. Mas as aspirações, as expectativas e a realidade estão tão distantes neste momento, o que é absolutamente inexplicável para mim (…) Talvez não precisemos mais apenas dos muito talentosos, mas também daqueles que estão dispostos a arregaçar as mangas. O melhor exemplo de como fazer isso foi dado pelos nossos sub-17 quando venceram a Copa do Mundo.

No final de sua fala, o vice-presidente volta a criticar a falta de empenho dos jogadores na seleção. Ele chama atenção para o quanto isso pode ser prejudicial ao time em jogos contra adversários mais duros, como França e Inglaterra.

– Tenho a sensação de que alguns dos jogadores que estão atualmente na seleção acreditam que podem entrar em campo com talvez 85{62c8655f4c639e3fda489f5d8fe68d7c075824c49f0ccb35bdb79e0b9bb418db} do seu empenho possível, e então é preciso descobrir que isso não é mais suficiente contra a Turquia e Áustria. Não quero nem imaginar o que acontecerá se jogarmos contra a França ou a Inglaterra com essa atitude.

Foto de Guilherme Calvano

Guilherme CalvanoRedator

Jornalista pela UNESA, nascido e criado no Rio de Janeiro. Cobriu o Flamengo no Coluna do Fla e o Chelsea no Blues of Stamford. Na Trivela, é redator e escreve sobre futebol brasileiro e internacional.
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