Raça e Amor

Uma porcentagem bem pequena dos times brasileiros está tendo a oportunidade de fazer parte da Coleção Camisa 13. O Atlético Mineiro é um deles. No livro ´Raça e amor´, do escritor Ricardo Galuppo, são contadas várias passagens da história do Galo na visão de um torcedor. Para se ter uma noção de como o autor faz questão de deixar isso claro, há uma frase interessante logo no início: ´´Este livro toma partido. Se não tomasse, não seria digno da torcida mais maravilhosa do futebol brasileiro´´. Tenho que discordar desse comentário, já que não sou a favor de uma comparação nesse tema. É claro que admiramos a vibração dela nos estádios, mas cada torcida tem o seu estilo e a sua beleza.

Mesmo pendendo para um lado, a obra acaba se tornando interessante, pois quem não faz parte desse mundo alvinegro tem a chance de entrar em contato com ele através de um modo diferente. Acredito que os cruzeirenses não irão apreciar muito esta leitura, pois, além da existência da enorme rivalidade, o nome da equipe pela qual têm admiração não é citado em nenhum momento. ´Time do Barro Preto´ e ´Ex-Ipiranga´ são exemplos de como é chamado o Cruzeiro.

Até o final de junho de 2002, o escalado para escrever a respeito do Atlético era o jornalista Roberto Drummond. Sua triste perda, durante a disputa da Copa do Mundo, originou uma substituição e Galuppo deu conta do recado. Esquecendo por alguns instantes a parte futebolística, temos que ressaltar o cenário onde ocorrem os fatos. Há um belo detalhamento das ruas e bairros de Belo Horizonte desde o começo do século XX, quando o Athletico Mineiro Football Club deu seus primeiros passos. Aliás, sua fundação tem uma curiosidade. Seus responsáveis foram 22 garotos, na faixa etária entre 13 e 14 anos.

Uma grande variedade de fotos pode ser vista, em diversas épocas da vida do Galo. Algumas delas são motivo de muito orgulho da torcida, como a que mostra a delegação em Paris, em 1950. Naquele ano, o Atlético se tornava o primeiro time profissional brasileiro a atuar no continente europeu. Algumas páginas adiante vemos o já falecido Orlando Pingo de Ouro, dando uma bicicleta num clássico contra o América, no estádio Independência.

Não poderiam deixar de serem contados trechos de fatos inesquecíveis ocorridos nos gramados. Dentre eles, a inauguração do estádio Presidente Antônio Carlos, contra o Corinthians, a decisão do primeiro Campeonato Brasileiro, em 1971, e os vários títulos mineiros faturados.

Fica nítida, em todo o conteúdo de ´Raça e amor´, a preocupação de Galuppo em demonstrar a força da torcida atleticana e a sua paixão pelo time. A informação da história do Atlético é extremamente importante (esquecendo a parcialidade), mas o diferencial deste livro é a participação das pessoas que fazem a festa nas arquibancadas e tentam colaborar com o clube fora dela. Segundo o autor, o Galo só é temido devido única e exclusivamente à força da torcida. Mas creio que a sala de troféus do Atlético não seria tão rica se não tivessem vestido a camisa alvinegra personagens como Mário de Castro, Dario, Reinaldo etc.

Foto de Equipe Trivela

Equipe Trivela

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